Nem tudo foi mau para a especialista em confeção durante o primeiro ano de pandemia. «Nunca parámos e atirámo-nos logo a fazer EPI’s e máscaras, e correu bem. Portanto, não vendemos muita roupa nesse ano, mas vendemos muito material de proteção e uma coisa compensou a outra», revela Maria Gomes. No ano passado, a Tiva «teve um boom muito grande, tivemos encomendas grandes e correu bem», afirma a diretora comercial.
Com um leque de clientes de gama media-alta, a produtora de vestuário em malha tem a sua atividade centrada nos países de Inglaterra, França, Holanda e Bélgica graças a um serviço de excelência pautado por um preço competitivo. «Fazíamos feiras essencialmente no Reino Unido. Desde o covid deixámos de fazer, mas queremos retomar e começar agora com o mercado dos EUA, porque é um mercado que estamos a apostar», garante Maria Gomes, que coloca em hipótese uma participação na Magic Las Vegas ainda em 2022.
Aposta na sustentabilidade
Recentemente, a Tiva foi certificada para o OEKO-TEX e para o GOTS – Global Organic Textile Standard e, há cerca de dois anos, tinha já obtido o SMETA – Sedex Members Ethical Trade Audit, um procedimento de auditoria criado pelos membros da Sedex que garante um comércio ético e a responsabilidade social das empresas.
«Tivemos que alterar muitas coisas, principalmente no armazém, na separação das malhas, o que é orgânico do que não é. Por exemplo, se estivermos a fazer uma produção que não é com algodão orgânico e a seguir entrar uma produção em que é necessário o certificado GOTS, temos que limpar toda uma linha de produção», explica ao Portugal Têxtil. Também os excedentes das produções são reaproveitados para fazer amostras de clientes e os «desperdícios do corte são entregues a uma senhora que vai lá levantar para fazer tapetes», destaca a diretora comercial.
Localizada em Barcelos, a Fábrica de Malhas Tiva possui um efetivo de 35 trabalhadores e «apoia-se em empresas parceiras, sobretudo para as grandes produções», salienta. Com boas perspetivas para o corrente ano, Maria Gomes não deixa, contudo, de temer a incerteza do mercado. «Isto anda está tão incerto! Antigamente íamos de férias de verão já com as encomendas dentro de portas, agora as encomendas chegam em setembro e outubro para serem entregues ontem», conclui.
