Esqueçam-se as ações na bolsa e as barras de ouro, as poupanças devem ser encaminhadas para um exemplar de uma das bolsas mais exclusivas do mundo.
Esquecidas as polémicas de 2015 relativas à crueldade para com os crocodilos que emprestam a “pele” a algumas versões das bolsas e a revolta da “madrinha” Jane Birkin (ver Birkin sem crocodilo), a icónica “it bag” continua em alta.
A análise do Baghunter comparou o retorno anual da bolsa com a valorização do ouro e o retorno do S&P 500 (índice de 500 ativos qualificados devido ao seu tamanho de mercado, liquidez e representação de grupo industrial) nos últimos 35 anos e concluiu que a Birkin é o investimento com maior retorno – sendo que a carismática bolsa da Hèrmes viu o seu valor subir mais de 500% desde que foi apresentada nos anos 80.
Não considerando a inflação, a taxa de retorno do S&P foi de 11,7% ao ano e o do ouro de 1,9%, enquanto o a Birkin apresentou uma média de taxa de retorno anual de 14,2%, de acordo com os cálculos do website.
Segundo o Baghunter, o valor da Birkin revelou menos volatilidade do que o mercado de ações. Os números assumem, no entanto, que o investidor-modelo adquiriu ativos e manteve-os durante esses anos, sem que ativamente procurasse maximizar os seus lucros. Todavia, um investidor que acompanhasse de perto a volatilidade do mercado poderia ganhar mais com os seus ativos.
No período de 35 anos analisado, o mais alto retorno anual do S&P500 foi de 37,2%, em 1999, e o mais baixo de -36,6%, em 2008. Já a Birkin oscilou entre uma taxa de retorno alta de 25% e uma baixa de 2,1%, sem conhecer números negativos.
Evelyn Fox, fundadora do Baghunter, referiu ao Luxury Daily que esta análise «reflete a estabilidade do mercado do ultraluxo». Ao contrário do mercado bolsista e do regular mercado de luxo, que inclui marcas de primeira linha mas ainda assim relativamente acessíveis, como a Burberry e a Gucci, as suas oscilações são ténues, mesmo em períodos difíceis para a economia.
Ainda de acordo com o Baghunter, em 2001, a Birkin teve o seu pico de popularidade, com um aumento de 25% do valor.
A barreira para conseguir uma bolsa destas é muito mais alta do que a que existe para comprar ações. A Birkin demora, no mínimo, 20 horas a ser feita e um exemplar novo custa em média 60 mil dólares (aproximadamente 54 mil euros), podendo alcançar os 197 mil euros em leilão (ver Investimento no feminino).
Uma das principais razões do preço da Hèrmes Birkin é o facto de a bolsa ser encarada como um símbolo de status, sendo carregada no braço de celebridades como a designer Victoria Beckham ou o cantor Pharrell Williams.
A par disso, tem uma lista de espera permanente de seis anos – a marca controla cuidadosamente o seu fornecimento – para a comprar. Ainda assim, há alternativas mais acessíveis, que passam por abrir mão de comprar uma bolsa nova (ver Corrida aos bens em segunda-mão).