- Lion of Porches dá palco à música
- Maria Maleta cria coleção com materiais sustentáveis
- Pandemia pressiona exportações chinesas
- Gartex Texprocess India adiada para agosto
- Produtores têxteis dos EUA unem-se para fabricar máscaras
- Novo coronavírus pode custar quase 25 milhões de empregos no mundo
1. Lion of Porches dá palco à música
A Lion of Porches anunciou um novo projeto que pretende incentivar a produção cultural ao apoiar novos talentos na música portuguesa. A primeira colaboração que vai assinalar a inauguração da iniciativa será com a banda dreampop Ditch Days que vai divulgar uma nova versão do single mais recente nas plataformas digitais da Lion of Porches. «A ideia para este projeto surgiu no seguimento de uma nova estratégia que pretende reconectar a Lion of Porches com os anos 2000 e com as suas origens no mundo da música», explica Alexandra Calado, diretora de marketing da marca. «Pretendemos voltar para o ADN da marca e apelar ao público que, cada vez mais, cria ligações emocionais através da música. Acima de tudo, queremos apoiar a música portuguesa e projetos inspiradores como o caso dos Ditch Days nesta fase difícil em que a maioria dos eventos culturais, concertos, festivais estão a ser cancelados», afirma.
2. Maria Maleta cria coleção com materiais sustentáveis
A marca portuguesa de design de malas e de acessórios lançou uma linha dedicada à sustentabilidade, que abrange produtos totalmente vegan com têxteis biodegradáveis e recicláveis. A coleção de apresentação da marca chama-se “No Season” e possui sete modelos criados com materiais sustentáveis e de grande durabilidade. Desde a criação em 2013, a Maria Maleta utiliza pele de curtimenta vegetal e biocouro, que são também tratados com produtos com características biodegradáveis. A “No Season” utiliza, à semelhança das anteriores coleções, materiais reciclados como têxteis provenientes de poliéster e plástico, pós-consumo reciclados. «São novidades introduzidas nesta coleção, que evidenciam o conceito de economia circular que a marca tem vindo a defender. Consideramos que um dos fatores mais importante na economia sustentável, é a durabilidade dos produtos, garantidos pela qualidade da pele utilizada», revela Daniela Marques. A marca, criada por Ana Neto e Daniela Marques, propõe malas, mochilas, carteiras e bolsas. «Esta é uma coleção anual, mas intemporal, que vem dar resposta às exigências da era moderna, ao consumo transparente, informado e consciente. O sentido estético prevalece com linhas retas e minimalistas, onde o cuidado da escolha das matérias primas é notório e a transparência da sua composição é referenciada», destaca a cofundadora da Maria Maleta.
3. Pandemia pressiona exportações chinesas
Um órgão do comércio de tecidos na China revelou que o número de empresas que cancelou pedidos de exportação cresce de dia para dia, pressionando cada vez mais as cadeias de aprovisionamento. Baseando-se nos dados do relatório semanal da Federação Têxtil da China, o Conselho Nacional de Têxteis e Vestuário da China (CNTAC, na sigla inglesa) refere que 37% das 242 empresas inquiridas indicaram, a 25 de março, ter assistido a um cancelamento de pedidos de exportação. Além disso, 26,4% relataram que estas encomendas estão 50% abaixo dos níveis pré-vírus. Os funcionários estão numa fase inicial de regresso ao trabalho, após a quarentena imposta em todo o país no início do ano. Contudo, os primeiros desafios que se impõem nas fábricas prende-se com a insuficiência de pedidos, afirma o CNTAC. «Pedidos insuficientes e vendas fracas são as principais dificuldades enfrentadas atualmente pelas empresas. Sob a grave situação de prevenção e controlo global de epidemias, recomenda-se que as empresas organizem cuidadosamente a produção e previnam e controlem ativamente os capitais de risco», alerta a organização. Por outro lado, os exportadores estão a enfrentar situações de mercadorias retidas ou de recusa em serem recebidas do outro lado, aumentando o nível de custos. «O mercado internacional diminuiu significativamente e há um elevado grau de incerteza sobre o impacto na cadeia de aprovisionamento têxtil chinesa. Recentemente, devido ao cancelamento de pedidos, muitas empresas têxteis sofreram um crescimento súbito de stock e uma restrição de receitas», acrescenta o CNTAC. «É recomendável que as empresas façam previsões de acordo com a situação precária do mercado em geral no primeiro semestre do ano, planeiem razoavelmente estratégias de produção e operação, organizem cuidadosamente a carga de produção, inventário de matérias-primas e projetos de investimento, previnam e controlem vigorosamente a cadeia de capitais de risco e se esforcem para manter uma operação estável, a um ritmo lento», acresenta. Vários produtores nos principais países fornecedores de vestuário registaram uma interrupção do seu negócio, devido a atrasos na entrega da matéria-prima e/ou aumento de cancelamentos de pedidos. O Bangladesh prevê uma quebra de 6 mil milhões de dólares (5,51 mil milhões de euros) em pedidos de exportação para o ano fiscal que termina em julho, enquanto as fábricas em Mianmar preveem que dezenas de milhares de trabalhadores do sector de vestuário possam perder o emprego devido à falta de pedidos dos compradores.
4. Gartex Texprocess India adiada para agosto
As questões de saúde pública subjacentes ao surto do novo coronavírus provocaram o adiamento da Gartex Texcoprocess na Índia, planeada para 19 de março em Mumbai, uma decisão que teve o apoio dos expositores e da Denim Manufacturers Association, parceira da Gartex Texprocess India. A edição em Deli segue dentro do cronograma e vai decorrer de 21 a 23 de agosto. O adiamento da feira respeita as indicações da Organização Mundial da Saúde, que solicitou uma reavaliação da situação face à pandemia de COVID-19. Além disso, o Governo indiano suspendeu os vistos temporariamente e aumentou as restrições de entrada no país para estrangeiros, e de acordo com uma declaração emitida pelo Ministro da Saúde Shri Rajesh Tope não serão concedidas permissões para aglomerações públicas no estado de Maharashtra. Em conformidade com as orientações estipuladas pelo Governo indiano, a Messe Frankfurt Trade Fair India Pvt Ldt e a Mex Exhbitions Pvt, entidades responsáveis pela organização do certame, decidiram adiar o lançamento da Gartex Texprocess India 2020. «Depois de várias consultas com os expositores, tivemos que tomar a difícil decisão de adiar o lançamento da Gartex Texprocess India em Mumbai. A saúde dos nossos expositores, visitantes, funcionários e todas as partes interessadas é a nossa prioridade. A situação atual representa um grande desafio para a indústria de todo o mundo e temos que atuar em conformidade com o esforço do Governo local de tomar medidas de precaução para controlar a propagação», assegurou Raj Manek, diretor executivo e membro do conselho da Messe Frankfurt. «Estamos gratos por ter o apoio da indústria e dos nossos expositores, cujos interesses estão no foco desta decisão. Estamos a trabalhar nos próximos passos para agilizar o processo e garantir a continuidade dos negócios para o sector no futuro», acrescentou Gaurav Juneja, diretor da MEX Exhibitions Pvt Ltd.
5. Produtores têxteis dos EUA unem-se para fabricar máscaras
Uma coligação norte-americana de empresas têxteis e de vestuário reuniu forças para construir uma cadeia de aprovisionamento que acelere a produção de máscaras para hospitais, profissionais de saúde e cidadãos que lutam contra o surto do novo coronavírus. Como resposta a um pedido urgente da Casa Branca para produtos médicos, a gigante de fiação Parkdale ajudou a liderar esforços com a Hanesbrands, Fruito of the Loom e outras empresas para montar uma rede de sourcing e impulsionar a fabricação de máscaras. A American Giant, Los Angeles Apparel, AST Sportswear, Sanmar, America Knits, Beverly Knits e Riegel Linen são algumas das entidades que se juntaram à coligação. Todas as empresas afirmam estar a dedicar ativos, recursos e capacidade de produção para o objetivo comum. Deste modo, o consórcio espera produzir até qo milhões de máscaras por semana nos EUA e na América Central e pediu ao Governo que declarasse as instalações de fabricação como «essenciais», para garantir que os trabalhadores não recebam ordens para ficar em casa durante a pandemia.
6. Novo coronavírus pode custar quase 25 milhões de empregos no mundo
Quase 25 milhões de empregos podem ser perdidos em todo o mundo como resultado da pandemia de COVID-19, de acordo com um novo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A análise inicial face ao impacto do novo coronavírus indica que os efeitos vão ser abrangentes e levar milhões de pessoas para o desemprego. O estudo refere ainda que se houver uma «resposta política coordenada a nível internacional, como aconteceu na crise financeira global de 2008 e 2009, o impacto global do desemprego seria significativamente menor». A agência das Nações Unidas pretende que sejam implementadas medidas urgente aplicadas com base em três aspetos: proteger os trabalhadores no local de trabalho, estimular o emprego e a economia e apoiar os postos de trabalho e os rendimentos. As medidas requeridas incluem proteção social, apoio à retenção de postos de trabalho (que se aplica às funções de curta duração, férias remuneradas e outros subsídios) e benefícios financeiros e fiscais, incluindo as pequenas e médias empresas. Além disso, a análise da OIT propõe medidas de política fiscal e monetária bem como empréstimos e apoio financeiros a sectores económicos específicos. Atendendo a vários cenários alusivos ao impacto do novo coronavírus no crescimento global do PIB, as previsões da OIT sugerem um aumento do desemprego global entre 5,3 milhões para um panorama de baixo risco e 24,7 milhões para uma situação de maior risco, com um nível base de 188 milhões em 2019, sendo que a crise financeira global de 2008 e 2009 aumentou o nível do desemprego global em 22 milhões. Estima-se também que o subemprego aumente exponencialmente devido às consequências económicas do surto provocar reduções nas horas de trabalho e também nos salários. O trabalho independente nos países em desenvolvimento, que pode atenuar o impacto da situação, pode não o fazer no panorama atual devidos às restrições de movimentos de bens e pessoas. O aumento do desemprego também se traduz em perdas de rendimento para os trabalhadores que, segundo a análise, podem ser de 792 mil milhões de euros a 3,1 biliões de euros até ao final de 2020. O nível de pobreza no trabalho deverá aumentar «significativamente», já que a «pressão sobres os rendimentos resultante do declínio económico vai devastar os trabalhadores que estejam próximos ou abaixo da linha de pobreza». As previsões assumem que entre 8,8 e 35 milhões de pessoas vão entrar numa situação de pobreza no mundo inteiro, em comparação com o estudo anterior para 2020, que projetava uma baixa de 14 milhões em todo o mundo. «Isto não é apenas mais uma crise global de saúde, é também um grande mercado de trabalho e uma crise económica que estão a causar um grande impacto nas pessoas», garante Guy Ryder, diretor-geral da OIT. «Em 2008, o mundo mostrou-se unido para lidar com as consequências da crise financeira global e o pior foi evitado. Precisamos desta atitude agora», sublinhou. As pessoas com baixos salários, as mulheres e os migrantes fazem parte do grupo de risco, que está mais suscetível a ser afetado pela crise económica por estarem vulneráveis à falta de proteção e direitos sociais. «Em tempos de crise como o atual temos duas ferramentas que podem ajudar a mitigar os danos e a restaurar a confiança. O diálogo social envolvendo todos os trabalhadores e empregadores é fundamental para superar esta crise e as normas internacionais de trabalho que fornecem uma base testada e confiável para respostas políticas que se concentram numa recuperação sustentável e equitativa. Tudo isto precisa de ser feito para minimizar os danos causados às pessoas neste momento difícil», conclui Ryder.