Coltec cresce na casa nova

Nas novas instalações, que triplicaram a área disponível, desde o início do ano, a Coltec antecipa a aceleração do crescimento, quer através do aumento da produção com as tecnologias que já tem dentro de portas, quer com a nova linha de revestimento por extrusão que deve chegar até ao final do ano.

Paulo Neves e Francisco Fernandes

A especialista em revestimentos e laminados fez as mudanças para as novas instalações, que ocupam 6.700 metros quadrados, no início desde ano, num investimento de 4,7 milhões de euros que trouxe novas tecnologias e uma maior capacidade produtiva à empresa.

«Ampliámos o armazém e mesmo a nível laboratorial estamos com outras condições. Temos um laboratório novo, com máquinas que não tínhamos», revela, ao Portugal Têxtil, Paulo Neves, CEO da Coltec.

A capacidade instalada aumentou também, graças a uma nova máquina de laminação com largura de 2,6 metros. «Não é certo dizer que duplicou, mas neste momento aumentou em um terço da capacidade de produção», adianta Francisco Fernandes, diretor de I&D da empresa.

Contas que terão de ser revistas no final do ano, uma vez que está ainda prevista a instalação de uma nova linha de revestimento por extrusão. «Quando recebermos a outra linha, vai ser diferente, vamos ter que fazer outro tipo de cálculo», acrescenta Francisco Fernandes.

Esta nova linha de revestimento por extrusão vai igualmente permitir à empresa, que está a focar-se em aplicações cada vez mais técnicas, somar novos projetos de I&D. «Os mercados em que estamos a tentar entrar com mais força é na indústria automóvel, na área hospitalar e na área do vestuário de proteção», aponta o CEO. «Cada vez há mais procura de diferentes soluções, aplicações específicas que requerem contra-colagens», exemplifica o diretor de I&D.

Uma panóplia de inovações

Na última edição da Techtextil, a Coltec fez questão de mostrar esta diversidade e destacou soluções para diferentes segmentos, desde artigos para a indústria automóvel aos blackouts com poliuretano ou soluções de isolamento para, por exemplo, condutas de ar condicionado.

Para o sector dos têxteis-lar, que representa 60% das vendas, as propostas tiveram um cunho mais sustentável, com a utilização de fios orgânicos e, numa combinação entre os têxteis-lar e a área médica, a empresa desenvolveu um protetor de colchão sensorial, pensado para pessoas acamadas. O protótipo, desenvolvido em colaboração com o Citeve e o CeNTI, «faz a identificação do doente acamado e tem um sistema integrado que apita quando está tempo a mais na mesma posição e necessita de ser mudado», explica Paulo Neves.

Um desenvolvimento que vai, também ele, ao encontro das necessidades do mercado. «Cada vez mais os sistemas de saúde estão a requerer este tipo de têxteis mais técnicos com aplicações focadas no bem-estar das pessoas», garante Francisco Fernandes.

Estabilidade no crescimento

Com 40% de exportação direta, concentrada essencialmente no mercado europeu, nomeadamente França, Bélgica e Espanha, a Coltec tem crescido gradualmente. O efetivo de 42 pessoas tem acompanhado esse crescimento. «Contratámos três pessoas mas vamos ter que meter mais. Até ao fim do ano pensamos contratar mais quatro ou cinco» para a produção e parte comercial, revela o CEO.

Também o volume de negócios tem seguido o mesmo caminho. «2018 foi um ano bom para a Coltec. Aumentámos pouco a produção, mas tendo em conta a crise internacional até não nos podemos queixar muito», assume Paulo Neves, acrescentando que o volume de negócios rondou os 5,5 milhões de euros.

Quanto a 2019, a produção está, até agora, num nível semelhante à do ano passado, mas a expectativa é de expansão. «Esperamos e queremos crescer. No primeiro trimestre houve uma contração no mercado e nós conseguimos manter. Agora esperamos que entre o segundo e o terceiro trimestres já se comece a notar algum crescimento», aponta Francisco Fernandes.

O objetivo é «vendermos mais e tentarmos fugir à concorrência. A Coltec está sempre focada em fazer aquilo que os outros não fazem», resume Paulo Neves.