Volume de negócios aumenta e produção diminui

De acordo com a análise dos dados preliminares disponíveis no Instituto Nacional de Estatística (INE), o défice da balança comercial de Portugal ficou cifrado em 9,12 mil milhões de euros no conjunto dos quatro primeiros meses de 2022.

Este valor evidencia um acréscimo de 118,6% em relação ao défice da balança comercial registado em igual período de 2021. Esta evolução reflete uma subida de 18,0% no total das exportações portuguesas de bens, enquanto as importações cresceram 34,9% no conjunto do período de janeiro a abril.

Excluindo os “combustíveis e lubrificantes”, o défice da balança comercial de Portugal situou-se em 5,70 mil milhões de euros no primeiro quadrimestre do ano, evidenciando um agravamento de 89,9% em relação ao valor registado em 2021. Este resultado surge na sequência de uma subida de 15,2% nas exportações e de um acréscimo de 25,2% no valor das importações. Excluindo os produtos energéticos, e com base na perspetiva dos desempenhos por região, verificou-se, no conjunto do período de janeiro a abril, uma subida homóloga de 17,5% no valor das exportações destinadas ao mercado intracomunitário, enquanto as exportações destinadas ao mercado extracomunitário cresceram 9,0%. Do lado das importações de Portugal, as provenientes de mercados intracomunitários registaram uma subida de 20,9%, enquanto as provenientes de origens extracomunitárias aumentaram 43,0%.

Análise do CENIT com base nos dados do INE

Em termos específicos para a indústria têxtil e vestuário, analisando a evolução em período homólogo do índice de volume de negócios na indústria (INE) para o mês de março de 2022, a análise do CENIT evidencia uma subida de 14,2% no sector têxtil e uma subida de 13,7% no sector de vestuário. Ao nível das indústrias transformadoras foi registada uma subida de 21,4% em relação ao mês de março de 2021. Em termos da evolução em cadeia, foi evidenciada uma subida de 15,3% no sector têxtil e uma subida de 9,5% no sector de vestuário, sendo registada uma subida de 16,5% nas indústrias transformadoras.

Análise do CENIT com base nos dados do INE

Relativamente à evolução em período homólogo do índice de produção industrial (INE) para o mês de março de 2022, evidencia-se uma descida de 10,8% no sector têxtil e uma descida de 5,4% no sector de vestuário. Ao nível das indústrias transformadoras foi registada uma quebra de 0,3% em relação ao mês de março de 2021. Em termos da evolução em cadeia, foi evidenciada uma subida de 9,9% no sector têxtil e uma subida de 15,7% no sector de vestuário, tendo-se verificado uma subida de 11,6% nas indústrias transformadoras.

Emprego com subida

Os dados para a variação homóloga do índice de emprego na indústria (INE) evidenciaram em março de 2022 uma subida de 2,2% no sector têxtil e uma subida de 2,0% no sector de vestuário. Nas indústrias transformadoras foi registada uma subida de 3,2%. Relativamente à variação em cadeia, entre os meses de fevereiro e março, o índice de emprego na indústria aumentou 0,4% no sector têxtil e diminuiu 0,1% no sector de vestuário, tendo registado um crescimento de 0,6% nas indústrias transformadoras.

Análise do CENIT com base nos dados do INE

De acordo com os dados do INE para a variação homóloga do índice de horas trabalhadas na indústria, foi registada em março de 2022 uma descida de 0,7% no sector têxtil e uma subida de 7,1% no sector de vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras verificou-se uma subida de 3,2% em relação a igual período de 2021. Ao nível da variação em cadeia, entre fevereiro e março de 2021 foi registada uma subida de 7,1% no sector têxtil e um crescimento de 6,5% no sector de vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras verificou-se uma subida de 7,8%.

O índice de preços na produção industrial (INE), registou em termos homólogos no mês de abril de 2022 uma subida de 12,2% ao nível do sector têxtil e um aumento de 1,0% no sector de vestuário, em relação a igual período de 2021. Este indicador registou uma subida homóloga de 22,8% ao nível das indústrias transformadoras em abril, uma tendência que os dados preliminares do INE indicam que se terá mantido no mês de maio. Na variação em cadeia, entre os meses de março e abril verificou-se uma subida de 1,3% no sector têxtil e uma descida de 0,4% no sector de vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras o índice registou um crescimento de 3,3%.

Análise do CENIT com base nos dados do INE

Relativamente à variação homóloga do índice de preços no consumidor (INE), foi registada no mês de maio uma subida de 4,3% ao nível dos têxteis de uso doméstico e uma subida de 0,2% nos artigos de vestuário. Analisando a evolução em cadeia, na comparação com o mês de abril, foi registada em maio uma subida de 1,0% nos têxteis de uso doméstico e uma subida de 0,9% nos artigos de vestuário.

O indicador de clima económico do INE registou em maio (+2,0%) a manutenção da perceção positiva do clima económico por parte das empresas, evidenciando, contudo, uma descida em relação ao mês anterior (+2,2%). Por seu lado, o indicador de confiança da indústria transformadora do INE ficou em valores negativos no mês de maio (-2,2%), reforçando a tendência verificada em abril (-0,6%).