As PME da Indústria do Têxtil e do Vestuário nacional dispõem de 4 tipologias de financiamento externo que potenciam oportunidades para uma maior segurança financeira e um maior nível de crescimento da atividade: empréstimos bancários, fusões e aquisições, fundos de investimento e apoios públicos. No entanto, persistem ainda lacunas de forma a promover o maior conhecimento e a maior dinâmica de investimento entre as empresas destes setores. Visando colmatar as atuais debilidades na robustez financeira das empresas e identificar oportunidades de financiamento potencialmente úteis, o presente estudo apresenta uma análise alargada e aprofundada das opções de financiamento e dos impactos associados. Para além da análise do grau de adequação e probabilidade de penetração das diferentes formas de financiamento, tendo em conta as características dos empresários e das empresas, são adicionalmente apresentados diversos casos de sucesso de modelos de financiamento alternativos.
Cada vez mais o consumo de produtos têxteis e de vestuário está norteado por requisitos de sustentabilidade ambiental e responsabilidade social, elementos que são fundamentais para a dinamização do consumo de moda ao longo das próximas décadas. É todo um universo de uma nova Economia Circular que se abre aos setores e às empresas mais dinâmicas. É reconhecido o papel fundamental da União Europeia na disseminação do conceito da Economia Circular, desenvolvendo políticas e medidas específicas neste sentido e obrigando os seus Estados-membros a implementar processos associados com a transformação das suas economias no sentido da circularização. O presente estudo desenvolve a comparação no contexto europeu da evolução dos indicadores da economia circular dos diversos Estados-membros ao nível dos setores do têxtil e do vestuário. Constata-se, à semelhança do que já tem sido evidenciado noutras análises desenvolvidas sobre esta temática, que Portugal, dentro dos indicadores disponíveis para comparação e dentro do contexto europeu, encontra-se numa posição marginal ao nível da evolução no sentido da Economia Circular. Dentro do contexto europeu, evidencia-se um grupo de países que se destaca claramente ao nível da prossecução de estratégias circulares, composto por: Países Baixos, Bélgica, França, Itália e Alemanha (ao qual estaria ainda associado o Reino Unido, não fosse a saída da UE). Este grupo destaca-se ao nível da circularidade de materiais, do comércio de matérias-primas recicláveis, nos indicadores financeiros e de atividade e na investigação e desenvolvimento relacionada com esta temática.
O empreendedorismo representa uma componente fundamental numa economia de mercado globalizada e competitiva, funcionando como impulsionador do emprego e do crescimento económico. Por conseguinte, encontra-se frequentemente no centro das políticas económicas nacionais e transnacionais, associando criatividade, inovação e capacidade de correr riscos. Face a esta relevância, importa perceber, no contexto europeu, de que forma se posiciona a Indústria do Têxtil e do Vestuário nacional ao nível da capacidade empreendedora. Procurando avaliar este enquadramento, o presente estudo considera três dimensões do empreendedorismo, nomeadamente: empresas, emprego e riqueza. Conforme foi evidenciado ao longo da análise desenvolvida, dentro do contexto europeu, o destaque em diversos indicadores associados com a dinâmica empreendedora nos setores do têxtil e do vestuário, centra-se nos casos da Itália e da França, com Portugal a assumir alguma relevância em termos do crescimento do emprego.
Cada vez mais, a cadeia de valor dos têxteis e do vestuário enfrenta tendências regulamentares, demográficas, tecnológicas e de sustentabilidade que estão a afetar o seu modo de funcionamento, com implicações no curto prazo. Por outro lado, a pandemia por COVID-19 e a incerteza geopolítica internacional, desencadearam um conjunto de mudanças com impacto profundo ao nível dos preços das matérias-primas, o que desencadeou um aumento dos custos médios para as empresas nacionais do têxtil e do vestuário. Com base neste enquadramento torna-se incontornável a relevância da sistematização da análise dos custos, como ferramenta de apoio às PME da Indústria do Têxtil e do Vestuário nacional. O presente estudo responde a este objetivo com uma perspetiva alargada e atualizada dos custos de produção e dos custos indiretos, considerando o impacto efetivo das recentes perturbações internacionais na estrutura de custos, nas margens e na rentabilidade das empresas, com especial destaque para o vestuário. Na sequência do trabalho desenvolvido foi criada uma ferramenta (em formato Microsoft Excel) que se encontra disponível para apoiar as PME na determinação de preços mais adequados à sua estrutura de custos e garantir rentabilidades aceitáveis para o negócio.
A Indústria do Têxtil e do Vestuário portuguesa desenvolve a sua atividade enquadrada fundamentalmente no que é o mercado europeu, o qual absorve a grande proporção do que é produzido ao nível nacional (64% dos têxteis exportados e 82% do vestuário exportado destinam-se ao mercado europeu) e fornece uma parte significativa das matérias-primas utilizadas para a produção realizada no nosso país (49% dos têxteis importados têm a sua origem no mercado europeu). O presentes Estudo de Competitividade aborda a questão da concorrência na União Europeia entre regiões produtoras de têxteis, desenvolvendo uma análise comparativa. Estabelece-se assim um ponto de comparação entre realidades de regiões europeias que, embora partilhando um mercado comum, apresentam caraterísticas muito diversas. Em termos de países, a Itália destaca-se como principal centro da atividade têxtil na UE. Também a Alemanha e a Polónia assumem posições de destaque no setor têxtil europeu. Por seu lado, Portugal conta-se como uma referência da produção de têxtil na Europa, com a região Norte a assumir uma posição destacada no contexto europeu ao nível da concentração da atividade.
Uma inovação é a implementação de um produto ou processo novo ou significativamente melhorado (bem ou serviço), um novo método de marketing ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, organização do local de trabalho ou relações externas. Com a diferenciação do produto cada vez mais assente na inovação, interessa perceber de que forma se posiciona a Indústria do Têxtil e do Vestuário portuguesa no contexto europeu. O presente estudo desenvolve a panorâmica comparativa entre as diversas economias europeias, sendo estabelecida a comparação entre o posicionamento dos setores têxtil e vestuário portugueses, com os seus congéneres europeus. São analisados de forma comparativa no contexto da União Europeia (CIS 2018) diversos indicadores da inovação, nomeadamente: proporção de empresas inovadoras, atividades inovadoras implementadas, tipo de inovação de produto, tipo de inovação de processo, despesas de inovação e obstáculos associados. Apesar da representatividade que assumem no contexto nacional, os setores do têxtil e do vestuário nacionais não se destacam no contexto europeu ao nível da inovação, independentemente de se tratar de inovação de produto ou de processo. Os dados disponíveis no Eurostat colocam a indústria nacional numa posição intermédia em termos de inovação no contexto europeu, ficando aquém de países de referência como a Itália, a Alemanha ou a França.