Participante inicial no altamente controverso acordo de livre comércio que envolve 12 países , o Vietname quer regras de origem flexíveis e taxas alfandegárias nulas, assim que o acordo for assinado. Mas executivos da indústria têxtil dos EUA e da América Central afirmam que tal seria um desastre, roubando 25% das exportações, durante o primeiro ano do TPP aos cinco países que compõem o DR-CAFTA. Em 2013, o conjunto dos países do DR-CAFTA exportou 7,8 mil milhões de dólares de vestuário para os EUA, revelou Luis Estrada, diretor-geral da Vestex, a principal associação têxtil e vestuário da Guatemala. Com base neste número, se o Vietname entrar no TPP isento de uma regra de origem a partir do fio, as perdas de exportação poderão totalizar 1,95 mil milhões de dólares por ano, ou seja, cerca de 6 mil milhões de dólares nos três primeiros anos do TPP, explicou. Os membros do DR-CAFTA uniram-se aos grupos de interesses têxteis americanos, nomeadamente o National Council of Textile Organizations (NCTO), para pedir ao Congresso dos EUA que pressione o Vietname a aceitar uma regra de origem a partir do fio. Os parceiros estão também a pedir que os benefícios de isenção de tarifas sejam concedidos ao longo de vários anos. O Vietname deve também seguir as mesmas regras dos membros do CAFTA-DR para adquirir as matérias para o fabrico do vestuário, sustentou Severino Matta, presidente da Vestex. Matta referiu que os países da América Central devem aderir a listas de fornecimento muito rigorosas que exigem grandes detalhes sobre a matéria-prima necessária, enquanto o Vietname quer ser capaz de usar uma lista muito maior e mais ampla. Alguns executivos norte-americanos expressaram otimismo de que os EUA, que estão a conduzir as negociações do TPP na esperança de assinar um acordo este ano, poderão negociar um pacto positivo para todas as partes envolvidas. Enquanto isso, Matta indicou que a América Central está a trabalhar para desenvolver nichos de mercado para enfrentar o Vietname, nomeadamente no vestuário sintético e especializado, com tecidos inteligentes, incluindo sportswear. O TPP está a ser discutido por 12 países, incluindo os EUA, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietname, que é o segundo maior fornecedor de vestuário para os EUA, depois da China. Para os têxteis especificamente, os EUA estão a procurar a eliminação das tarifas sobre as exportações de têxteis e vestuário para os 11 países do TPP, bem como uma regra de origem do fio para a frente, que exigiria aos produtos serem fabricados usando apenas fios e tecidos dos EUA ou outros país do TPP, a fim de se qualificarem para os benefícios previstos no acordo. Os EUA estão também a tentar garantir uma lista restrita de aprovisionamento de tecidos, fios e fibras não disponíveis comercialmente em países do TPP, que estariam isentos de restrições. Mas os grupos de interesse que representam marcas, retalhistas e importadores norte-americanos querem a liberdade de aprovisionar livremente, independentemente dos têxteis usados serem provenientes dos EUA ou de países abrangidos pelo acordo.