No encontro e-Business W@tch, promovido pela Comissão Europeia e realizado em Bruxelas no início do Verão, foi debatido o estado das novas formas de comércio no sector dos têxteis e vestuário, na Europa.
Neste evento, diversos especialistas internacionais comparam e comentaram os indicadores relativos ao comércio electrónico em dez sectores de actividade, entre os quais os têxteis e vestuário.Deste encontro, que analisou os resultados do estudo sobree-business realizado em 2003, em cerca de 10.800 empresas europeias, ficou a ideia de que o referido sector está muito atrás em relação às restantes áreas da indústria.Elena Gaboardi, consultora da Databank Consulting, de Milão, afirmou neste encontro que existe um claro fosso digital entre a indústria têxtil e os restantes sectores de actividade na Europa, sendo que uma em cada quatro empresas nesta indústria não tem sequer acesso a um computador.Este dado pode parecer surpreendente, até porque o sector têxtil europeu em especial a moda tem reputação de estar na vanguarda do design e resposta imediata às mudanças globais no que toca à procura e novas tendências, aspectos que exigem um elevado grau de actualização e partilha da informação.Dave Webb, responsável de novas tecnologias da Adidas-Salomon, salientou no referido encontro, o facto das grandes empresas têxteis europeias não estarem ainda em pé de igualdade com as restantes indústrias europeias.Esta divisão é ainda mais flagrante no que respeita à utilização das novas tecnologias da informação e comunicação (TICs) por parte destas empresas.Na opinião de Elena Gaboardi, a cooperação na área de desenvolvimento de produtos é o único campo em que as empresas de têxteis e vestuário europeias estão a trabalhar efectivamente recorrendo aoe-business de uma forma integrada e estandardizada.De acordo com a análise conduzida pela Comissão Europeia, 31% das empresas de têxteis e vestuário inquiridas em 2003, afirmaram usar tanto a Internet como as intranets para trocar documentos electronicamente com os seus fornecedores.Ainda assim, esta percentagem é surpreendente baixa num sector que envolve tantas e tão diversificadas fases de operações.E porque está a indústria dos têxteis e vestuário a ficar para trás neste campo?As diversas ilhas de actividade electrónica na indústria europeia dos têxteis e vestuário comprovam que inúmeros benefícios podem ser assegurados através da implementação doe-business. Então, porque estará este sector a ficar para trás?Uma das razões, segundo Elena Gaboardi, é a falta de capacidade de liderança dos grandes empresários deste sector.Claro que alguns grandes grupos de vestuário têm sido bem sucedidos na recolha electrónica de informação do mercado ao nível dos consumidores, incorporando-a na sua cadeia de produção, mas de uma forma geral, a integração electrónica entre esta indústria e o respectivo retalho é muito fraca.Parece inclusive que os fabricantes europeus de têxteis e vestuário estão relutantes em aderir à cultura científica doe-business Mas existem algumas excepções a este estado de coisas.Recentemente, foi lançado um grande projecto dee-business, na região têxtil de Como (norte de Itália), no qual participaram cerca de 100 empresas www.textilebusiness.it tendo como objectivo a criação de uma rede Internet entre as empresas têxteis desta região italiana.A Comissão Europeia, por seu lado, lançou o e-Business W@tch, em finais de 2001, para monitorizar o crescimento do negócio electrónico nos diferentes sectores da economia da UE.Em 2004, foi criado o painel e-Business Scoreboard pelo e-Business W@tch, com a missão de comparar impacto doe-business nos diferentes sectores e áreas da actividade de negócios na Europa, tendo o seu último relatório mostrado como o comércio electrónico ainda não é plenamente utilizado na indústria dos têxteis e vestuário do Velho Continente.