Texser reforça certificações

A empresa de tecelagem especialista em flanelas procura somar créditos na sustentabilidade. Além do certificado Oeko-Tex, a Texser está a introduzir fios de matérias-primas mais ecológicas e a preparar a certificação GOTS, numa altura em que tem as baterias apontadas ao mercado japonês.

Carla Pimenta

Viscose EcoVero, da Lenzing, e algodão orgânico fazem parte da lista de matérias-primas que a Texser está a introduzir nos seus tecidos, juntamente com novas certificações. «Estamos a fazer a nossa certificação GOTS, encontramo-nos em processo de auditorias», revela Carla Pimenta, CEO da produtora de tecidos.

A nova coleção, para o outono-inverno 2020/2021, conta ainda com mais lã do que as anteriores. «Apesar de já termos vindo a introduzir a lã, este ano apostamos com mais força», assume a CEO, que destaca ainda os fios mouliné, chenille e bouclé, «para dar um bocadinho de novidade e diferenciação ao tradicional algodão».

Dividida em três temas – um com flanelas, outro com propostas “fade out” e um terceiro com popelines mais clássicas –, as novidades estão aprovadas pelos clientes da empresa, que «estão a receber muito bem» estas propostas. «Estão a gostar das novidades e estão a gostar do toque macio das flanelas», explica ao Portugal Têxtil.

Aposta japonesa

Espanha, EUA e Alemanha são, atualmente, os principais responsáveis pelos 40% de exportação da Texser. Em 2019, «o mercado americano foi o que evoluiu mais. Espanha manteve-se mais ou menos equilibrado em relação aos anos passados e o mercado alemão está igualmente dentro do habitual», afirma Carla Pimenta.

Na linha de mira continua o Japão. «Trata-se de um mercado de pequenas quantidades mas de qualidades muito boas e com muito valor acrescentado. E neste momento é o que procuramos: menos quantidade e melhor qualidade», justifica Carla Pimenta.

Com uma capacidade produtiva de 120 mil metros mensais, a especialista em tecelagem conta com 23 teares e está atualmente a começar a colher os frutos de um investimento de um milhão de euros iniciado em 2017. «Realizámos investimentos na área de tinturaria, no laboratório e na tecelagem. Também mudámos todo o layout e apostámos num novo programa de debuxo», enumera.

Em cima da mesa está a possibilidade de avançar para novos investimentos, mas na área da poupança energética, nomeadamente com a aquisição de painéis solares. No entanto, primeiro «vamos terminar o projeto de investimento atual, que fecha em 2020, e depois pensamos no próximo», sublinha.

Depois de um ano de 2018 em que manteve um volume de negócios semelhante ao exercício anterior, a rondar os 4,8 milhões de euros, 2019 «está um bocadinho abaixo», mas a expectativa é que este segundo semestre permita «equiparar aos números do ano passado», confessa a CEO da Texser.