O New Cotton Project reúne 12 empresas e organizações de toda a cadeia de aprovisionamento, que irão trabalhar em conjunto para desenvolver um modelo completamente circular para a produção comercial de vestuário. O grupo é liderado pela start-up finlandesa Infinited Fiber Company (IFC), cuja tecnologia patenteada é capaz de transformar resíduos têxteis ricos em celulose em fibras com o aspeto e toque de algodão.
Num período de três anos, os resíduos têxteis serão recolhidos, selecionados e regenerados em fibras da IFC. O consórcio é transnacional, com parceiros sete países, nomeadamente Finlândia, Portugal, Suécia, Alemanha, Holanda, Eslovénia e Turquia.
A portuguesa Inovafil, assim como as empresas Tekstina e Kipas, vão usar as fibras regeneradas pela IFC para produzir os fios, os tecidos e o denim, respetivamente. Estes serão usados para vestuário que vai ser desenhado, produzido e vendido pela Adidas e pelas marcas do grupo H&M.
Têxteis para sempre
No fim de vida, os programas de retoma vão recolher o vestuário para determinar a próxima fase no seu ciclo de vida. O vestuário que não puder voltar a ser usado será transformado em novas fibras, contribuindo para uma economia circular na qual os têxteis nunca irão para aterros, mas são reutilizados, reciclados ou regenerados em novas peças de vestuário.
«Estamos muito entusiasmados e orgulhosos por liderar este projeto, que é pisar novo terreno no que diz respeito a tornar a circularidade indústria têxtil uma realidade. O entusiasmo e empenho com que todo o consórcio se juntou para trabalhar para um futuro mais limpo e sustentável para a moda é verdadeiramente inspirador», afirma o cofundador e CEO da IFC, Petri Alava.
«O New Cotton Project é uma resposta direta a estes problemas, oferecendo uma solução com valor para os resíduos têxteis e uma alternativa à dependência da indústria de matérias-primas virgens como algodão, que exige grandes áreas de terra agrícola, quantidades de água insustentáveis e fertilizantes e pesticidas poluentes para o seu cultivo», garante a IFC.
Argumentos que convenceram a UE, que através do programa Horizonte 2020 está a financiar o projeto com 6,75 milhões de euros.