As exportações chinesas de artigos têxteis e de vestuário são afectadas pelo surto de SRAG (Síndrome Respiratório Agudo Grave), apresentando um crescimento nulo projectado para o segundo trimestre do ano, contrastando com a subida verificada nos primeiros três meses (cerca de 25%). De acordo com o Emerging Textiles, outros países com baixos custos de laboração esperam benefícios da expansão do vírus, à medida que se verifica a adjudicação das encomendas em países mais seguros, tais como Vietname, Cambodja ou os países sul-asiáticos, como o Bangladesh, Paquistão ou a Índia. Após o rápido crescimento de 2002, a procura por têxteis e vestuário chineses não está a subir e provavelmente irá começar a descer, de acordo com relatórios oficiais. Para além da queda entre 50 e 80% nas vendas internas de vestuário, a procura por parte de clientes externos está a diminuir, como resultado do surto do SRAG, que atinge principalmente Hong Kong, Guangdong e Pequim. Mesmo que a doença esteja sob controlo em diversas regiões da China, a produção têxtil está inevitavelmente afectada pela falta de procura dos produtores situados no Sul do país. As encomendas das empresas de vendas de Hong Kong estão a diminuir bruscamente, à medida que as encomendas no continente foram adiadas ou canceladas. Apesar de estar em constante declínio nos passados anos, as exportações através de Hong Kong ainda representam uma parcela significativa das encomendas chinesas. Com a diminuição da procura, os níveis de stock estão a aumentar em diversas empresas chinesas. Espera-se que esta situação origine uma quebra de produção em diversas zonas da China. Como resultado da menor procura interna e da redução no preço do petróleo, os preços do algodão e do poliéster desceram cerca de 2,5% desde meados de Março. Esta descida nos negócios chineses de têxteis e vestuário está directamente relacionada com o cancelamento de viagens de negócio por parte de compradores provenientes dos EUA e da UE. Os compradores deveriam estar neste momento na China, encomendando artigos de vestuário para as próximas estações, mas a maioria desmarcou as suas viagens. Em consequência, as encomendas de clientes estrangeiros diminuíram acentuadamente, originando uma situação produtiva preocupante. A Feira de Negócios de Guangdong, vista como um meio privilegiado para estabelecer laços comerciais com comerciantes e empresários, apenas verificou um nível de negócios de 3 mil milhões de dólares, descendo acentuadamente dos 17 mil milhões de dólares que registou no ano transacto. Relativamente ao número de participantes, verificou-se um decréscimo no número de visitas das 56.200 verificadas no ano passado, para apenas 16.400. Apesar da videoconferência e da Internet ajudarem a manter o contacto entre fornecedores e clientes, a aquisição de artigos têxteis requer reuniões presenciais, de forma a possibilitar a avaliação das características do produto. Adicionalmente, as restrições nas viagens estão a limitar o número de visitas de controlo, aumentando o receio de menor qualidade nos artigos encomendados. De forma generalizada, os importadores europeus e norte-americanos receiam atrasos nas entregas, devido ao alastrar do vírus. Existem ainda receios de que restrições sanitárias mais apertadas origem um controlo mais apertado dos produtos com origem na China. Até à data, as autoridades de saúde, incluindo a OMS (Organização Mundial de Saúde), negaram que o SRAG possa ser transmitido através do contacto com têxteis e vestuário.