O inquérito, feito junto de 216 empresas de todo o mundo entre 5 e 25 de setembro, revela uma visão mais otimista para o sector: no quarto inquérito, realizado em junho, as empresas esperavam, em média, uma queda de 32% do volume de negócios face a 2019, enquanto agora a queda antecipada é de 16%.
Na Europa (incluindo a Turquia), especificamente, os produtores antecipam atualmente uma descida de 20%, em comparação com aproximadamente 28% em junho. Já na América do Sul, a quebra estimada passou de 30% para menos de 10% e no sudeste asiático de mais de 20% em junho para menos de 10% em setembro.
21% dos inquiridos apontam para um regresso do volume de negócios ao nível pré-crise em 2020, 11% acreditam que vá acontecer mais provavelmente no primeiro trimestre de 2021, 15% no segundo trimestre do próximo ano e 17% referem o terceiro trimestre de 2021. «É importante destacar que 25% das empresas antecipam que o volume de negócios atinja os níveis pré-crise em 2022 e 2023», salienta a ITMF.
No total, para 2021 as empresas inquiridas esperam praticamente uma estagnação (-1%). Nos anos seguintes, revela a ITMF, «as empresas antecipam volumes de negócio mais elevados em comparação com 2019», nomeadamente +9% em 2022, +14% em 2023 e +18% em 2024. «Por outras palavras, a expectativa é que, em média, vai demorar até 2024 para recuperar completamente as perdas sofridas em 2020», sublinha a ITMF.
Capacidade produtiva em queda
A federação questionou igualmente as empresas sobre a sua capacidade produtiva e concluiu que a pandemia levou a «uma redução significativa». 23% dos inquiridos diminuiu a produção em mais de 30% e 19% reduziram entre 20% e 30%. Há ainda 21% que não registaram qualquer alteração e 9% que aumentaram a sua capacidade de produção.
Tal como aconteceu com o quarto inquérito, este novo estudo mostra que os produtores com integração vertical parecem estar a lidar melhor com os efeitos negativos da pandemia do que os outros. Os produtores classificados como “integrados” apontam para uma quebra de 15% do volume de negócios em 2020, um valor mais baixo do que os confecionadores (-16%), as fiações (-17%), os produtores de fibras (-22%), as tecelagens e malheiros (-23%) e as empresas de tinturaria, acabamentos e estamparia (-30%). Na categoria “outras”, que inclui empresas ativas em diferentes segmentos da cadeia de valor têxtil, assim como empresas fornecedoras de químicos, corantes e auxiliares, a expectativa é que a queda do volume de negócios em 2020 se fique pelos 9%.
Lições a tirar
No inquérito constou igualmente uma pergunta sobre as lições aprendidas com esta crise.
«A pandemia de coronavírus provou, de uma forma brutal, o quão importantes são as capacidades digitais quando as interações físicas com os fornecedores ou clientes são impossíveis ou restritas», resume a ITMF. 21% das empresas assinalaram a necessidade de melhorar as suas capacidades digitais.
Entre as outras lições constam a redução da dependência de poucos clientes (18%), a diversificação da oferta de produtos (17%) e o reforço da posição financeira da empresa (17%).