Vendas do Capri tropeçam no segundo trimestre

O grupo, que detém a Michael Kors, a Versace e a Jimmy Choo, registou uma queda de 8,6% nas vendas do segundo trimestre. Os resultados do Capri, que para o próximo ano ficará sob a alçada do Tapestry, ficaram abaixo das expectativas.

Versace [©Versace]

No trimestre terminado a 30 de setembro, o grupo faturou 1,29 mil milhões de dólares, menos 8,6% que no mesmo período do ano anterior, uma queda que, sem efeitos de câmbio, se acentua para 10,1%. No total do primeiro semestre, a Capri registou um volume de negócios de 2,52 mil milhões de dólares, em comparação com 2,77 mil milhões de dólares no primeiro semestre do ano fiscal de 2022.

Esta diminuição também se fez sentir no lucro, que baixou para 90 milhões de dólares no trimestre, em comparação com 224 milhões de dólares no mesmo período do no passado.

Por marca, as vendas baixaram 9,1% (-11,7% a câmbios constantes) na Versace, para 280 milhões de dólares, 7% na Jimmy Choo, para 132 milhões de dólares, e 8,6% na Michael Kors. Os resultados desta última foram afetados pela implementação da nova plataforma de comércio eletrónico no continente americano, cuja transição, segundo a Capri, «criou desafios maiores do que o previsto, que impactaram negativamente a receita da Michael Kors em cerca de 50 milhões de dólares no trimestre», num efeito que deverá estender-se também ao terceiro trimestre.

«Os resultados do segundo trimestre da Capri Holdings ficaram abaixo das nossas expectativas devido aos ventos contrários em termos macroeconómicos, bem como aos desafios relacionados com a implementação do comércio eletrónico», explica John D. Idol, presidente e CEO da empresa. «Além disso, durante o trimestre, a procura do consumidor por bens de luxo e moda diminuiu, principalmente nas Américas», acrescenta.

Michael Kors [©Michael Kors]
Ainda assim, «apesar dos desafios de curto prazo, continuamos focados na execução das nossas iniciativas estratégicas para impulsionar o crescimento sustentável a longo prazo das nossas três casas de luxo. A Versace, a Jimmy Choo e a Michael Kors continuaram a atrair os consumidores, como mostram os 11,4 milhões de novos consumidores adicionados às nossas bases de dados, o que representa um crescimento de 15% no último ano», indica John D. Idol.

Quanto ao resto do ano, face ao acordo de aquisição por parte do grupo Tapestry, que detém a Coach, a Stuart Weitzman e a Kate Space, o grupo Capri não avança com previsões financeiras, mas o presidente e CEO afirma esperar «a conclusão bem sucedida da transação de fusão com o Tapestry no ano civil de 2024. Estamos confiantes que esta combinação vai dar valor aos nossos acionistas, assim como proporcionar novas oportunidades para os nossos funcionários em todo o mundo, já que o Capri Holdings vai tornar-se parte de uma empresa maior e mais diversificada. Ao juntar-nos ao Tapestry, teremos mais recursos e capacidades para acelerar a expansão da nossa abrangência global, ao mesmo tempo que preservamos o ADN único das nossas marcas».