Breves

  1. Novo corante muda de cor só com luz
  2. Alemanha lança selo “verde”
  3. Vietname aumenta exportações em agosto
  4. Roico e Reda produzem tecido de lã com elastano sustentável
  5. Nigéria lança iniciativa para revitalizar o sector do algodão
  6. Amazon antecipa Acordo de Paris em 10 anos

1. Novo corante muda de cor só com luz

Uma equipa de investigadores no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) está a desenvolver um sistema de tingimento especial que pode permitir que os consumidores mudem a cor e o design do seu vestuário e calçado após a compra. Esta tecnologia do Laboratório de Ciência Computacional e Inteligência Artificial do MIT (CSAIL) usa corante reprogramável para que os objetos mudem de cor quando expostos a fontes de luzes ultravioleta (UV) e visível. Denominado por “PhotoChromeleon”, o sistema usa uma mistura de corantes fotocrómicos que podem ser pulverizados ou pintados nas superfícies de qualquer objeto, desde sapatos a capas de telemóvel ou carros, para mudar a sua cor – um processo totalmente reversível e passível de ser repetido indefinidamente. Yuhua Jin, autor principal de um relatório sobre o projeto, explica que «este tipo de corante especial pode permitir uma grande miríade de opções de customização que têm a capacidade de melhorar a eficiência de produção e reduzir o desperdício geral», já que «os utilizadores podem personalizar os seus pertences e a aparência diariamente, sem a necessidade de comprar o mesmo objeto várias vezes, em diferentes cores e estilos». O PhotoChromeleon é uma atualização do sistema anterior “ColorMod”, que recorria a uma impressora 3D para fabricar itens com cores alteráveis. Contudo, a antiga versão apresentava algumas limitações, como a reduzida variedade de tons e a sua fraca resolução. No sentido de contornar estes desafios, foi criada uma mistura de ciano, magenta e amarelo (CMY) numa solução pulverizadora, eliminando a necessidade de impressão meticulosa em pixéis 3D individuais. Cada canal de cor foi, então, controlado pela ativação ou desativação das fontes de luz correspondentes, dependendo da forma como cada tom interagia com os diferentes comprimentos de onda. Após cobrir um objeto com a solução, basta que o utilizador o coloque dentro de uma caixa com um projetor e uma luz UV. Esta luz irá intensificar as cores desde o transparente até à sua saturação máxima e competirá ao projetor proceder à inversão desse processo até se obter o tom desejado. Uma vez que a luz tenha ativado as cores, surgirá o novo padrão – para alterar o design, basta recorrer novamente à luz UV para o apagar. Stefanie Mueller, professora do MIT acredita que «ao oferecer aos utilizadores a autonomia de individualizar os seus itens, podem ser preservados incontáveis recursos e as oportunidades para alterar criativamente as nossas posses não tem fronteiras».

2. Alemanha lança selo “verde”

O governo alemão anunciou, no dia 9 de setembro, a criação do selo têxtil Grüner Knopt (que significa botão verde), uma certificação que indicia que os produtos estão em conformidade com várias normas sociais e ambientais. O Ministério Federal de Cooperação e Desenvolvimento Económico (BMZ), autor do Grüner Knopt, afirma que o sistema é a primeira certificação estatal que impõe requisitos quer aos produtos quer às empresas. Os produtos têm de cumprir os 26 standards sociais e ambientais, que vão desde limites ou proibições aos resíduos químicos à imposição justa de salários mínimos e proibição do trabalho forçado. Além disso, cada participante empresarial é avaliado em 20 outros critérios, que incluem a transparência relativamente aos fornecedores, a qualidade de vida da mão de obra e a eficácia de resposta a potenciais falhas. Atualmente, este selo cobre as duas fases mais importantes da produção: costura e tingimento. Ao longo dos próximos anos, planeia-se a sua expansão para outras fases, tal como o crescimento do algodão, assim como o desenvolvimento contínuo dos critérios sociais e ambientais. O Grüner Knopt conta com o apoio de um conselho consultivo de representantes de empresas, cientistas e sociedade civil e regista já a participação de 27 firmas, com outras 26 em vias de ingresso. O Ministro do Desenvolvimento, Gerd Müller, explica que, deste modo, «toda a empresa é avaliada. Não basta ter alguns produtos “para exibição”. Nenhuma outra certificação aplica tanta profundidade de avaliação». As empresas que já se inscreveram no selo Grüner Knopt incluem a Aldi Nord, Aldi Süd, Brands Fashion, Kaufland, Lidl, Melawear e Rewe Group, além das que estão ainda em fase de análise, como a Hugo Boss, o Grupo Otto e a Socks4Fun.

3. Vietname aumenta exportações em agosto

As exportações têxteis e de vestuário do Vietname cresceram 2,2%, para 3,37 mil milhões de dólares (3,08 mil milhões de euros), durante o mês de agosto, relativamente ao período homólogo do ano passado. Esta tendência tem-se mantido ao longo de todo o ano, acumulando um total de 21,77 mil milhões de dólares durante os primeiros oito meses de 2019, o que significa um aumento de 10,2%. O Departamento Geral das Alfândegas revela que os EUA continuam a ser o maior importador têxtil e de vestuário do Vietname, contabilizando 9,95 mil milhões de dólares até agosto, um crescimento de 9,3% relativamente ao ano passado. Segue-se a União Europeia, com 2,89 mil milhões de dólares, e o Japão, com 2,55 mil milhões de dólares. Por sua vez, a Coreia do Sul absorveu 2,2 mil milhões de dólares, um crescimento de 4,9%, e as exportações da China aumentaram 11,9%, para 1,07 mil milhões de dólares. No que diz respeito às exportações de calçado, desde o início do ano até agosto, registou-se um crescimento de 12,8%, para 98 mil milhões de dólares. Os EUA e a UE continuam a liderar a procura neste grupo de mercadorias, contabilizando conjuntamente 6,7 mil milhões de dólares, uma faturação de 64,2% do total das exportações de calçado do Vietname.

4. Roico e Reda produzem tecido de lã com elastano sustentável

A marca premium japonesa de fibras de elastano Roica fez uma parceria com a fabricante de lã Reda para lançar uma linha de tecidos com elastano, que as empresas afirmam poder elevar a lã merino premium ao seu mais alto nível de sustentabilidade. O tecido Reda Flexo usa a fibra de elastano Roica V550, que está integrada na linha Roica Eco-Smart e tem o certificado Cradle-to-Cradle, decompondo-se no fim da sua vida útil sem deixar qualquer desperdício nocivo. «O Reda Flexo representa uma alternativa inovadora e tecnologicamente avançada, permitindo ampliar horizontes de negócios, abordar fatos de performance feitos à medida tanto para mulheres como para homens, bem como soluções contemporâneas, que são ideais para um público mais jovem», explica a Reda, que acrescenta ainda que este tecido é Smart Stretch, podendo «cobrir diferentes segmentos do mercado da moda, graças à sua natureza tecnologicamente sustentável e de alto desempenho».

5. Nigéria lança iniciativa para revitalizar o sector do algodão

A Nigéria quer revitalizar as suas indústrias de algodão, têxtil e vestuário através de um programa que pode envolver 300 mil agricultores para alcançar 450 mil toneladas de algodão em 26 estados, ao longo dos próximos três anos. Esta iniciativa está inserida no âmbito do programa Anchor Borrowers, gerido pelo Banco Central da Nigéria (CBN), que a tem vindo a promover nas redes sociais desde meados de setembro. O governador do CBN, Godwin Emefiele, divulgou que o banco liderou a importação de sementes de algodão melhoradas, sendo que 6 mil toneladas foram importadas, enquanto outras 2 mil toneladas tiveram origem local, de acordo com o website All Africa. Emefiele acrescenta ainda que «um total de 20 descaroçadoras em sete estados, que incluem Borno, Gombe, Cano, Katsina, Kebbi, Níger e Zamfara, foram identificadas para comprar o algodão financiado pelo banco». Espera-se que no final desta temporada, o rendimento total alcance as 302.440 toneladas.

6. Amazon antecipa Acordo de Paris em 10 anos

Jeff Bezos, CEO e fundador da Amazon, decidiu usar o seu «tamanho e escala para fazer a diferença», assumindo uma nova promessa climática, como parte do compromisso de cumprir o Acordo de Paris dez anos antes do previsto. A Amazon tornou-se a primeira signatária do The Climate Pledge, que lançou em parceria com o grupo Global Optimism, no passado dia 19 de setembro. Este compromisso exige que os participantes cheguem às zero emissões de carbono até 2040 – uma década antes da meta apontada pelo Acordo de Paris. Bezos justifica a decisão explicando que «se uma empresa com tanta infraestrutura física quanto a Amazon – que entrega mais de dez mil milhões de itens por ano – pode cumprir o Acordo de Paris dez anos antes, então qualquer uma o consegue fazer». O CEO já entrou em conversações com vários líderes globais interessados em juntar-se à iniciativa, mostrando que «é altura de investir nos produtos e serviços que os signatários irão precisar para ir ao encontro dos seus compromissos». As empresas que assinem o The Climate Pledge concordam em medir e reportar as emissões de gases com efeito de estufa diariamente, implementar estratégias de descarbonização em concordância com o Acordo de Paris, através de mudanças reais ao nível do negócio e de inovações que aumentem a eficiência e reduzam os consumos não renováveis e o desperdício, e neutralizar quaisquer restantes emissões com compensações adicionais, quantificáveis, reais, permanentes e socialmente benéficas para atingir o nível zero de emissões anuais até 2040. Christiana Figueres, ex-secretária-executiva da ONU para as alterações climáticas e parceira fundadora do Global Optimism acredita que «passos ousados de grandes empresas farão uma diferença enorme no desenvolvimento de novas tecnologias e indústrias para apoiar uma economia de carbono reduzido». Há dois anos, a Amazon assumiu um compromisso de longo prazo de alimentar a sua infraestrutura global com 100% de energia renovável – agora acredita ser possível chegar aos 80% até 2024 e atingir o máximo até 2030. Por outro lado, tem-se dedicado ao lançamento do fundo Right Now Climate, investindo 100 milhões de dólares na restauração e proteção das florestas, lençóis de água e turfeiras em todo o mundo, em parceria com a The Nature Conservancy. A gigante online planeia também chegar aos 10 mil veículos elétricos em circulação até 2022 e aos 100 mil até 2030, economizando 4 milhões de toneladas de carbono por ano até 2030.