Se o prestigiado The Economist apoia Obama por ver neste candidato o Presidente ideal para recuperar a confiança norte-americana, o New York Times pela sua conquista, batalha após batalha, de uma imagem de liderança e de agente da mudança e a Esquire pela sua individualidade, o Portugal Têxtil apoia-o pela sua posição sobre o comércio justo. A uns meses do fim das quotas de importação dos têxteis chineses nos Estados Unidos da América, o candidato democrata deixou claro em diversas declarações que a sua administração irÁ monitorizar de perto as importações de têxteis e vestuÁrio chineses (ver Obama promete controlar importações chinesas). Obama vai ainda mais longe: defende claramente a indústria têxtil e do vestuÁrio do seu país ao promover a compra de produtos americanos, ao reforçar os fundos destinados ao combate às prÁticas de comércio internacional não igualitÁrias e levarÁ a cabo todos os esforços diplomÁticos necessÁrios para impedir a manipulação da moeda chinesa tendo em vista a competitividade artificial das suas indústrias. O democrata anuncia também no website oficial da sua campanha que irÁ lutar contra os benefícios fiscais atribuídos a empresas em processo de deslocalização para a Ásia, canalizando esses fundos para a criação de riqueza e postos de trabalho no seu país. Certo é que da teoria à prÁtica vai uma grande distância, mas a convicção dos discursos de Barack Obama levam todos, um pouco por todo o mundo, a acreditar que estaremos perante uma nova espécie de políticos, desligados de lóbis e abertos à implementação dos seus ideais. A Indústria Têxtil Americana emprega actualmente cerca de 700.000 pessoas e exportou, em 2007, cerca de 17 mil milhões de dólares. A produtividade do sector aumentou 50% nos últimos 10 anos. Os trabalhadores têxteis americanos ganham, em média, mais 126% do que os trabalhadores do retalho de moda do mesmo país (524 dólares contra 222 por semana). Além da esperança que as políticas de Obama possam fortalecer as prÁticas de comércio justo e o respeito pelos direitos dos trabalhadores e pelo meio ambiente junto dos nossos concorrentes asiÁticos, a sua prestação durante toda a campanha é inspiradora de um novo enquadramento mundial necessÁrio nestes tempos incertos e conturbados. Barack Obama fez assim uma campanha com mais estilo, inteligência e disciplina que o seu oponente. Apesar de ainda não termos observado o seu pleno potencial, Obama parece merecer a presidência da nação americana.