Vestuário de vento em popa

Nos primeiros nove meses do ano, as exportações portuguesas de vestuário cresceram 3,3% e contribuíram para um aumento de 3,89% das exportações totais de matérias têxteis. Lã, algodão, fibras sintéticas ou artificiais, pastas, tecidos impregnados revestidos e tecidos de malha foram outras das protagonistas.

Entre janeiro e setembro, as exportações portuguesas de matérias têxteis atingiram 3,93 mil milhões de euros, o que representa um aumento de quase 4% face ao mesmo período do ano passado. Deste valor, 2,39 mil milhões de euros corresponderam a envios de vestuário: 1,64 mil milhões de euros (+4,02%) disseram respeito a vestuário e seus acessórios, de malha e 748,9 milhões de euros (+1,88%) a vestuário e seus acessórios, exceto malha.

O crescimento das exportações de vestuário foi particularmente impulsionado pelos envios para fora da UE, que atingiram 207,7 milhões de euros, em comparação com 186,8 milhões de euros no mesmo período do ano passado, como destacou em comunicado a Anivec – Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção.

Dentro dos 10 principais mercados foi, contudo, Itália o destino que mais cresceu nos primeiros nove meses do ano (+29%, para 101,67 milhões de euros). Segue-se os EUA (+17,6%, para 72,7 milhões de euros), os Países Baixos (+13,1%, para 106 milhões de euros), a Alemanha (+4,1%, para 209,1 milhões de euros) e França (+3,7%, para 312,2 milhões de euros).

«Embora a União Europeia, pelas mais variadas razões, continue a ser o destino de eleição do vestuário português, tem-se assistido, ao longo deste ano, a uma maior diversificação dos mercados, com as empresas nacionais a estarem cada vez mais implantadas em países de elevado potencial de consumo, como é o caso dos EUA ou mesmo a Coreia do Sul», afirma, em comunicado, César Araújo, presidente da direção da Anivec.

Têxtil a crescer

Para além do vestuário, os números avançados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam ainda para um crescimento generalizado das exportações das várias categorias englobadas na secção matérias têxteis e suas obras, onde os tecidos especiais e tufados constituíram a única exceção (-2,56%) no ano até ao final de setembro.

A categoria dedicada à lã registou um crescimento de 14,27% das exportações, para 54,4 milhões de euros, enquanto os tecidos impregnados revestidos somaram mais 13,73%, para 195 milhões de euros. Os artigos englobados no algodão aumentaram as exportações em 7,79%, para 134,3 milhões de euros, e os tecidos de malha registaram um crescimento de 7,11%, para 112 milhões de euros. Fibras sintéticas ou artificiais, descontínuas (+5,6%, para 187,3 milhões de euros) e pastas, feltros e artigos de cordoaria (+4,1%, para 191,6 milhões de euros) registaram igualmente bons resultados.

Já as exportações de outros artefactos têxteis, uma categoria que engloba a maior parte dos têxteis-lar, registou um aumento ligeiro de 0,72%, para 464,8 milhões de euros.

No que concerne às importações, o aumento foi de 5,42%, para 3,06 mil milhões de euros. O maior aumento foi sentido na importação de algodão (+12,92%, para 443,4 milhões de euros), seguido de pastas, feltros e artigos de cordoaria (+11,97%, para 73,4 milhões de euros), tecidos impregnados revestidos (+8,1%, para 102,8 milhões de euros), outros artefactos têxteis (+6,38%, para 125,1 milhões de euros) e vestuário e seus acessórios, exceto de malha (+6,1%, para 785,1 milhões de euros).