Têxteis DA em busca de mais clientes

Concentrada no private label, a Têxteis DA afasta, por enquanto, a ideia da marca própria. O projeto de crescimento da empresa, que no ano passado somou mais um milhão de euros em vendas, que atingiram os 6,5 milhões de euros, passa por novos produtos e mercados.

Rosamaria Martins

Cinco designers são responsáveis por desenvolver novos produtos na Têxteis DA (sigla de Domingos Almeida), que procura juntar novidades contínuas às suas propostas para a casa, centradas especialmente na cama e na mesa. «Estamos constantemente a trabalhar em novos produtos e ideias, sempre a ver o que podemos trazer de inovação em termos de fios, tecidos, acabamentos, …», afirma Rosamaria Martins, diretora comercial da Têxteis DA.

A mais recente novidade são os cobertores e mantas em algodão/acrílico, uma resposta à procura do mercado. «Começámos a ver que tínhamos muitos pedidos e como os nossos teares são todos jacquard, temos a possibilidade de trabalhar nesses artigos. Resolvemos metê-los nesta coleção e está a ter muito sucesso», revela ao Jornal Têxtil.

A empresa, fundada em 1973 por António Almeida, pai do atual administrador, Domingos Almeida, apostou, uma década depois, nos mercados internacionais. «Começou por Espanha e França e depois resolveu abrir as portas ao mercado todo – estamos representados praticamente em todo o mundo», indica Rosamaria Martins. EUA, Espanha e Inglaterra são atualmente os principais destinos dos artigos da Têxteis DA, cuja quota de exportação ronda os 98%. «Mesmo o que vendemos em Portugal é, normalmente, para exportação», refere a diretora comercial.

O portefólio de clientes da Têxteis DA é composto principalmente por grandes retalhistas, cadeias de lojas e catálogos. «Também temos alguns importadores, mas vendemos mais para retalhistas, uma venda mais direta. Quando estamos a trabalhar com um importador, não sabemos onde é que o produto vai parar. Quando trabalhamos com um retalhista, sabemos exatamente onde é que estamos a vender», assegura.

Japão e Rússia na mira

A flexibilidade da empresa, que emprega cerca de 60 pessoas, permite «que os preços fiquem numa faixa média», tornando a Têxteis DA «mais competitiva» no mercado, destaca Rosamaria Martins.

Um fator que terá contribuído para o crescimento da especialista em têxteis-lar, que teve, no ano passado, «o melhor ano de sempre em termos de volume de faturação», que aumentou um milhão de euros, para 6,5 milhões de euros. «Na realidade, crescemos em todos os mercados e durante todo o ano», adianta a diretora comercial. Contudo, «a partir de outubro, começámos a sentir que os clientes estavam ligeiramente mais renitentes a colocar encomendas. E o início deste ano começou fraquinho», admite, acrescentando que «está-se a ver recuperação», sobretudo na gama mais alta. «De forma geral, tenho os clientes todos um bocadinho mais baixo que o ano passado, com a exceção dos clientes de gama alta, que estão num nível bastante mais alto do que no ano passado. Alguns já estão, nesta altura, com o dobro do que compraram o ano passado todo. E o ano passado foi bom», conta a diretora comercial.

Ainda assim, as expectativas para 2019 são inferiores. «O ano passado foi um boom muito grande», assume Rosamaria Martins. No entanto, o empenho em crescer mantém-se. «Vamos apostar em mais produtos novos e estamos a tentar alguns mercados novos, mas vamos devagar. É mais fácil crescer nos clientes que temos do que a conquista de novos clientes, principalmente em novos mercados. Nos países onde estamos, vamos tentar subir e arranjar novos clientes, porque já conhecemos e é mais fácil. Também tentámos outros mercados, mas é muito mais difícil», reconhece. Atualmente, o foco está no Japão e na Rússia, «pelo poder de compra que eles têm», sublinha a diretora comercial da Têxteis DA.