Os compradores estão cada vez mais a diferir as encomendas colocadas aos fornecedores indianos ou a cortar no volume encomendado, na esperança de algum alívio nos preços. Embora os preços elevados possam significar um aumento no valor das exportações indianas de vestuário, os fabricantes estão a lutar por manter as encomendas de exportação, à medida que os preços do algodão atingem níveis sem precedentes ao longo dos últimos seis a sete meses, ultrapassando os 2 dólares por libra no mercado norte-americano. Na Índia, o segundo maior produtor e exportador mundial de algodão, os preços da variedade mais comum, a Shankar-6, bateram um recorde de 60.000 rupias por lote de 356 kg no início deste mês. O preço mais que duplicou no ano passado. Os preços do algodão não devem cair drasticamente em relação aos níveis actuais, na medida em que existem indicações de que a produção será menor do que o previsto, segundo referiu DK Nair, secretário-geral da Confederação das Indústrias Têxteis Indianas. O Cotton Advisory Board na sua estimativa de Janeiro, divulgou que a Índia era susceptível de colher um recorde de 32,9 milhões de fardos de algodão em 2010/11, um aumento de 11,5% em relação ao ano anterior. Mas os dados até final de Fevereiro consubstanciam um aumento de apenas 5,2% para os 22,2 milhões de fardos em relação ao ano anterior, de acordo com a Cotton Corporation, organismo estatal indiano. O governo indiano colocou um tecto sobre as exportações de fios de algodão para o actual ano fiscal, numa tentativa de tornar a matéria-prima acessível aos fabricantes de vestuário do país. Embora a medida tenha ajudado em certa medida a indústria indiana, Premal Udani, director da Apparel Exports Promotions Council (AEPC) considera que não foi suficiente e pediu um limite para as exportações, de forma a garantir que o fornecimento responda à procura doméstica. A AEPC, que representa 8.000 exportadores de vestuário em toda a Índia, estima que as exportações de vestuário vão aumentar 6% para os 11 mil milhões de dólares em termos de valor no presente exercício e mais 10% em 2011/12. No entanto, os fabricantes têxteis, como Raymond, Mandhana Industries e SKNL, têm assinalado preocupações em relação às margens, devido à subida nos preços do algodão.