O surto provocado pelo novo coronavírus não poupou as marcas de luxo. A Burberry verificou uma descida de 27% nas vendas do quarto trimestre do seu ano fiscal, que terminou a 28 de março, quando comparado com igual período do ano anterior.
A marca britânica, que terminou o período em análise com cerca de 60% das suas lojas fechadas, acredita que o sector de luxo levará algum tempo para recuperar do Covid-19.
A retalhista de moda adianta ainda que, face à incerteza sobre o futuro, decidiu rever a política de distribuição de dividendos para este ano, empurrando-os para o final do exercício financeiro de 2021. A empresa assegura que, com essa medida, economiza cerca de 133,2 milhões de euros.
Segundo escreve a Reuters , a Burberry, a exemplo das outras marcas de luxo, começou a sentir o primeiro impacto da pandemia logo no final de janeiro, quando as vendas na China, um dos seus principais mercados, começaram a cair abruptamente.
À medida que o vírus se disseminava pela Europa e América do Norte, o impacto na casa de moda foi sendo mais intenso, tendo mesmo sofrido perdas muito significativas nessas regiões, com todas as suas lojas fechadas.
Marco Gobbetti, CEO da Burberry, explica que antes da pandemia, a Burberry estava a reposicionar a marca e que as vendas cresciam acima das expectativas.
«Desde então, a emergência global de saúde pública teve um impacto profundo no mundo, na nossa indústria e na Burberry, mas estamos muito orgulhosos da maneira como respondemos. Levará algum tempo para sarar, mas somos encorajados pela nossa forte recuperação nalgumas zonas da Ásia e estamos bem preparados para o futuro», afirma.
O CEO da empresa britânica garante que «tomamos medidas rápidas para mitigar o impacto financeiro dos nossos negócios, priorizando a segurança e o bem-estar das nossas equipas e clientes»
A Burberry fechou o ano com uma receita anual de 2,89 mil milhões de euros, uma queda de 3% face ao ano anterior. Já os lucros baixaram 62%, para 187,90 milhões de euros.
«Temos um balanço e uma liquidez fortes, com espaço para investimentos quando os nossos mercados recuperarem», conclui Marco Gobbetti.