Terrorismo afecta LVMH

A líder mundial de artigos de luxo, LVMH -Louis Vuitton-Moet Hennessy-, verificou uma descida de 15% dos lucros na primeira metade do ano, tendo ainda, e devido aos acontecimentos registados nos Estados Unidos, baixado a expectativa do nível dos lucros a alcançar para este ano. Os artigos de pele do grupo LVMH registaram uma queda de 14.9% em relação ao ano anterior, atingidas também pelas fracas vendas do champagne e o aumento dos prejuizos no sector retalhista. As vendas, no entanto, subiram 13%. Estes resultados corresponderam às expectativas anunciadas por um conjunto de analistas da Reuters que previram uma descida dos lucros na ordem dos 15.7%. «Estes resultados não são o que estamos à procura» diz Andrew Gowan, analista na Lehman Brothers em Londres. «O champagne, a pele, e outras actividades, tiveram piores resultados do que aqueles previstos para o sector do retalho». O grupo LVMH, cujas marcas vão desde a Givenchy e Kenzo em vestuário, até às carteiras Louis Vuitton e aos champagnes Moet & Chandon, afirmou que o decréscimo dos lucros na primeira metade do ano, seriam «substancialmente compensados na segunda metade.» Tem-se mantido firme o seu objectivo de crescimento de dois dígitos em relação aos lucros, depois do devastador ataque aos Estados Unidos. Segundo a empresa e «devido à situação criada pela tragédia que atingiu a América, o grupo está a ajustar as suas previsões para o crescimento dos lucros em 2001, para cerca de 5 a 10%». Os últimos acontecimentos nos Estados Unidos vão, na opinião de alguns analistas, afectar o sector a três níveis, ou seja através do impacto ao nível da moeda, do consumo e do turismo. Em Julho e Agosto, as vendas da LVMH subiram 15%, o que confirma a forte procura destes produtos apesar das dificuldades económicas. Esta situação reiterou o objectivo a médio-prazo para duplicar as vendas e os lucros em cinco anos. O grupo afirmou ainda que a capacidade de produção adicional da Vuitton, juntamente com o número crescente das chamadas lojas globais, poderiam impulsionar a performance das marcas na segunda metade do ano. Os prejuízos na «outra» divisão, que inclui a casa de leilão Philips, de Pury & Luxembourg e a retalhista online Sephora.com nos Estados Unidos, duplicaram no ano passado. As acções da LVMH, que várias vezes suporta o peso dos problemas do sector dos artigos de luxo, baixaram também cerca de 20% desde os ataques da passada terça-feira nos Estados Unidos.