- Intertextile Shanghai e Yarn Expo em mudança
- Benetton Portugal oferece arco-íris ao iMM
- Hush Puppies caminha pela casa
- Consumidores preferem qualidade
- Insolvências aumentam 11,5% no primeiro trimestre do ano
- Análise preditiva pode impedir exploração laboral
1. Intertextile Shanghai e Yarn Expo em mudança
Com datas programadas para março, as edições de primavera da Intertextile Shanghai Apparel Frabics, a Yarn Expo Spring e a Intertextile Shanghai Home Textiles foram adiadas devido à disseminação do novo coronavírus. Deste modo, a Intertextile Shanghai Apparel Fabrics e a Yarn Expo vão agora juntar-se à Intertextile Shenzhen Apparel Fabrics e à estreia da Yarn Expo Shenzhen, que vão decorrer de 15 a 17 de julho, sendo que os expositores das feiras de Xangai têm a opção de participar nas edições de Shenzhen. No caso da Intertextile Shanghai Home Textiles, que será realizada de 24 a 26 de agosto de 2020, os expositores têm a possibilidade de participar na edição de outono em vez da edição da primavera. «Desde o anúncio do adiamento, a nossa intenção sempre foi concretizar as edições de Xangai de cada feira este ano. Contudo, é lamentável que isso não possa acontecer devido à propagação mundial do vírus. Dada a importância destas feiras para a indústria têxtil global e a nossa vontade de apoiar os esforços do sector para que possa voltar ao normal o mais rapidamente possível, vamos oferecer uma plataforma aos nossos expositores para apresentarem as coleções primavera-verão 2021, bem como a coleção outono-inverno 2021/2022 na Intertextile Shenzhen», revela Wendy Wen, diretora-geral sénior da Messe Frankfurt (HK). O ano de 2020 marca, assim, a primeira edição da Intertextile Shenzhen Apparel Fabrics e a estreia da Yarn Expo em Shenzhen, ambas a abrir porta no Shenzhen World Exhibition and Convention Center. «A reprodução do modelo de sucesso de Xangai em Shenzhen, pela primeira vez em 2020, proporciona a plataforma perfeita para integrar as ofertas da Intertextile Shanghai», afirma Wendy Wen. «Shenzhen é a capital da moda chinesa. Muitas marcas estalecidas e emergentes estão aí instaladas e a cidade também está próxima de várias empresas têxteis das províncias vizinhas e das sedes de muitas marcas globais em Hong Kong. Vamos avançar com mais detalhes sobre o que será oferecido aos compradores e expositores da Intertextile Shenzhen no devido tempo», explica a diretora-geral sénior da Messe Frankfurt (HK).
2. Benetton Portugal oferece arco-íris ao iMM
A United Colors of Benetton decidiu oferecer camisolas com todas as cores do arco-íris à task-force de 100 cientistas voluntários do Instituto de Medicina Molecular (iMM) no combate ao novo coronavírus. O «contributo simbólico» foi atribuído ao iMM, uma vez que a entidade desenvolveu um protocolo para rastrear a presença de coronavírus 2 (SARS-CoV-2), o vírus que provocou o Covid-19. O protocolo do iMM, assinado também pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, vai consentir a análise laboratorial das amostras provenientes de alguns lares de idosos do país. Já em Itália, a Edizione, fundadora da Benetton, contribuiu também para combater a pandemia com a doação de três milhões de euros para apoiar as necessidades e projetos urgentes dos hospitais italianos.
3. Hush Puppies caminha pela casa
A Hush Puppies lançou uma campanha a pensar no período de isolamento causado pela quarentena, que exige conforto, um dos aspetos que a marca pretende reforçar. Deste modo, na compra de um par de sapatos da nova coleção, para a primavera-verão, a Hush Puppies oferece um par de pantufas à escolha do consumidor, uma vez que, segundo a marca, este tipo de calçado é «um dos pontos fortes» da insígnia. As pantufas, que podem ser um «presente especial para um conforto extra» e têm «qualidade assegurada», estão disponíveis desde modelos com sola de borracha a modelos abertos ou em bota.
4. Consumidores preferem qualidade
A paisagem do retalho no Reino Unido está a atravessar um período de alteração de hábitos de compra por parte dos consumidores que, cada vez mais, tendem a preferir peças mais caras e duráveis, onde a reciclagem assume um papel comum. Um estudo da Fashion Retail Academy revela que o número de compradores com foco na sustentabilidade ambiental na Grã-Bretanha subiu um terço em apenas 12 meses, ameaçando o domínio da fast fashion. «A agenda da sustentabilidade capitalizou avanços maciços no mundo durante o ano passado, com ativistas, onde se inclui Greta Thunberg, a chamar a atenção do público e a convencer milhões de pessoas a adotar hábitos de vida mais ecológicos», refere a Fashion Retail Academy. «Por consequência, assistiu-se a uma grande mudança nos hábitos de compra dos britânicos, com mais milhões a privilegiarem a qualidade, em detrimento da quantidade», acrescenta. O estudo destaca que mais de metade dos britânicos (51,4%) estão a optar por peças duráveis, um aumento de 33,8% em relação ao ano anterior, enquanto a proporção de compradores que prefere a fast fashion caiu 46,2%, representando atualmente 14% do total. Além disso, os britânicos apresentam uma menor probabilidade de descartar artigos de vestuário, com quase três quartos (71,3%) a defender a reciclagem, mais 19,4% do que no ano passado. Também o retalho de revenda está a captar uma maior atenção, com 66% dos consumidores a procurar peças em lojas de solidariedade ou em aplicações online de vestuário em segunda mão. As mulheres estão a liderar a revolução sustentável, com uma taxa de compra de peças em segunda mão superior à do sexo masculino em 25,4% e mais 31,4% a reciclar o seu vestuário. «O foco na sustentabilidade foi finalmente adotado pelos consumidores em grande escala e assistimos a uma grande mudança nos hábitos de compra durante o ano passado», afirma Lee Lucas, diretor da Fashion Retail Academy. «Os consumidores estão a afastar-se da fast fashion e há novas vagas a querer investir em artigos de qualidade superior, reconhecendo que preços mais altos podem significar uma maior durabilidade de determinadas peças de vestuário», explica. Em suma, a preferência pela qualidade em detrimento da quantidade é «um reflexo de que os clientes estão cada vez mais atentos ao desperdício de moda e à cadeia de aprovisionamento», conclui.
5. Insolvências aumentam 11,5% no primeiro trimestre do ano
No mês de março, Portugal registou 391 insolvências de empresas, uma quebra de 15,7% face a igual período de 2019. Os dados são da Iberinform, uma filial da Crédito y Caución, que adianta que, no total do trimestre, as insolvências cresceram 11,5 % comparativamente ao ano anterior, com mais 149 ações de insolvência. Lisboa e Porto são os distritos que apresentam números de insolvências mais elevados: 294 (7,7%) e 357 (7,9%), respetivamente. Por sua vez, os maiores decréscimos registam-se na Horta (50%) e Coimbra (33,3%). A liderar as insolvências aparecem as empresas ligadas ao sector da Eletricidade, Gás e Água com 200%, seguida da Indústria Extrativa (100%), Agricultura, Caça e Pesca (63,2%), Hotelaria e Restauração (23,2%), Outros Serviços (23,2%), Comércio e Retalho (20,1%), Comércio por Grosso (14%), Indústria Transformadora (9,7%) e Transportes (1,5%). Só os sectores das Telecomunicações (50%), Construção e Obras Públicas (11%) e Comércio de Veículos (4,4%) apresentam decréscimos. Relativamente à constituição de empresas, março fechou com uma descida de 48% em relação ao período homólogo do ano passado – em termos do trimestre verifica-se uma descida de 25,7% face a 2019, ou seja, menos 4.118 empresas.
6. Análise preditiva pode impedir exploração laboral
Ferramentas como a análise preditiva podem fornecer informações importantes para as cadeias de aprovisionamento das marcas de vestuário para prevenir o os abusos laborais e garantir a segurança de todos os colaboradores nas fábricas, indica a GlobalData. Ainda que os compradores possam cingir-se a uma só empresa para produzir vestuário, as marcas vestuário têm cadeias de aprovisionamento muito complexas e, por isso, têm pouca visibilidade de toda a rede e das subcontratações não autorizadas. Robert Menendez, senador norte-americano, publicou um relatório referente à exploração no local de trabalho em fábricas do Bangladesh, apontando fábricas que não estão registadas e que não se regem pelos padrões de segurança. «Pode ser difícil para uma marca gerir o que acontece nas fábricas fornecedoras. Muitas têm os sistemas adequados em termos de auditoria e das melhores práticas nessas fábricas fornecedoras», afirma Hannah Abdulla, responsável de vestuário da GlobalData. «O problema é quando se envolvem fornecedores terciários, quer seja numa fábrica menor não registada ou de um trabalhador em casa. Frequentemente é aqui que as questões de abusos laborais e falta de segurança se revelam. É aqui que o trabalho forçado prospera. É aqui que entra o risco para a marca», explica. De acordo com a GlobalData, existem várias medidas que as marcas podem e devem seguir para proteger os trabalhadores a as próprias cadeias de aprovisionamento. Deste modo, além de fomentar parcerias com uma operadora local pode ajudar a garantir a conformidade, para que a marca possa trabalhar de forma ética e segura, as fábricas podem aplicar a análise preditiva. Exemplo disso é a Elevate, fornecedor de serviços para cadeias de aprovisionamento, de Hong Kong, que está a cooperar com o the Global Fund to End Modern Slavery (GFEMS) no desenvolvimento de um modelo preditivo que identifica fornecedores de terceiros na indústria de vestuário indiana, que subcontratam empresas irregulares. O objetivo é identificar correlações-chave entre a demografia da fábrica e o perfil de conformidade, e as provas de subcontratação, para construir um algoritmo preditivo capaz de identificar fornecedores não conformes, com maiores riscos de trabalho forçado entre os seus fornecedores. «O apetite por moda entre consumidores está a aumentar e as marcas vão ter de responder a essa procura, o que significa inevitavelmente mais fornecedores externos. Com os fabricantes com pressão crescente a entregar encomendas em prazos cada vez mais curtos, é provável que procurem fornecedores de terceiros que nem sempre são conformes», admite Hannah Abdulla. «Inovações diruptivas como esta [da Elevate], que permitem que as marcas observem toda a cadeia de aprovisionamento, podem realmente permitir que uma empresa declare com confiança estar a operar com responsabilidade e ética», reconhece.