O Comissário Europeupara oComércio Peter Mandelson prometeu tomar as medidas necessárias em caso de um aumento extraordinário de têxteis chineses na UE após a expiração, no início de 2008, das quotas de importação actualmente em vigor. «A Comissão irá vigiar as importações de têxteis provenientes da China a um ritmo tão próximo do tempo real quanto possível», prometeu Mandelson no Parlamento Europeu, em resposta às questões levantadas pelos eurodeputados sobre o futuro da indústria têxtil na Europa. «Em caso de aumento súbito das importações têxteis chinesas, a Comissão está pronta para usar todos os instrumentos à sua disposição, se a situação o exigir», acrescentou. Estas quotas, que foram reintroduzidas em Junho de 2005 para proteger a indústria europeia de uma entrada massiva de produtos, serão levantadas e substituídas a 1 de Janeiro de 2008 por um sistema conjunto (UE e China) de vigilância das importações. Um aumento das importações têxteis «pode acontecer» e a Comissão, por princípio, «não se opõe a trocas mais volumosas» sublinhou Peter Mandelson. «Contamos com o sistema de co-responsabilidade com a China para uma transição suave», acrescentou. Após o levantamento das quotas, a Comissão Europeia e Pequim decidiram instaurar um sistema conjunto de vigilância que irá funcionar durante um ano, para reagir em caso de afluxo muito elevado de t-shirts ou calças chinesas, como o que aconteceu em 2005. Mandelson sublinhou que a Comissão vai continuar a ter como prioridades da sua política comercial para a China a promoção de um melhor acesso ao mercado chinês e uma melhor protecção contra a contrafacção. O Comissário insistiu que os produtores europeus de têxteis não «pediram um prolongamento das quotas», pois consideram que «a sua competitividade depende mais de uma acção eficaz sobre a contrafacção e sobre o acesso ao mercado» chinês, acrescentou. «Considero a questão dos produtos têxteis como emblemática dos problemas maiores que temos com a China», sublinhou o comissário. «Queremos o mesmo tratamento igualitário e justo no mercado chinês que os produtores chineses recebem da nossa parte», afirmou. Apesar dos esclarecimentos, os eurodeputados mostraram-se ainda muito reticentes quanto a este sistema, considerando que o mesmo poderá ser insuficiente. «A nossa inquietação prende-se com a forma como este sistema comum de vigilância será posto em prática», declarou a deputada europeia conservadora Tokia Saïfi, acrescentando que é preciso «responsabilizar a China» mas também «ter vontade política para criar um quadro competitivo para as indústrias têxteis europeias». «Queremos medidas para a protecção do emprego e para proteger outros sectores ligados ao têxtil», exigiu, por seu lado, o eurodeputado português do PCP, Pedro Guerreiro. Numa resolução aprovada a 13 de Dezembro, cujo valor é meramente indicativo, o Parlamento Europeu solicitou à Comissão que «garanta a implementação apropriada» do sistema de vigilância conjunto das exportações e que «avalie os resultados antes do fim do primeiro trimestre de 2008», para que se «dê conta rapidamente dos efeitos perturbadores de um aumento das exportações têxteis».