As pontuações de 27 dos principais países fornecedores de vestuário do mundo foram retiradas do GlobalData Apparel Intelligence Center, que se baseia numa pontuação máxima de 75, com cada destino de sourcing a receber uma pontuação de um a cinco para os 15 principais fatores que afetariam a decisão de um executivo da cadeia de aprovisionamento para usar um país para o fornecimento de vestuário em 2023. As pontuações foram somadas para criar um resultado final para cada país.
O Vietname ocupa o primeiro lugar da lista, tendo registado uma pontuação de 60,5, um número ainda mais alto do que em 2022 (59 em 2022), tendo alcançado uma pontuação excelente nos critérios capacidade de criar produtos básicos e estabilidade política. Teve ainda uma pontuação alta nas categorias capacidade de fornecer FOB, preço, eficiência e prazos de entrega.
Os EUA são o maior mercado de exportação de vestuário do Vietname (40%), seguido pela Ásia (35%) e pela UE (14%). A China é, de longe, o maior mercado de importação do Vietname de matérias-primas.
As taxas de eficiência e produtividade da indústria do país estão a aumentar e os prazos de entrega são dos mais rápidos no mercado, com um tempo médio de 20 dias na confeção, que se alargam para 50 a 60 dias com a utilização de matérias-primas locais e para 90 dias se for necessário importar matérias-primas. Os prazos para as amostras podem ser de até oito dias com recurso à tecnologia e as execuções completas podem demorar entre 14 e 35 dias. O envio para os EUA requer cerca de 21 dias e para a Europa 30 dias.
Turquia em segundo lugar
«A eficiência da Turquia na produção de vestuário é comparável à da China», afirma o Just Style, que realça os avanços tecnológicos da indústria do país. «A Turquia digitalizou todos os aspetos da sua indústria. Possui uma cadeia de aprovisionamento bem gerida, um grande grupo de trabalhadores qualificados e um número em rápida expansão de empresas que utilizam a produção assistida de vestuário. A produtividade do país, que é em parte função da sua eficiência, também é alta», indica.
Além disso, a Turquia está a ser cada vez mais procurada por marcas europeias e para a confeção de artigos mais complexos. «Sendo já fornecedora de muitas marcas que se concentram no básico, a Turquia está a assistir a uma expansão do interesse de marcas europeias. O país introduziu tecnologias que vão melhorar a sua posição no mercado de baixo custo», vaticina o Just Style.
O Peru surge no terceiro lugar (56,5 pontos), sobretudo graças à qualidade de produção e prazos de entrega que podem chegar a 30 dias, mas também à integração vertical da cadeia produtiva, já que além da confeção produz também fios, tecidos e malhas.
China perde protagonismo
El Salvador surge na quinta posição, com 52,6 pontos, seguido da China, com 52,5 pontos (os mesmos que a Guatemala, que ocupa o sétimo lugar por critérios de desempate), o que coloca o país duas posições abaixo de 2022.
«A China é a segunda maior economia do mundo e o maior exportador de vestuário. A sua posição de liderança tem vindo a enfraquecer, mas nenhum outro país pode igualar a sua base de fornecedores, a sua gama de capacidades, os níveis de qualidade, a variedade de produtos, a integridade da sua cadeia de aprovisionamento ou ter a capacidade de absorver os seus negócios», aponta o Just Style.
Marrocos destaca-se
Marrocos consegue subir uma posição no ranking deste ano, com uma pontuação de 51,5 em 75. Teve pontuação máxima na capacidade de criar produtos básicos, mantendo-se como um grande confecionador de básicos de elevada qualidade a preços razoáveis, e pontuações elevadas nos prazos de entrega, qualidade de produção e vantagens tarifárias.
Quase 96% das exportações de vestuário de Marrocos têm como destino a UE, mercado para o qual vende sem impostos alfandegários. Embora atualmente as exportações para os EUA representem apenas 1%, o acordo de comércio livre com este país encerra mais oportunidades para as trocas comerciais entre ambos.
Nos últimos lugares deste top 10 de sourcing surgem o Egito, que cai duas posições, com uma pontuação de 50, e a Tailândia, que ocupa o mesmo lugar que em 2022.