O tributo a Karl Lagerfeld inclui uma exposição, que estará patente ao púbico de 5 de maio a 16 de julho de 2023, com cerca de 150 criações do designer, conhecido pelo trabalho que realizou em marcas de renome, especialmente a Chanel, da qual foi diretor criativo de 1983 até à sua morte em 2019.
«Focando-se no vocabulário estilístico do designer, tal como expresso nos temas estéticos que aparecem várias vezes nas suas criações desde os anos 50 à sua última coleção em 2019, a exposição irá colocar em destaque a metodologia de trabalho única do do designer de origem alemã. A maior parte das aproximadamente 150 peças que serão exibidas serão acompanhadas pelos desenhos de Lagerfeld, que sublinham o seu processo criativo complexo e as relações de colaboração com as suas premières, ou costureiras-chefe. As linhas fluídas de Largerfeld unem os seus designs para a Balmain, a Patou, a Chloé, a Fendi, a Chanel e a sua marca epónima, Karl Lagerfeld, criando um corpo de trabalho diverso e prolífico sem paralelo na história da moda», descreve o MET.
Coincidindo com o anúncio do tema da gala do MET, a casa de moda fundada por Karl Lagerfeld, cujos destinos criativos estão atualmente nas mãos de Hun Kim, lançou 77 edições exclusivas da camisa branca, um dos designs mais icónicos do criador. «Cada peça única foi estampada individualmente com os desenhos originais de Karl e assinados manualmente com um número de edição limitada. Além disso, cada camisa é acompanhada por uma caixa de colecionador única, que inclui uma impressão para guardar do atelier de Karl em Paris», explica a Karl Lagerfeld na página dedicada ao evento.
Polémico até depois de morrer
Embora ninguém ponha em causa o trabalho de Karl Lagerfeld, as declarações polémicas que proferiu ao longo da sua vida fazem com que nem todos apoiem esta homenagem.
A atriz Jameela Jamil, que se tem notabilizado também como ativista pelos direitos das mulheres, tem sido uma das vozes contra, lembrando declarações de Karl Lagerfeld como «ninguém quer ver mulheres com curvas», à revista alemã Focus em 2009, ou, em relação ao movimento #MeToo e às acusações de modelos de assédio sexual na indústria da moda, ter dito «se não queres que te puxem as calças, não sejas modelo.
As críticas fizeram-se ouvir também de Kat Tenbarge, jornalista da NBC News, assim como do escritor e poeta Saeed Jones, que numa publicação no Twitter escreveu: «Oooh, as pessoas podem aparecer na passadeira vermelha e recitar as suas citações favoritas de Karl Lagerfeld sobre pessoas gordas, assédio sexual, imigrantes e o Holocausto. Há tanto por onde escolher. Bravo, Anna Wintour. Ótima escolha».
Na última edição, em maio deste ano, a gala do MET teve como tema a moda americana e os seus criadores.