VF modera expetativas

A produtora de vestuário norte-americana admitiu que o volume de negócios deste ano deverá ficar abaixo das expetativas a longo prazo, com a performance a ser afetada pelo tempo quente fora da estação que está a prejudicar as vendas da marca The North Face, em combinação com as débeis condições económicas na Europa. «Esperamos que o volume de negócios aumente aproximadamente 6%, o que nos irá levar à marca dos 11,5 mil milhões de dólares (8,72 mil milhões de euros). Mas deixem-me esclarecer uma coisa, a VF não é uma empresa de 6% de crescimento, é uma empresa de 10% de crescimento», afirmou o presidente e CEO da VF Corp, Eric Wiseman, aos analistas. «Em 2013, há dois fatores externos a pesarem no crescimento, ambos bem conhecidos. Primeiro, e pela segunda vez consecutiva, o inverno anormalmente quente, que está a afetar a nossa maior marca, a The North Face; e segundo, as fracas condições económicas na Europa, que representa 22% do volume de negócios da VF. Além disso, não temos aquisições previstas no nosso plano para este ano. Depois de 2013, a nossa confiança no poder do portefólio da VF para conseguir um crescimento de 10% do volume de negócios continua elevado», apontou Wiseman. As declarações surgem numa altura em que a empresa registou um aumento de 32% no lucro do quarto trimestre, impulsionado pelo crescimento das vendas nas divisões de outdoor e sportswear, combinado com melhores margens brutas. A VF Corp divulgou que o lucro ajustado atingiu os 344 milhões de dólares no trimestre terminado a 29 de dezembro, em comparação com os 262 milhões de dólares no mesmo período do ano anterior. O volume de negócios cresceu 4% para 3 mil milhões de dólares no trimestre. As margens brutas também melhoraram 75 pontos base no ano completo, para 46,5%, e deverão continuar a progredir favoravelmente em 2013. Wiseman indicou que as margens brutas devem aumentar quase 100 pontos base para 47,5% este ano, colocando a empresa muito perto do seu objetivo de 2015 dois anos antes do previsto. O diretor financeiro Robert Shearer atribuiu os aumentos à mudança no mix da empresa para negócios com margens mais elevadas – através do crescimento da sua presença no retalho e com a expansão do negócio de comércio eletrónico nas marcas lifestyle com margens maiores. «A dinâmica positiva de expandir as margens brutas impulsionada pelo ritmo mais rápido de crescimento nos nossos negócios com maiores margens tem sido, e continua a ser, uma componente-chave na história de crescimento do lucro da VF tanto em 2013 como nos próximos anos», referiu. As vendas de jeanswear cresceram 4% no trimestre, com um incremento no negócio nas Américas, incluindo na América Latina. Contudo, a Lee continua a enfrentar pressões, tanto nos EUA como no estrangeiro, com «uma dinâmica difícil nos grandes armazéns de nível médio, fracas condições económicas na Europa e um aumento dos inventários dos retalhistas na China», enfatizou Shearer. A divisão também registou uma melhoria significativa na rentabilidade, com as margens operacionais a atingirem os 17,9%. A VF baixou ainda os seus objetivos de progressão na Ásia este ano, com as expetativas de crescimento em níveis baixos de dois dígitos, abaixo do objetivo de cinco anos de 17% que apresentou em setembro. «Tem havido um aumento nos inventários de certas categorias na China como resultado de alguma moderação no crescimento económico no último ano. Isso está a colocar alguma pressão a curto prazo no nosso crescimento, particularmente no nosso negócio de jeans. Pensamos que irá levar mais dois trimestres para se escoar esses inventários, altura em que esperamos voltar a crescer na Ásia a números mais próximos dos nossos objetivos. Os nossos objetivos a cinco anos para um crescimento do volume de negócios de 17% na Ásia e de 21% na China continuam intactos», afirmou Shearer. «Na Europa, as nossas marcas continuam a expandir-se e a ganhar quota, o que deve ajudar a gerar um aumento de um dígito alto no nosso volume de negócios europeu este ano. E em termos combinados, a nossa região das Américas (com exceção dos EUA) está a encaminhar-se para um ano realmente forte, com o volume de negócios a dever crescer a uma taxa que rondará os 15%», concluiu.