Texser: saúde para dar e vender

Com parte da tinturaria renovada, cinco novos teares em funcionamento, os EUA como mercado emergente e um objetivo ambicioso em termos de faturação, aos 85 anos, a Texser está mais ativa do que nunca.

A produtora de tecidos dedicou os últimos anos à internacionalização (ver Sector de valor), acabando por se reposicionar aquém e além-fronteiras.

«Fundamentalmente, a nossa estratégia comercial assenta em estar presente nas principais feiras europeias – e não só, também estamos na Première Vision de Nova Iorque e fizemos, até há pouco tempo, uma feira em Tóquio», esclarece José António Ferreira, gestor de mercados externos da Texser – A Têxtil de Serzedelo, ao Portugal Têxtil.

A especialista em tecidos para camisaria 100% algodão conta ainda com agentes locais em mercados como EUA, Japão, Alemanha e Espanha, pares de mãos suplementares para trabalhar a internacionalização. «Estamos à procura de novos agentes em França e nos países escandinavos», refere José António Ferreira.

Com uma capacidade produtiva de 100 mil metros mensais, o grupo Inditex destaca-se dentro da carteira de clientes da Texser e, por isso, o país vizinho é o mercado com maior peso nos cerca de 45% de produção que a empresa exporta diretamente. Inglaterra e EUA completam o trio de ataque das exportações da Texser.

«Começámos a trabalhar os EUA há três anos. Eles gostam da flanela portuguesa, para eles, não há melhor no mundo», revela o gestor de mercados externos, assinalando que muitas das flanelas expedidas para o mercado norte-americano acabam em pijamas – tudo graças ao toque dos tecidos. «É a nossa grande vantagem», assevera.

A esta mais-valia, juntam-se depois «o serviço ao cliente e a inovação», que permitem, por exemplo, que a Texser combata a concorrência chinesa, muito evidente nos EUA.

«Começámos a acrescentar maior valor acrescentado às flanelas. Fizemos um upgrade nas nossas flanelas mantendo um preço competitivo», sublinha o gestor de mercados externos.

Para que a empresa seja capaz de se posicionar como inovadora, os investimentos dentro de portas têm sido constantes e 2017 já colocou em funcionamento cinco novos teares, com o apoio do Portugal 2020, junto do efetivo de 70 pessoas.

«Comprámos cinco teares, renovando assim o parque de máquinas – que não é antigo, mas estes teares vêm dar-nos maior capacidade produtiva, porque são máquinas mais rápidas e mais eficientes», analisa sobre os teares instalados em junho. Parte da tinturaria foi renovada este ano. O propósito deste investimento foi, fundamentalmente, «melhorar o produto final».

Não obstante, os investimentos acarretam, também, compromissos e a Texser está comprometida com números ambiciosos.

«Desde o ano passado, com estes investimentos, o objetivo é alcançar os 5 milhões de euros de faturação», adianta, ao Portugal Têxtil, José António Ferreira, ressalvando que, no primeiro semestre de 2017, a Texser «já ultrapassou o semestre homólogo de 2016».