- Lã australiana mantém preços recorde
- Benetton lança campanha sem roupa
- Barcos de refugiados transformados em moda
- Burberry ganha novo logótipo e monograma
- Levi’s pode ultrapassar os €5 mil milhões
- Nike lidera entre os jovens
1. Lã australiana mantém preços recorde
Os produtores australianos de lã acreditam que a oferta limitada vai manter os preços da fibra em alta nos próximos anos, numa altura em que os valores continuam a subir. «É uma altura extraordinária», afirmou Robert McBride, um produtor de lã de New South Wales, cuja empresa familiar, a AJ & PA McBride, é uma das maiores produtoras de lã do mundo. O Eastern Market Indicator desceu ligeiramente dos picos recorde de mais de 20 dólares australianos por quilo, para 19,81 dólares australianos por quilo a 13 de julho, mas o valor representa um aumento de 31% face ao valor registado na mesma altura no ano passado, de acordo com o relatório semanal da Australian Wool Innovation. Os preços têm vindo a subir e a atingir novos recordes desde março. McBride sublinhou que o tamanho dos rebanhos reduziu-se dramaticamente nos últimos 15 anos e que a seca nos estados orientais de New South Wales e Queensland irá contrair ainda mais a oferta. «Embora a procura esteja a aumentar, antecipamos que a redução da oferta de lã vá continuar por vários anos», declarou à Reuters. Robert Ingram, a sexta geração de criadores de ovelhas, explicou que os preços mais altos permitiram aos agricultores investirem em infraestruturas como cercas, equipamento para abastecimento de água, maquinaria e comunicações. «Isso melhora a eficiência – consegue-se mais retorno por hectare», destacou. O gabinete de agricultura do governo australiano antecipa que a procura por lã fina continue em alta, enquanto a oferta deverá crescer lentamente. «Em 2018/2019, o valor total das exportações de lã australiana deverá aumentar 9%, para 4,7 mil milhões de dólares australianos, graças ao preço mais elevado da lã e ao aumento dos volumes exportados», aponta o gabinete no relatório trimestral publicado em junho. A Austrália deverá produzir 343 mil toneladas de lã em 2017/2018, aumentando esse valor em 2%, para 350 mil toneladas, em 2018/2019. A China, o maior produtor e exportador de têxteis e vestuário em lã, é o maior importador de lã australiana. Nos cinco anos até 2016/2017, a China representou 77% das exportações de lã australiana, indica o relatório.
2. Benetton lança campanha sem roupa
Na campanha de outono da marca italiana, os modelos estão completamente nus, num regresso da Benetton às campanhas polémicas pelas quais ficou conhecida nos anos 80 e 90. Em vez de apresentar o vestuário e acessórios da marca, a campanha para o próximo outono mostra um grupo de modelos etnicamente diverso, nus e abraçados. «Contra a guerra civil, contra a máfia e a violência urbana de identidade, contra os conflitos étnicos ferozes, contra as guerras religiosas e as guerras de opiniões fraturantes, contra o terrorismo e contra todas as formas de racismo ressurgente», anuncia a voz off do vídeo filmado por Oliviero Toscani. De regresso à Benetton como diretor artístico após uma ausência de vários anos, Toscani foi o criador de algumas das campanhas publicitárias mais controversas, que se tornaram na imagem de marca da insígnia italiana nos anos 80 e 90. Por exemplo, foi ele o responsável pela fotografia de um homem a morrer de Sida na cama de um hospital. Muitas vezes apenas imagens sem qualquer slogan, as campanhas nessa altura focaram questões controversas, como doenças, a pena de morte, o racismo e a homossexualidade. Esta nova campanha está já no ar e pode ser vista na imprensa escrita, em cartazes de rua, na Internet e nas páginas das redes sociais da Benetton.
3. Barcos de refugiados transformados em moda
Abid Ali, um dos refugiados que arriscou a sua vida numa travessia num barco de borracha para chegar do Paquistão à Europa, é um dos envolvidos no projeto da associação sem fins lucrativos Mimycri que está a transformar os botes de borracha em malas, mochilas e ténis. O projeto, com sede em Berlim, faz o aproveitamento da borracha dos barcos abandonados pelos refugiados em praias da Grécia, muitas vezes após travessias perigosas a partir da Turquia. Uma vez que a Alemanha recebeu mais de um milhão de migrantes que fugiram da guerra e de perseguições no Médio oriente, África e Ásia Central em 2015, a migração tornou-se uma questão central na política alemã, estando mesmo a testar a estabilidade do governo de Angela Merkel. Ao fazer acessórios de moda dos botes de borracha usados pelos refugiados, a Mimycri quer criar postos de trabalho para os migrantes e dar-lhes a oportunidade de mostrar aos alemães os seus talentos. No atelier em Berlim, Ali, alfaiate, mede cuidadosamente a borracha antes de a cortar e usar a máquina de costura para fazer uma carteira. «Às vezes penso “sim, vim num destes barcos”, mas não é demasiado estranho para mim», afirma. Vera Guenther, cofundadora da Mimycri, e a sua parceira no projeto, Nora Azzaoui, tiveram a ideia no verão de 2015, quando se voluntariaram para ajudar os refugiados que estavam a chegar à ilha grega de Chios. «Queremos transformar os resíduos de plástico que estão nas praias da Grécia em algo novo», explica Guenther. «Queremos criar novas oportunidades de emprego para as pessoas que chegam cá de novo e têm talentos fantásticos», acrescenta. Os grupos ambientais afirmam que os resíduos de plástico dos coletes e botes de borracha deixados pelos migrantes depois de chegarem à Grécia em 2015 é uma dimensão esquecida da crise de refugiados sem qualquer sistema abrangente de gestão de resíduos no local.
4. Burberry ganha novo logótipo e monograma
Burberry ganha novo logótipo e monograma
O novo diretor criativo da Burberry, Riccardo Tisci desvendou o novo logo e monograma da casa de moda britânica antes de revelar a sua primeira coleção, que será mostrada no próximo mês. A renovação da imagem da marca, que já não acontecia há 20 anos, foi desenvolvida pelo diretor de arte Peter Saville, mais conhecido pelo seu trabalho com a banda New Order. Em letras maiúsculas, o novo logótipo diz simplesmente “Burberry”, com “London England” escrito por baixo. O monograma em branco, laranja e cor de mel celebra a herança da marca, com o “B” do fundador Thomas Burberry a entrelaçar-se com as linhas em laranja. O logótipo anterior incluía um cavaleiro e dizia “Burberry Established 1856”. Tisci, que saiu da direção criativa da Givenchy, anunciou o novo logótipo e monograma na sua página no Instagram. «Peter [Saville] é um dos génios do design da nossa geração», afirmou Tisci numa declaração, enquanto Saville, que também trabalhou na renovação do logótipo da Calvin Klein, afirmou estar satisfeito por «colaborar e reimaginar a nova linguagem visual da casa de moda».
5. Levi’s pode ultrapassar os €5 mil milhões
À frente dos rivais e ultrapassando as suas próprias previsões, os resultados do segundo trimestre da Levi’s deixam a especialista em jeanswear numa posição invejável. «Conseguimos o terceiro trimestre consecutivo de crescimento a dois dígitos do volume de negócios, impulsionado por uma execução disciplinada das nossas estratégias e um portefólio mais diversificado», afirmou o CEO Chip Bergh. As vendas da Levi’s aumentaram 17%, para 1,25 mil milhões de dólares, ou 13% a câmbios neutros, impulsionadas pelo crescimento da marca Levi’s em todas as regiões e canais. O volume de negócios das vendas diretas ao consumidor subiu 19% graças à melhoria da performance e ao aumento da rede de retalho (mais 53 lojas próprias do que na mesma altura no ano passado), assim como pelo crescimento do comércio eletrónico, embora a Levi’s não tenha fornecido os valores desta área. O lucro, por seu lado, quadruplicou, de 17,5 milhões de dólares no ano passado para 74,9 milhões de dólares este ano. As margens brutas subiram de 52,3% para 53,9%, refletindo a continuação da expansão do canal direto ao consumidor e do negócio internacional, assim como a redução de custos de sourcing. Face aos resultados, a empresa reviu em alta as previsões de volume de negócios, para um aumento de 8% a 10% a câmbios constantes, o que poderá levar a que ultrapasse novamente o marco dos 5 mil milhões de dólares, o que já não acontece desde 1999.
6. Nike lidera entre os jovens
Dove, Nike, Hershey’s e Amazon são as quatro marcas em que a Geração Z e os Millennials mais confiam. A conclusão é do estudo da especialista em marketing para jovens Ypulse, uma divisão da Ybrands, que afirma que os consumidores entre os 13 e os 36 anos também têm em boa conta a Oreo, a M&Ms, Target, Google, Netflix e Adidas. A confiança granjeada por estas marcas acaba por ser o resultado de um conjunto de fatores, como explicou o vice-presidente da Ybrands, Bobby Calise. «A Dove, por exemplo, construiu a sua reputação à volta das campanhas “Beleza real”, o que se sente no ranking de confiança», indicou à Marketing Daily. Mas marcas como a Hershey’s, Oreo e M&Ms têm «consistentemente feito produtos que eles adoram há muito tempo – e não há razão para não confiar nelas», acrescentou. Já megamarcas como a Amazon, Target, Google e Netflix estão por todo o lado e são tão populares que os jovens confiam nelas de forma quase inata, referiu Bobby Calise. O estudo abrangeu 80 mil jovens, que foram questionados sobre mais de 230 marcas na área da moda, alimentação, saúde e beleza, restauração e entretenimento e tecnologia. No que respeita especificamente à moda, as marcas que mereceram mais confiança dos jovens foram, em geral, aquelas que eles consideram também mais “cool”. É o caso da Nike, que assumiu a liderança na lista das marcas de mais confiança, sendo igualmente a mais “cool”. No ranking da confiança, seguiu-se a Levi’s, a Adidas, a Vans e a Under Armour (que foi também a quinta mais “cool”). Outras marcas “cool” incluíram a Converse, The North Face, Supreme, Pink e Timberland. Calise sublinhou que a Nike ganha em vários níveis, mesmo quando se analisa por idade, género, etnicidade ou geografia dos inquiridos, sendo «uma espécie de Beatles ou Beyoncé das marcas, tendo tanto sucesso da crítica como comercial». O reconhecimento da Supreme, por seu lado, reflete o crescimento do streetwear. A marca surge no oitavo lugar das marcas mais “cool”, mas fica na quinta posição se analisada apenas no grupo etário dos 18 aos 24 anos. E embora a Calvin Klein não tenha ficado no top 10, ficou no 10.º lugar entre os consumidores desse grupo etário.