- Lion of Porches oferece máscara reutilizável no dia da mãe
- ITV da Índia perde milhares de milhões de euros com Covid-19
- Muitas grandes marcas da moda são pouco transparentes
- Kering pede análise cautelosa de vendas na China
- Galeria Karstadt Kaufhof declarou insolvência
- Ikea envolve consumidores online com 3D e IA
1. Lion of Porches oferece máscara reutilizável no dia da mãe
Com a chegada do dia da mãe, a 3 de maio, e a pensar no bem-estar dos clientes, perante a pandemia de coronavírus, a Lion of Porches vai oferecer uma máscara social de proteção reutilizável em compras na plataforma online que sejam efetuadas entre 24 de abril e 3 de maio. A marca de vestuário de inspiração britânica propõe esta oferta aos consumidores que realizarem compras da coleção primavera-verão 2020 de valor superior a 50 euros. Além da campanha do dia da mãe, a Lion of Porches oferece também um desconto de 30% em qualquer artigo de homem, mulher ou criança na coleção da estação quente, que estará em vigor até 3 de maio. A marca detida pela Cães de Pedra assegura que está a prosseguir com o trabalho nas suas instalações, respeitando as normas e cuidados de saúde e higiene recomendados pelas entidades competentes. Apesar das lojas físicas estarem encerradas, a loja online continua em atividade, com entregas ao consumidor sem qualquer custo e com todo o apoio necessário ao cliente.
2. ITV da Índia perde milhares de milhões de euros com Covid-19
Um novo estudo revela que, em média, as fábricas de vestuário na Índia registaram 1,5 milhões de dólares (1,39 milhões de euros) em pedidos adiados ou cancelados, o que se pode traduzir num impacto de 4,17 mil milhões de dólares em todo o país. A análise “Measuring Impact of Corona Pandemic on Indian Apparel Export Industry” da Rajesh Bheda Consulting (RBC) mede e mostra os efeitos da pandemia de Covid-19 na indústria exportadora de vestuário indiana. A pesquisa tem como base um formulário online respondido por 77 empresas exportadores de vestuário de diferentes centros de produção localizados na Índia. Embora os resultados do estudo sejam baseados numa amostra significativamente pequena, fornecem dados indispensáveis que refletem a dimensão do desafio enfrentado pelas empesas inquiridas, assim como o seu potencial impacto numa indústria de vestuário indiana avaliada em cerca de 17 mil milhões de dólares, refere a RBC. Mais de metade das empresas (56%) afirma que tem pagamentos adiados, enquanto 19% indicam que as marcas se recusaram a pagar a totalidade dos pedidos. No caso dos pedidos que não foram cancelados, 43% dos inquiridos garantem não ter recebido qualquer pagamento, 35% dizem ter sido pagos parcialmente pelo material e apenas 22% asseguram que o comprador pagou a totalidade do material. «Quando extrapolamos os resultados da pesquisa ao nível da indústria exportadora de vestuário, pode resultar em encomendas adiadas ou canceladas na ordem dos 4,17 mil milhões de dólares. Isso representa quase 25% das exportações anuais de vestuário do país», explica Rajesh Bheda, diretor da RBC. «Isto representa quase 25% das exportações anuais de vestuário do país». Como a indústria indiana executa sobretudo encomendas de primavera-verão, o período de janeiro a março é onde se regista o pico de produção, teve um forte impacto, sublinha Bheda. Por consequência, é provável que a comunidade indiana exportadora de vestuário enfrente desafios de liquidez sem precedentes, revela o diretor da RBC, colocando em risco a subsistência de 12,9 milhões de trabalhadores do sector.
3. Muitas grandes marcas da moda são pouco transparentes
Max Mara, Pepe Jeans e Tom Ford são algumas marcas da indústria de moda que foram classificadas como menos transparentes no que diz respeito ao fornecimento de informações alusivas às respetivas cadeias de aprovisionamento, revela o índice publicado na última terça-feira, que encontrou pouco progresso feito na indústria. O índice anual elaborado pela Fashion Revolution – no seu quinto ano – classificou 250 das maiores marcas do mundo, tendo como critério a quantidade de informações que divulgam sobre as políticas, práticas e resultados ambientais e sociais. Esta classificação surge no âmbito da pressão, por parte de consumidores e ativistas, para melhorar as condições de 60 milhões trabalhadores das cadeias de aprovisionamento das marcas, tendo como principal objetivo erradicar o trabalho abusivo e a escravidão moderna na indústria. A H&M, C&A, Adidas, Reebok e Esprit lideraram a classificação, que foi publicada antes do 7.º aniversário do desabamento da fábrica Rana Plaza em Daca, capital do Bangladesh, que resultou em 1.135 mortes e mais de dois mil feridos. A incidente, que ocorreu em abril de 2013, fez com que a procura por melhores condições de segurança no trabalho fosse cada vez maior num país que é um dos maiores exportadores de vestuário a nível mundial. «É impossível, para as empresas, garantir que os direitos humanos são respeitados, que as condições de trabalho são adequadas e o ambiente protegido sem saberem onde é que os produtos estão a ser fabricados», explica o Fashion Revolution em comunicado. «É por isso que a transparência é essencial. É o primeiro passo para manter as marcas responsáveis pelos direitos humanos e impactos ambientais das próprias práticas», aponta. A Max Mara, Pepe Jeans e Tom Ford, as marcas classificadas com pontuação de zero, não teceram qualquer comentário quando questionadas pela Reuters. Em média, as marcas avaliadas pelo índice registaram uma pontuação de 23%, o que se traduz num aumento de dois pontos percentuais comparativamente com o estudo do ano passado. As marcas foram sujeitas à avaliação de 220 indicadores, entre eles as condições de trabalho, condições salariais, trabalho forçado, divulgação de fornecedores e práticas de compra. De acordo com o relatório, os retalhistas de moda continuam a partilhar mais sobre as suas políticas do que como as colocam em prática, com comparativamente pouca informação partilhada sobre os resultados ou progressos realizados para melhorar a respetiva cadeia de aprovisionamento. Uma coligação mundial constituída por 10 organizações que atuam em nome dos trabalhadores de vestuário apelou, na passada terça, às marcas e aos Governos que as ajudassem a apoiar as entidades empregadoras durante a pandemia do novo coronavírus, face à situação de pedidos cancelados pela qual a indústria têxtil e vestuário está a passar, como é o caso de países como o Camboja e o Bangladesh. Neste âmbito, a coligação quer que as marcas colaborem com as fábricas em medidas de segurança, paguem todos os pedidos de modo a evitar o cancelamento dos mesmos e ainda que os Governos disponibilizem fundos de ajuda para os trabalhadores. «O Covid-19 teve um impacto devastador a nível global para a indústria de vestuário. A maioria dos trabalhadores das fábricas não ganha o suficiente para cuidar de si e das famílias, nem detém nenhum tipo de rede de segurança para ultrapassar esta crise», sublinham as entidades da coligação num comunicado conjunto.
4. Kering pede análise cautelosa de vendas na China
O conglomerado francês do luxo fez uma avaliação prudente da recuperação das vendas na China, depois do «impacto profundo» nas vendas do 1.º trimestre da Gucci, marca principal do Kering. As vendas na China Continental revelaram-se positivas em abril para o grupo Kering, que detém marcas como Yves Saint Laurent e Balenciaga. A informação foi divulgada pelo diretor financeiro Marc Duplaix, que aponta o repatriamento dos gastos dos turistas e uma procura reprimida pelo encerramento na sequência do novo coronavírus como fatores de apoio à retoma. «Temos de ser muito cuidadosos, uma vez que só temos algumas semanas para analisar desde que as lojas reabriram. A tendência de recuperação das compras, que tinham sido impedidas pelas medidas de quarentena, provavelmente vai ser de curto prazo», acredita o diretor financeiro. As ações do grupo caíram 6,9% na semana passada em Paris e 21% neste ano até à data. As vendas do 1.º trimestre sofreram um declínio de 16% a nível global comparativamente com as previsões de uma queda de cerca de 15%, indica o grupo em comunicado. Já as vendas da Gucci baixaram 23%. «Com as lojas fechadas na maior parte do mundo é extremamente difícil fazer previsões de quando é que os negócios vão melhorar», admite Duplaix. O Kering revela ainda que não espera que as vendas nos EUA e na Europa recuperem antes de junho ou julho. Segundo o analista Stanford C.Bernstein, os resultados sugerem um «indício de desaceleração especificamente na Gucci», visto que todos as outras marcas pertencentes ao grupo apresentam um melhor panorama. Nos últimos anos, os clientes da China representam mais de um terço das vendas de luxo, por isso, a indústria da moda está a contar com a contribuição destes consumidores para a recuperação das vendas, dado que as medidas de confinamento se mantêm no resto do mundo.
5. Galeria Karstadt Kaufhof declarou insolvência
A maior retalhista da Alemanha entrou em processo de insolvência, apresentado o pedido de proteção de credores no tribunal de Essen. O pedido de insolvência dos grandes armazéns alemães surge um mês depois da britânica Laura Ashley, ambos vítimas do impacto da pandemia do novo coronavírus. Todos os espaços da Galeria Karstadt Kaufhof, onde se pode encontrar marcas como Adidas, Calvin Klein Jeans, Ralph Lauren e Stoch & Soda, estão encerradas desde 18 e março, quando todas as retalhistas foram obrigadas a fechar portas para impedir a propagação da crise sanitária, decretado pelo Governo alemão. A suspensão dos negócios levou a HDE, associação de retalho alemã, a pedir apoio estatal e isenção de impostos. Os encerramentos de lojas e perdas de vendas estão a «destruir milhares de empresas independentes e milhões de postos de trabalho», garantiu, à Reuters, Josef Sanktjohanser, presidente da HDE. Segundo a associação de retalho alemã, os encerramentos de lojas podem gerar perdas de vendas diárias de 1,15 mil milhões de euros. De acordo com o Financial Times, a Galeria Karstadt Kaufhof estava a perder 80 milhões de euros em vendas por semana e planeia uma reestruturação das suas operações. A retalhista tinha já colocado muitos dos seus trabalhadores em lay-off. A Galeria Kaufhof, uma subsidiária da Metro AG no passado, tinha sido adquirida pela Hudson’s Bay Co. em setembro de 2015, Em setembro de 2018, fundiu-se com a Karstadt, sua concorrente e foi comprada em junho de 2019 pela austríaca Signet Holding, a empresa que se aliou à HBC para concretizar a fusão da Kaufhof e da Karstadt.
6. Ikea envolve consumidores online com 3D e IA
Através do 3D e da inteligência artificial (AI), a gigante sueca está a melhorar a experiência do utilizador num período em que os consumidores passam cada vez mais tempo em casa devido ao confinamento provocado pelo novo coronavírus. Ainda antes da pandemia se propagar, as tendências de consumo estavam a afetar as vendas de grandes empresas, que lutavam para se adaptar. No entanto, a Ikea estava já a apostar numa estratégia digital para se apresentar como uma plataforma virtual única, correspondendo a todas as necessidades dos consumidores. A estratégia foi implementada antes da crise sanitária, mas, segundo a empresa especializada na venda de artigos para a casa a preços baixos, o cenário é agora «ainda mais oportuno». «Tudo está a ser acelerado mais rapidamente. Nós refletimos diretamente a realidades das pessoas e o que é que elas veem dentro das suas casas», assegura Barbara Martin Coppola, diretora digital do Ingka Group, o principal proprietário do Ikea. Desde o início do confinamento, as vendas de artigos como mesas, material de organização para a casa e produtos infantis aumentaram em todo o mundo. «A Ikea foi convidada para a casa das pessoas há muito tempo. É neste momento difícil que é especialmente importante estar lá», assume. Barbara Martin Coppola foi contratada pelo grupo, há cerca de dois anos, para tornar a icónica loja física também bem-sucedida no digital. Em outubro de 2019, o sócio de investimentos do Ingka Group adquiriu o Geomagical Labs para acrescer as capacidades tecnológicas. O Geomagical Labs é reputado pelas suas tecnologias avançadas de 3D e IA, que a Ikea pretende integrar na sua plataforma para que os clientes possam projetar de forma interativa as próprias casas. Deste modo, os clientes podem alterar os artigos dispostos na casa e ainda visualizar os produtos da Ikea dentro da sua casa e, se assim pretenderem, comprá-los de imediato na plataforma. A diretora digital revela que o lançamento da aplicação vai demorar pelo menos seis meses. «Tentamos aplicar os valores e a abordagem humanista que a Ikea trouxe para o mundo físico e levá-los para o mundo digital», explica.