- AccuMark 13 da Gerber já está no mercado
- Karl Mayer compra Stoll
- Coronavírus favorece ITV da Turquia
- Luta contra poluição por plástico ganha guia
- Burberry lança ferramenta de Realidade Aumentada
- Vietname beneficia de acordo com a UE
1. AccuMark 13 da Gerber já está no mercado
A mais recente versão da plataforma de design AccuMark já chegou ao mercado e, de acordo com a Gerber Technology, pode ajudar a reduzir o tempo necessário para 48 horas e permitir até menos 40% de desperdício de materiais. Além do AccuMark, a multinacional de origem americana lançou igualmente em fevereiro os módulos AccuMark 3D, AccuNest e AccuPlan, que oferecem melhores condições para tornar mais eficiente o processo de design e desenvolvimento ao permitir aos designers editarem diretamente em ambiente 3D. Os utilizadores conseguem visualizar toda a coleção em múltiplas opções de tecidos e tonalidades, ao mesmo tempo que validam o estilo e o ajuste, usando o mesmo modelo, sem terem de fazer uma única amostra física, segundo a Gerber Technology. «Depois de termos falado com os nossos clientes, concluímos que estavam a gastar milhões de dólares e inúmeras horas a fazerem milhares de amostras por ano», explica Melissa Rogers, vice-presidente sénior e diretora-geral de software. «Por isso, para esta versão, melhoramos completamente o nosso fluxo de trabalho em 3D para que os nossos clientes conseguissem validar os seus designs sem terem de gastar tempo precioso e dinheiro a fazerem amostras físicas, para um trabalho mais eficiente», acrescenta. A Gerber acrescenta que este lançamento do AccuMark irá «ajudar a ultrapassar as expectativas dos clientes em termos de rapidez, sustentabilidade e qualidade ao diminuir o tempo de produção de três semanas para 48 horas, ao mesmo tempo que reduz o desperdício de materiais em até 40%».
2. Karl Mayer compra Stoll
A construtora de maquinaria têxtil Karl Mayer está a expandir o seu potencial de crescimento tecnológico com a aquisição da construtora de teares de malhas retilíneas Stoll Group. A aquisição, assinada no passado dia 26 de fevereiro e feita por um valor não divulgado, entrará em vigor a 1 de julho. «A compra é um passo importante na nossa estratégia de crescimento e estamos orgulhosos por integrar a Stoll no nosso grupo», indica, citado pelo just-style.com, o CEO da Karl Mayer, Arno Gärtner. «A Stoll é uma marca reconhecida internacionalmente na indústria têxtil e tem um conhecimento tecnológico abrangente e uma equipa experiente no sector da tricotagem», acrescenta. A Stoll, que emprega cerca de mil pessoas, acredita que irá beneficiar do posicionamento mundial das vendas, serviços e unidades de construção da Karl Mayer e de oportunidades de desenvolvimento conjunto, nomeadamente no campo das soluções digitais. «Esta aliança junta duas marcas muito fortes na construção de máquinas têxteis, cujos portefólios de soluções e presença regional se complementam de forma brilhante», considera Andreas Schellhammer, CEO da Stoll. «Isto vai permitir-nos expandir e acelerar a nossa estratégia de inovação nas áreas da digitalização e tecnologia e reforçar a nossa presença mundial. Os nossos clientes serão capazes de beneficiar diretamente disto e aumentar a sua competitividade numa indústria têxtil dinamicamente em mudança», sublinha. A Karl Mayer oferece soluções de tricotagem e tecelagem para a área da moda, assim como para têxteis técnicos, com mais de 2.300 funcionários em todo o mundo. A marca Stoll irá manter-se inalterada dentro do grupo.
3. Coronavírus favorece ITV da Turquia
Os produtores têxteis turcos estão alegadamente a lidar com um influxo de encomendas devido ao surto de coronavírus na China. Segundo a Andolu Agency, citada pelo just-style.com, o presidente da Associação de Produtores Turcos de Vestuário, o sector está já com 85% da sua capacidade ocupada e espera que 1% a 2% das encomendas perdidas na China deverão ser deslocalizadas para a Turquia. «Esperamos um aumento de 10% nas exportações de vestuário», indica Hadi Karasi, mas adverte que o sector não pode aceitar encomendas significativamente superiores devido a restrições de capacidade. «O aumento de capacidade é obrigatório. Além disso, devemos renovar a tecnologia e completar a transformação digital», acrescenta. Em 2019, as exportações totais de vestuário da Turquia subiram em valor 0,4%, para 17,7 mil milhões de dólares (cerca de 15,9 mil milhões de euros). Contudo, em seis dos seus 10 maiores mercados de exportação, os volumes de envios desceram, incluindo na Alemanha, Reino Unido e Espanha, os três maiores. O presidente da Associação de Exportadores de Vestuário de Istambul, Mustafa Gultepe, indica que espera que as exportações do país deverão atingir 19 mil milhões de dólares este ano, mais 1,3 mil milhões de dólares do que no ano passado. O mesmo objetivo tinha sido delineado no final de 2018 para 2019, mas não foi atingido.
4. Luta contra poluição por plástico ganha guia
A consultora suíça Quantis e o centro de eco-design Shaping Environmental Action: EA lançaram o que afirmam ser uma metodologia de base científica para mapear e medir a libertação de plástico ao longo da cadeia de valor. O Plastic Leak Project fornece aos diretores de sustentabilidade e decisores das empresas um guia para compreenderem onde e quão vasta é a libertação de plástico, criando uma fundação para a criação de «estratégias e ações com impacto» que respondam de forma efetiva à poluição por plástico, ao mesmo tempo que mitigam os principais riscos para os negócios. As diretrizes no guia agora publicado foram desenvolvidas nos últimos 12 meses em parceria com cerca de 35 parceiros, incluindo a Adidas, a Cotton Inc, a The Woolmark Co e a Decathlon, e estão pensadas para ajudar as empresas a minimizarem os riscos e a criarem resiliência na cadeia de aprovisionamento, descobrindo oportunidades para inovação, reforço da reputação da marca e criação de confiança, com informação comprovada por métricas robustas. «Os consumidores e os investidores esperam que as empresas tomem medidas e estão dispostos a deixar cair marcas que não o façam», explicam a Quantis e a EA. «Em resposta, as empresas estão a fazer compromissos ousados para reduzir a perda de plástico. A atual avaliação do ciclo de vida, uma ferramenta-chave que as empresas usam para avaliar os impactos ambientais dos seus produtos e negócios, não contabilizam o plástico enquanto poluente, o que significa que as empresas não conseguem identificar quando ou onde está a ocorrer a poluição com plásticos. Como resultado, muitas das suas políticas e esforços feitos até à data têm sido baseados em emoções e pressão em vez de na ciência», acrescentam. O guia fornece um quadro de trabalho para avaliar a libertação e transferência de plástico para o ambiente natural. «As empresas conseguem ver onde está a ocorrer a libertação nas suas cadeias de valor globais, assim como quantificar a perda de plástico e taxas de libertação. As métricas fornecem às empresas uma estimativa do plástico colocado no ambiente (em termos de peso), como oceanos e outros ecossistemas, incluindo em água doce, solos e outros ambientes terrestres». O método de cinco etapas envolve identificar os principais pontos de libertação de plástico ao longo da cadeia de aprovisionamento, avaliar onde a empresa se situa em termos de perda de embalagens e como se compara com os pares, definir uma estratégia baseada em métricas, criar um plano de ação para atingir os objetivos e comunicar o progresso.
5. Burberry lança ferramenta de Realidade Aumentada
A casa de moda britânica introduziu recentemente uma nova ferramenta de compra com Realidade Aumentada (RA), através da tecnologia da Google, para transmitir aos consumidores informações acerca dos produtos da marca antes do momento da compra, mediante a simulação da experiência numa loja física. Quando procurarem artigos da Burberry no motor de busca da Google com os seus smartphones, os clientes serão capazes de visualizar a versão de RA do artigo que desejam, à mesma escala de outros objetos reais. «A fase de inspiração do processo de decisão de compra tem vindo a tornar-se cada vez mais relevante para os consumidores de marcas de luxo. A Burberry está continuamente a apostar em inovação digital, como RA, para criar uma experiência mais satisfatória e melhorar o comércio de produtos de luxo», explica a marca, em comunicado. Esta tecnologia encontra-se atualmente disponível no Reino Unido e nos EUA, prevendo-se, nos próximos meses, uma expansão a nível global para uma grande variedade de produtos. Por seu lado, a Asos também já introduziu a RA para facilitar a tomada de decisão do consumidor. Em janeiro, a insígnia tornou-se na primeira retalhista na Europa a experimentar uma nova ferramenta de RA, com a qual o consumidor é capaz de visualizar uma simulação de uma peça de vestuário em diferentes tamanhos e formas de corpo.
6. Vietname beneficia de acordo com a UE
As exportações de têxteis e vestuário do Vietname deverão ter um impulso adicional do acordo de comércio livre entre o país e a União Europeia (UE), que está, segundo a GlobalData, mais perto de ser aprovado. O acordo pode estar pronto em julho, depois do comité de comércio do Parlamento Europeu ter dado luz verde no final de fevereiro. Isso abre caminho para vá a votação no Parlamento, antecipando-se a aprovação em maio. Michelle Russel, correspondente de vestuário da GlobalData, «o Vietname é o segundo maior parceiro comercial da UE na Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), a seguir a Singapura, com o comércio de bens num valor superior a 50 mil milhões de dólares. E o vestuário compõe uma grande parte das importações do Vietname para a UE. Atualmente, apenas 42% das suas exportações para a Europa usufruem de zero taxas, mas quando o acordo de comércio livre estiver em vigor, virtualmente todas as taxas serão eliminadas na próxima década, permitindo ao Vietname aumentar substancialmente as exportações de têxteis e vestuário para a região». Em 2018, a UE importou 3,97 mil milhões de dólares (cerca de 3,57 mil milhões de euros) de vestuário do Vietname, um aumento de 5,4% face ao ano anterior. O vestuário representa 9,2% das importações totais da UE provenientes do Vietname – ou 3,9% das importações extra-UE (que exclui o comércio entre estados-membro da UE). Contudo, embora o Vietname esteja numa forte posição para beneficiar do acordo, há preocupações com uma potencial falta de capacidade produtiva e de mão de obra no sector têxtil e de vestuário do país, à medida que as encomendas aumentam. Para além do acordo de comércio livre com a UE, o Vietname é também signatário do pacto comercial para uma Parceria Transpacífico. Além disso, há uma procura extra por parte de marcas e retalhistas dos EUA, que estão a transferir o sourcing da China para o Vietname por receio do aumento das taxas no comércio entre os EUA e a China. Isso pode também significar que as empresas de vestuário da UE e dos EUA terão de concorrer de forma mais intensiva pela capacidade produtiva no Vietname, resultando em custos de sourcing mais elevados e riscos potencialmente em termos de responsabilidade social. «O Vietname tem um enorme potencial para aumentar o seu poder de sourcing mas falta-lhe recursos e capacidades de países de aprovisionamento mais desenvolvidos como a China. Se o país conseguir responder a algumas dessas áreas, vai ir longe a ajudar a aumentar as exportações na próxima década», resume Michelle Russel.