Alguns proprietários de marcas e retalhistas na África do Sul afirmaram que 2009 e 2010 foram dois dos piores anos das últimas duas décadas. O abrandamento económico originou que alguns proprietários de marcas vissem as suas vendas caírem 25% em valor. Os retalhistas e distribuidores também tiveram quedas, tanto em termos de valor como de volume. O tráfego nas lojas não alterou, mas modificou-se o que as pessoas efectivamente compraram. Em muitos casos, os consumidores também optaram por marcas mais baratas ou produtos de marca branca. No entanto, 2011 é já considerado pela maioria como evidenciando uma melhoria, com muitas fontes da indústria a acreditarem que o pior já passou. Os retalhistas que oferecem crédito aos consumidores estão a recuperar da crise mais rapidamente, enquanto o crescimento começa a abrandar nas cadeias de valor ou desconto com os consumidores a optarem por ofertas melhores. Os grandes vencedores no período foram os retalhistas cujas vendas não dependem da oferta de crédito aos consumidores, ou aqueles cuja base de clientes abrange os rendimentos médio a elevado. O grupo Mr Price, por exemplo, registou um bom desempenho durante a recessão, com uma oferta económica. Os retalhistas Truworths e Woolworths também se saíram bem com o seu público-alvo composto por consumidores de renda alta. O final de 2010 foi marcado pelo crescimento no preço do algodão e pelas exigências salariais dos trabalhadores chineses, aumentando assim o custo das peças de vestuário. Isto surpreendeu a indústria sul-africana e levou muitos distribuidores e proprietários de marcas a procurarem melhores preços. O impacto deste aumento de preços deverá ser sentido na oferta da estação Outono-Inverno 2011/2012. A maioria dos retalhistas deverá aceitar a necessidade de passar este aumento para os consumidores na ordem de entre 8% a 10%, enquanto outros vão abordar a situação artigo por artigo e categoria por categoria, vendo onde podem ser capazes de absorver parte da inflação. Os sul-africanos são sensíveis ao preço e, por causa da falta de cobertura dos media sobre a situação no Extremo Oriente, os consumidores geralmente não estão conscientes do problema, como tal, os aumentos de preços não serão bem recebidos. No entanto, alguns retalhistas estão optimistas com a situação, afirmando que o aumento nos preços do algodão e os efeitos sobre os salários têm sido compensados pela força do rand. Alguns também acreditam que o preço mais elevado do algodão é uma falha de curto prazo e que a oferta não será um problema daqui para a frente, com os países produtores de algodão a plantarem mais do que o habitual para prevenir um episódio semelhante. Muitos defendem que o mundo está realmente perante o fim da roupa barata. Tal pode significar que os proprietários de marcas começarão a produzir mais localmente, a fim de evitar possíveis problemas no futuro e em alguns casos os produtos produzidos na África do Sul estão a tornar-se cada vez mais competitivos em termos de preço, como resultado dos aumentos na Ásia. Outro resultado é que muitos retalhistas e proprietários de marcas intensificaram as suas actividades de aprovisionamento. A expectativa geral é que a indústria de vestuário sul-africana está a emergir lentamente da sua trajectória de queda e irá atingir um crescimento forte em 2015. Esta evolução está a ser conduzida pelas baixas taxas de juros a mais baixa nos últimos 30 anos , o que permite ao consumidor sair da dívida mais rapidamente e começar a gastar novamente. No entanto, existem previsões de uma subida na taxa em Novembro de 2011, com o governo a prever que a economia recupere até lá, o que poderá todavia retardar a recuperação. Existe também uma crescente classe média no país que está a fomentar o aumento da procura, um factor que também deverá aumentar as vendas à medida que a economia recupera.