Valentino reinventa-se

Quando Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo Piccioli assumiram as funções de directores criativos da Valentino, pouco tempo depois do fundador da empresa, Valentino Garavani, se ter retirado, no ano de 2008, a dupla de estilistas preferiu optar pela produção e comercialização de indumentárias mais simples e menos luxuosas. Na realidade, as mulheres com uma boa situação económica sempre procuraram esta marca de moda italiana para conseguir elegantes vestidos de noite, mas Chiuri e Piccioli compreenderam que as mulheres também podem usar roupa sofisticada durante o dia. O presidente e director-executivo da Valentino, Stefano Sassi, denominou esta estratégia como uma «reinterpretação da marca», agora que o intocável Valentino deixou de ser o seu director criativo. Deste modo, a empresa está a criar camisas originais para as suas clientes. Ironicamente, esta era uma das peças que Valentino menos apreciava. «Valentino era intocável», sublinhou Sassi, acrescentando ainda que «esta marca italiana estava a precisar de uma mudança e de novos ares». Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo Piccioli trabalharam durante uma década junto a Valentino Garavani, aprendendo as técnicas de alta-costura que começaram a aplicar no Outono passado, em camisas, calças de couro e outras peças usáveis no dia-a-dia. «A moda está a mudar», afirmou Piccioli. «As mulheres estão a mudar os seus gostos e a sua mentalidade», explicou Chiuri Pode parecer um pouco raro, nestes tempos de recessão, mas uma camisa Valentino de 290 euros esgotou em Paris durante a semana de alta-costura, no mês de Fevereiro. A peça foi comercializada com uma orquídea feita de restos de organza e lantejoulas. A criação foi fotografada e imediatamente impressa no interior dos tecidos da camisa, dando-lhe uma forma original desde o exterior.