As pequenas marcas emergentes que estiveram presentes na feira tecnológica Computex em Taiwan insistiram na importância do estilo e da simplicidade face a uma miríade de ferramentas, no seguimento do lançamento do Apple Watch. O smartwatch da Apple é compatível com os iPhones da marca americana de tecnologia, permitindo aos utilizadores receber chamadas, verificar emails e aceder a aplicativos móveis, sem que tenham de aceder aos seus telemóveis. Simultaneamente, disponibiliza monitorização de fitness, música, visores personalizáveis e surge em diferentes cores e estilos. «No contexto da tecnologia de consumo, os smartwatches são a nova grande categoria desde os tablets», afirma Daniel Matte, analista da firma Canalys. «O Apple Watch marcou a categoria e definiu o benchmarking a seguir por outros vendedores», acrescenta.
A Canalys prevê 20 milhões de expedições de modelos Apple Watch em 2015. «Outras empresas para além da Apple estão a melhorar o seu design, de forma a ser mais elegante e de qualidade superior, mas o Apple Watch ainda tem uma vantagem de design significativa», considera Matte. Diversos relógios inteligentes estão já no mercado, lançados por importantes concorrentes, incluindo Samsung, Sony, LG e Motorola, e mais recentemente a Asus, que lançou o novo relógio ZenWatch 2 Android Wear na Computex. Porém, nomes menos conhecidos estão também a seguir o mote da Apple, procurando criar o seu próprio rumo. «O Apple Watch é publicidade gratuita para marcas menos conhecidas como a nossa, fazendo com que as pessoas fiquem mais interessadas em smartwatches», refere Christopher Arathoon da marca americana Omate, que lançou o seu primeiro relógio inteligente em 2013.
Os relógios da Omate são focados na vertente da moda, conectáveis a telefones com sistemas operativos Android e iOS, permitindo aos utilizadores escolherem quais as notificações que pretendem receber. «Os Apple Watch são bons mas são demasiado complicados», aponta Arathoon. «Nós simplificamos os nossos relógios e tornamo-los mais elegantes e acessíveis».
A marca taiwanesa Noodoe, dedicada à criação de relógios inteligentes, investe também na simplicidade. A discreta pulseira preta é apresentada como o «oposto do Apple Watch» mas promete ajudar os utilizadores a potenciarem a sua expressão própria, permitindo a inserção de desenhos concebidos manualmente pelos utilizadores nos visores dos relógios. «A maioria dos wearables dos últimos dois anos são cada vez mais focados nas ferramentas», afirma John Wang, fundador da empresa e antigo executivo da HTC. «O que estamos a tentar reconhecer é que os acessórios de pulso sempre estiveram relacionados com expressão própria.
De certa forma, a Noodoe é mais semelhante à Swatch do que à maioria dos wearable existentes no mercado atualmente», acrescenta. Os restantes wearables que marcaram presença na Computex, incluem acessórios de cabeça capazes de ler a mente e anéis que podem salvar vidas. Os acessórios de cabeça produzidos pela Neurosky, sediada em Sillicon Valley, que utiliza sensores EEG (eletroencefalografia) na leitura da atividade cerebral, já se encontram no mercado e serão usados no novo jogo da saga Star Wars, The Force Trainer II, lançado em setembro, no qual os utilizadores podem imaginar e controlar um holograma. Menos intrusivo é um anel de cerâmica Keydex NFC Ring, produzido em Taiwan, que permite o armazenamento de dados.
Recentemente, introduziu o novo modelo SOS, que armazena a informação médica do utilizador e pode ser acedida em caso de emergência com um simples toque no smartphone. A empresa ChiSip apresentou a mais recente versão de óculos inteligentes, que estão a ser utilizados em galerias de arte em Taiwan e na Europa. Os utilizadores observam um quadro e, através de reconhecimento da imagem, surge um texto explicativo sobre a peça no visor. Os óculos podem, também, ser conectados a uns auscultadores para que os utilizadores possam ver e ouvir os filmes e vídeos apresentados.