Valérius recicla em Marrocos

A empresa portuguesa assinou um memorando de entendimento com o governo de Marrocos para lançar um novo projeto na área da reciclagem têxtil neste país africano, ao mesmo tempo que mantém a estratégia de investir nas áreas da inovação, da tecnologia e da sustentabilidade.

Hammani Amahzoune, Mohcine Jazouli, José Manuel Ferreira e Ali Seddiki [©MICEPP]

O anúncio foi feito pela AICEP, que refere que o acordo foi rubricado à margem do Fórum Económico Portugal-Marrocos pelo Ministro Delegado para o Investimento, Convergência e Avaliação das Políticas Públicas, Mohcine Jazouli, pelo Diretor-geral da Agência Marroquina para o Investimento e o Desenvolvimento das Exportações (AMDIE), Ali Seddiki, pelo Presidente do Grupo Valérius, José Manuel Ferreira, e por Hammani Amahzoune, da SG3H, parceiro marroquino no sector têxtil.

O acordo, que a AICEP indica ter o valor de mil milhões de dirhams [equivalente a cerca de 91,3 milhões de euros], «visa reforçar e desenvolver de forma sustentável o sector têxtil marroquino», devendo criar 1.500 postos de trabalho direto.

A Valérius já está presente em Marrocos, como revelou no final de 2021, em entrevista ao Jornal Têxtil, Patrícia Ferreira, CEO da Valérius. «Montámos uma unidade produtiva de confeção e uma unidade da Valérius 360 [de reciclagem] no país. Estamos a tentar perceber como podemos manter e, claro, aumentar o volume de negócios, sem termos o problema de não dispormos de capacidade produtiva. Estamos sempre a tentar encontrar soluções», realçou, adiantando que a empresa empregava, à data, 300 pessoas na confeção neste país do Norte de África, «mas a ideia é ter um crescimento até 1.000 pessoas nos próximos cinco anos».

Investimentos são para continuar

Patrícia Ferreira [©ModaPortugal-Louie Thain]
A empresa, de resto, tem vindo a fazer fortes investimentos também em Portugal, tendo ganho duas vezes consecutivas, em 2021 e em 2022, o Prémio de Excelência Empresarial nesta categoria. «Acreditamos que só através do investimento programado e com uma estratégia definida a indústria têxtil e vestuário conseguirá ultrapassar todas estas flutuações de mercado que temos vivido recentemente», afirmou Patrícia Ferreira no final do ano passado, numa entrevista concedida ao Portugal Têxtil na sequência do prémio.

E o futuro da empresa, que em 2023 «irá faturar cerca de 40 milhões de euros», como adiantou Patrícia Ferreira, irá manter-se na mesma estratégia. «Continuaremos a investir nos processos sustentáveis – nomeadamente ao nível das fibras e dos tingimentos. Acreditamos que só através da inovação e do desenvolvimento de produtos com valor acrescentado poderemos elevar o made in Portugal e continuar a ser uma indústria atrativa para os players internacionais», afirmou ao Portugal Têxtil. «A Valérius continuará a investir ao nível da sustentabilidade, inovação e tecnologia, uma vez que acreditamos que serão estes os valores que nos irão distinguir a nível nacional e a nível internacional», concluiu a CEO da Valérius.