Yue Yuen imune à greve

A Yue Yuen, um dos maiores produtores mundiais de calçado de desporto, indicou que os trabalhadores em greve na sua unidade de produção na cidade de Dongguan, na província de Guangdong, regressaram aos seus postos de trabalho, sendo no entanto necessário algum tempo para que a fábrica regresse à sua plena capacidade. Na semana passada, os meios de comunicação locais noticiaram que cerca de 7.000 trabalhadores da unidade da Yue Yuen levaram a cabo um protesto massivo devido ao corte de salários e despedimentos forçados. «O impacto é mínimo», indicou um porta-voz da Yue Yuen. «A Yue Yuen tem uma força de trabalho de cerca de 330 mil trabalhadores e os trabalhadores desta unidade representam menos de 3%. O nosso entendimento é que tudo está de volta ao normal mas vai demorar algum tempo antes da capacidade de produção regressar aos 100%», acrescentou. Quatro trabalhadores contactados pela Reuters indicaram, contudo, que a greve durou praticamente até à passada quarta-feira, dia 23 de Novembro, com apenas uma pequena parte dos trabalhadores a regressar a algumas linhas de montagem na quinta-feira. «Ainda não recebemos promessas substanciais da administração… Regressei ao trabalho hoje mas outros trabalhadores estão ainda em greve», indicou um dos trabalhadores, de apelido Chen, ao telefone. As fracas exportações causadas pela incerteza na economia mundial atingiram muitas fábricas no centro de exportações chinês da província de Guangdong, colocando centenas de milhares de postos de trabalho em risco. O porta-voz da Yue Yuen admitiu que a empresa está com dificuldades em aumentar os salários dos trabalhadores como fez nos últimos três a quatro anos devido ao aumento dos custos operacionais, indicando que há «um desencontro de expectativas». Com os salários em Guangdong a serem cerca de 20% a 30% mais elevados do que noutras províncias, muitos produtores estão a tentar deslocalizar as suas unidades de produção para províncias mais interiores e para outros países asiáticos. O sector de produção na China encolheu na maioria dos 32 meses até Novembro, dando sinais de abrandamento económico, revela um estudo preliminar da PMI, reavivando receios de que a China possa estar a dirigir-se para uma “aterragem difícil”. Apesar disso, a Yue Yuen indicou que as suas previsões de negócio ainda são positivas. «Fazemos calçado de desporto para muitas marcas e as nossas vendas têm permanecido estáveis. Não esperamos grandes mudanças (no ambiente de negócio) nos próximos meses», indicou o porta-voz.