Breves

  1. Comércio externo da China melhorou em março
  2. Seams cria plataforma para EPI
  3. ITV do Peru luta para salvar 140 mil postos de trabalho
  4. Next reabre vendas online
  5. Procura «evapora» na indústria de calçado dos EUA
  6. Zalando corta milhões de custos

1. Comércio externo da China melhorou em março

De acordo com a Reuters, o Ministério de Comércio da China revelou, a 9 de abril, que as importações e as exportações do país mostraram melhorias no mês de março. No entanto, algumas empresas exportadoras, nomeadamente do sector têxtil, registam pedidos de encomendas adiados ou cancelados e estão a ter dificuldades em angariar novas encomendas, refere o porta-voz do ministério Gao Feng. As exportações chinesas sofreram um declínio de 17,2% entre janeiro e fevereiro comparativamente com o período homólogo do ano passado, segundo dados aduaneiros, evidenciando a maior queda desde fevereiro de 2019. Já as importações desceram 4% em relação ao 2019.

2. Seams cria plataforma para EPI

Foi criado uma nova solução que oferece uma variedade de padrões que podem ser usados para fabricar equipamentos de proteção individual (EPI), tanto para o uso corrente como para os profissionais de saúde. A iniciativa da Seams, a associação nacional da indústria de produtos costurados dos EUA, inclui máscaras faciais e batas médicas com os respetivos vídeos de instruções. Além dos modelos atuais, também são apresentados links para outros websites que disponibilizem também equipamento de proteção individual ou informações essenciais sobre a produção de EPI. A Seams, cujo objetivo com esta iniciativa é partilhar informação com o resto da indústria, está também a incitar os respetivos membros a partilhar mais padrões, especificações e tecnologias para produção equipamentos de proteção individual de modo a aumentar a oferta. A associação, como parte dos esforços para reunir os membros durante a pandemia de Covid-19 nos EUA, tem estado a trabalhar para ajudar o Governo, a comunidade médica, os produtores e os fornecedores de materiais a desenvolver cadeias de aprovisionamento para EPI. À semelhança de muitos outros países, os EUA estão a enfrentar um período de baixa oferta de EPI, causado pela pandemia que restringiu a disponibilidade destes produtos, o que fez com que muitas empresas do sector mobilizassem as suas cadeias de produção e redes de aprovisionamento para ajudar a solucionar o problema.

3. ITV do Peru luta para salvar 140 mil postos de trabalho

A indústria têxtil e vestuário do Peru está a reunir esforços para manter centenas de milhares de postos de trabalhado, já que a suspensão da atividade causado pelo novo coronavírus foi prolongada até 26 de abril. «Tivemos 140 mil pessoas paradas durante 25 dias», revelou Vicente Castro, secretário-geral da Federación de Trabajadores en Tejidos del Perú (FTTP) ao just-style. «Temos sido pagos até ao momento e vamos continuar a ser por mais 15 dias», afirmou. Ainda assim, esta é uma realidade, segundo Vicente Castro, que pode não ser igual para todos os trabalhadores, uma vez que o declínio nas vendas dos principais tecidos de alpaca e vicunha e a queda nas exportações podem causar incerteza face à remuneração salarial até à data proposta. Contudo, a indústria tem crescido ao longo dos últimos anos e, por isso, possui liquidez suficiente para proteger os trabalhadores por mais alguns meses até a economia recuperar a normalidade. «No ano passado crescemos 5%, muito mais do que estávamos à espera», afiançou Vicente Castro. «A indústria beneficiou muito da chegada de novas marcas internacionais, como a Nautica», acrescentou. Algumas das maiores produtoras de vestuário do Peru (Creditex, Textil del Valle e Nuevo Mundo) tal como muitas das suas homólogas à escala mundial, passaram a fabricar equipamentos médicos como máscaras e outros artigos de proteção pessoal para compensar as perdas, adiantou o secretário-geral da FTTP. As retalhistas peruanas, assim como as cadeias estrangeiras geridas pelas espanholas Inditex e Mango, continuam encerradas desde março, para impedir a crescente propagação do vírus, que já infetou 5.200 pessoas e matou 138 no país. Por consequência, os produtores e os retalhistas de vestuário estão a pedir ajuda financeira ao Governo, através de uma linha de crédito de 8,9 biliões de dólares (8,18 mil milhões de euros), destinada a apoiar várias indústrias. «Ainda não sabemos quanto vamos pedir nem quanto nos podem dar», admitiu Raul Ortiz, responsável da missão têxtil da associação das indústrias nacionais. Ortiz assegurou que as fábricas vão continuar a pagar aos trabalhadores pelo máximo de tempo possível, mas não quis dar um prazo específico. O sector está também a pedir a aprovação de novas medidas de preço de referência para evitar que as importações asiáticas subvalorizadas continuem a prejudicar os rendimentos da indústria. «Também queremos que as pessoas comecem a consumir mais “made in Peru” e menos “made in USA”», explicou. «Tudo o que diga respeito ao vestuário deve provir de marcas peruanas nesta emergência e isso também inclui roupas hospitalares, máscaras e uniformes das forças armadas que patrulham as cidades durante o isolamento». Antes das interrupções, o Governo do Peru criou uma mesa-redonda da indústria têxtil e vestuário com foco nas fibras de alpaca.

4. Next reabre vendas online

A retalhista de vestuário e têxteis-lar do Reino Unido voltou a vender online a partir de terça-feira passada, ainda que de uma forma limitada, devido às medidas de segurança aplicadas aos trabalhadores de armazéns da Next. Depois de ter interrompido temporariamente as vendas online e a logística de armazém a 26 de março, para combater a propagação do novo coronavírus, a empresa decidiu agora reabrir, com a concordância de colaboradores e sindicato. Numa primeira fase, a Next só vai disponibilizar os artigos essenciais para os consumidores, como vestuário de criança e outros artigos domésticos selecionados. «Testámos hoje com sucesso a abertura e a aceitação de um número limitado de encomendas», escreveu a retalhista na plataforma online para informar os clientes que no dia seguinte seriam aceites novos pedidos. «Para conseguirmos operar no nosso armazém de forma segura, limitámos o número de colaboradores a exercer funções ao mesmo tempo, por isso, vamos limitar o número de pedidos que recebemos», esclareceu a Next, que afirma que a decisão de interrupção temporária online permitiu reorganizar por completo o funcionamento dos armazéns de modo a garantir um «distanciamento social rigoroso». Entre as medidas adotadas pela retalhista britânica estão o espaçamento de dois metros entre as estações de trabalho, higienização de equipamentos e implementação de um novo sistema de fluxo para permitir a movimentação segura. A Next acrescentou ainda que vai aplicar regras de segurança aos colaboradores, para que se adaptem rapidamente à nova logística de trabalho. Deste modo, a empresa está a cooperar com o USDAW para selecionar alguns funcionários que queiram regressar ao trabalho. «As operações vão começar com o apoio de colegas que estão dispostos a voltar ao trabalho com segurança. A ideia é começar a vender em pequenos volumes, de modo a precisarmos de um número reduzidos de colaboradores em cada armazém ao mesmo tempo, para garantir que o distanciamento social rigoroso é aplicado», explicou a retalhista em comunicado. «Para atingir esses volumes limitados, a Next vai permitir que os clientes apenas requeiram artigos que possam ser recolhidos com segurança. Nessa altura, vamos parar de receber pedidos e converter o website só em pesquisa até à manhã seguinte». Nigel Frith, analista de mercado sénior na AskTraders, acredita que a decisão da Next de retomar as vendas possa gerar alguma controvérsia. «Ao criar uma receita numa escala pequena, isso pode ser a pausa que os negócios precisam durante a pandemia, especialmente porque os clientes querem adquirir artigos de verão para o quando o vírus terminar», considera.

5. Procura «evapora» na indústria de calçado dos EUA

À medida que a propagação do novo coronavírus avança, os pedidos das marcas de calçado dos EUA recuam por falta de procura dos consumidores para este género de artigos. A Footwear Distributors and Retailers of America (FDRA) divulgou que os membros da organização confirmaram uma queda de 81% nas vendas de todo o país durante a última semana. Numa entrevista ao Yahoo Finance, Matt Priest, CEO da associação, afirmou que há um mês o desafio estava em recolher matérias provenientes da Ásia e que, atualmente, a problemática é a falta de procura que os EUA estão a enfrentar causada pelo confinamento dos consumidores. «Agora podemos ter o máximo de produtos da Ásia, mas o facto é que a procura evaporou totalmente», explicou. Relativamente à análise semanal de vendas realizada pelos membros da FDRA, o CEO reconheceu que «ver o número zero nalgumas colunas quando no ano passado, nos mesmos locais, vimos 20 milhões de dólares (18,39 milhões de euros), 30 milhões e 40 milhões de dólares em vendas é realmente doloroso». A associação tem pressionado o Governo dos EUA para providenciar um período de férias de 90 dias, para pagamentos de direitos aos retalhistas de calçado e vestuário. «Isso vai salvar milhões e milhões de dólares e fornecerá a liquidez necessária… Estamos a esforçar-nos muito para libertar algum dinheiro necessário neste momento», admitiu Matt Priest, destacando ainda que alguns indicadores de regresso à normalidade são «encorajadores». «Temos ouvido, há semas, que as fábricas estão a funcionar e que o retalho está a reabrir, isso é encorajador e dá-nos um cronograma aproximado de quando vamos regressar aos negócios», assegurou. «Comparei tudo isto a um furacão. Tivemos um lado da tempestade. Passamos para o olho do furacão quando esteve evidente durante algumas semanas. Agora estamos no outro lado, onde a procura praticamente evaporou nos EUA. Se conseguirmos, vamos reunir esforços para limpar o céu, mas de momento parece que isso não vai acontecer tão cedo», explicou. «A questão, para nós agora, é a rapidez com que podemos começar a levar o produto dos locais de fornecimento para os consumidores e com que rapidez é que a procurar vai regressar, especialmente nas lojas físicas», apontou. Por agora, as lojas nos EUA continuam encerradas, à medida que o país combate a pandemia de Covid-19. Para muitas empresas, a luta já é sinónimo de demissões ou lay-off com o agravamento da crise sanitária.

6. Zalando corta milhões de custos

A retalhista alemã de moda online está a reduzir custos no valor de 350 milhões de euros, para conseguir enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus, anunciou a Zalando a 9 de abril, ressalvando que as demissões não fazem parte do plano de diminuição de encargos. Um porta-voz do grupo confirmou o valor apontado à revista Business Insider, uma vez que as interrupções causadas pela pandemia atingiram as vendas e, consequentemente, os lucros da plataforma de comércio eletrónico, que vai apostar numa iniciativa para ajudar que as lojas temporariamente encerradas a vender online. O plano de corte de custos da Zalando, segundo o porta-voz, englobam cortes das despesas gerais, despesas de capital e também na área do marketing. «Estas medidas vão não só deixar a Zalando numa posição forte para acelerar o crescimento depois da crise, como vamos evitar despedimentos», afirmou. A concorrente britânica Asos, pelo contrário, referiu estar a aumentar o capital e a prolongar as linhas de crédito para reforçar as finanças em caso de uma recessão prolongada nos negócios causada pelo surto do novo coronavírus.