Em pleno centro histórico de Braga, na Rua do Castelo, n.º 63, a loja da Meam espelha o conceito da marca. O ADN industrial traduz-se nas paredes de cimento, que contrastam com a luz trazida pela montra aberta para a rua e pelo colorido da coleção para esta estação quente.
«Adoro esta parte industrial», confessa Maria do Carmo Mendes, co-CEO da Meamstyle e principal impulsionadora da marca Meam, que destaca a “sala de estar” instalada na loja como o seu “cantinho” preferido. «É uma coleção que é produzida numa empresa que é uma fábrica. Automaticamente, a loja não pode ser uma boutique refinada, sofisticada», acrescenta Francisco Rosas, diretor criativo da Meam, que realça ainda a vista de 180º entre interior e exterior, permitindo a «quem passa fora, ver a loja toda».
Esta loja assume também o carácter internacional que a marca tem projetado nas coleções assinadas por Francisco Rosas.

«Não penso em vestir a vizinha do lado. Não é o meu objetivo. Penso vestir a mulher com carácter, que tenha força. Ela pode ser portuguesa, francesa ou inglesa, pode estar em qualquer lado. Tem gosto por sair à rua, sentir-se bem com aquilo que usa e assumir aquilo que usa. Essas são coisas que não têm nacionalidades», aponta Francisco Rosas.
Romaria à loja
A coleção Romaria, para a primavera-verão 2019 tem colorido o espaço, com as t-shirts e sweatshirts com a imagem evocativa da pintora mexicana Frida Kahlo – «um dos bestsellers», revela a diretora de marketing Cristina Maia – a combinarem-se com as saias e vestidos em tons laranja e vermelho, abrindo espaço aos tons mais discretos e ao xadrez preto/branco – «outro bestseller». Colares, pulseiras, brincos e botões de punho de olaria feitos pela artesã barcelense Júlia Côta complementam o look, assim como as cestas em palha, que colocam a modernidade na tradição. O toque final é dado pelo perfume Meam.

«As pessoas estão felizes, dão-me os parabéns, a coleção é bonita, mesmo os lojistas à volta dizem que é diferente, veem e gostam. Está a ser ótimo», afirma Maria do Carmo Mendes. «Acho que está a agradar a muita gente precisamente por ser uma coleção do mundo, não uma coleção nacional», sublinha.
Há cerca de um mês com as portas abertas, a loja da Meam em Braga tem atraído compradores portugueses mas também de diversas nacionalidades, incluindo espanhóis, chilenos, franceses, ingleses, americanos e brasileiros. «Aqui é um sítio de muita passagem de turistas e há histórias engraçadas. No outro dia estava a fazer a montra, de joelhos, e entrou uma senhora polaca que só falava polaco e queria comprar uma camisa. Foi divertido vendê-la enquanto a guia estava à espera», conta Cristina Maia.
«A primeira venda que fizemos foi a uma portuguesa e a segunda foi a uma espanhola, que não comprou mais porque o nosso multibanco decidiu encravar e era semana santa e não havia dinheiro disponível nas caixas de multibanco à volta», revela a diretora de marketing.
«E tem muita piada ver a reação dos homens a parar na montra, onde temos umas calças salmão para homem. Ficam espantados mas param todos. Gostem ou não, acaba por ser uma referência de uma coisa diferente. Acho que com o tempo vamos conseguir ter igual dinâmica no homem», acrescenta.
Para além desta loja própria e da 21 PR Concept Store, em Lisboa, as propostas da Meam estão igualmente à venda em pontos de venda físicos em Coimbra, no Porto e no Canadá, assim como na loja própria online e na plataforma Minty Square.
Atualmente, a marca representa cerca de 5% do volume de negócios da Meamstyle, que, em 2018, rondou os 4,5 milhões de euros, mas o objetivo é «triplicar essa quota» no curto prazo, conclui Maria do Carmo Mendes.