Foi em plena pandemia, e em Portugal, que Joana Maltez pôs a andar a Malteza, agora produzida em Eindhoven, nos Países Baixos, cidade onde reside atualmente a designer de moda vianense de 30 anos. O projeto arrancou com a venda de máscaras, que possibilitou o investimento em materiais, «criando os primeiros designs, fazendo alguns vestidos de cerimónia e peças de verão, começando a construir a nossa carteira de clientes», explica a fundadora.
A Malteza assume-se como uma marca sustentável de peças feitas “on demand” e “made to fit”. «As nossas peças são pensadas para durar e é algo que temos em mente na hora de escolher os materiais», afirma ao Portugal Têxtil.
Dirigida a mulheres com gosto por formas românticas e femininas, a insígnia tem como cliente tipo «alguém com consciência sustentável, que valoriza o fator handmade e que se identifica com a necessidade de ter peças com um fit ajustado ao seu corpo», aponta Joana Maltez.
Além do mais, a Malteza permite à cliente personalizar a peça de vestuário. «Por exemplo, gosta do modelo de um dos nossos vestidos, mas em vez do estampado, gostaria que fosse de cor lisa. Isto é totalmente possível. Ou em vez de manga comprida gostava que fosse de manga curta… Nós produzimos», assegura a empresária.
Foco na sustentabilidade
As peças da Malteza são desenhadas e produzidas do início ao fim «no nosso atelier, que neste momento se encontra na Holanda, com tecidos, alguns de deadstock, etiquetas e aviamentos maioritariamente “made in Portugal”, até porque temos interesse, no futuro, de regressar a casa», revela.
Uma das grandes de lutas de Joana Maltez é o preço e, por isso, a marca faz um esforço para que todas os artigos tenham um valor justo para o consumidor, não usando rótulos para sobrevalorizar determinado tipo de peças como os vestidos de casamento.
Além da vertente comercial, onde se pode encontrar desde peças para o quotidiano até vestidos de cerimónia, a Malteza explora ainda uma vertente conceptual, em que todas as criações são feitas com um pensamento de exploração – formas, volumes e texturas. «Enquanto designer é necessário haver este escape criativo e que me permite adquirir novas capacidades», garante a também designer.
Neste momento a marca apenas vende os seus artigos através das redes sociais, mas muito em breve será possível comprar no próprio website. «Iremos começar agora a abordar lojas que possam ter interesse em vender a nossa marca tanto em Portugal como aqui», acrescenta Joana Maltez.
A Malteza está também a desenvolver um projeto que visa reduzir totalmente os desperdícios de tecidos e restos de linhas, aplicando-os como enchimento para camas de animais em canis.