Em 2018 foram estampados digitalmente 2.575,93 milhões de metros quadrados, uma área em que Portugal tem uma quota de 3% a nível mundial. Os números foram avançados por Jos Notermans, diretor comercial de têxteis digitais da SPGPrints, que indicou que a tecnologia está a crescer ao mesmo ritmo da população mundial.

O mercado está essencialmente dividido entre a Europa (37%) e a Ásia, sendo que o Velho Continente estampou digitalmente, em 2018, 951,43 milhões de metros quadrados, 8% dos quais em Portugal. «A maior parte é feita em máquinas dispendiosas e em modo de alta velocidade», explicou Jos Notermans, sublinhando o aumento da velocidade: de um metro quadrado por hora em 1991, quando a SPGPrints se aventurou na estamparia digital, para os cerca de 40 metros por minuto do seu modelo Pike.
O segredo para o crescimento da tecnologia, apontou o diretor comercial de têxteis digitais da SPGPrints, passou pela velocidade mas também pela redução do custo com os corantes, que baixaram dos cerca de 100 euros por metro para um euro ou menos atualmente. Aliás, segundo um estudo da Gherzi, a estamparia digital “perde” para a convencional essencialmente em termos de custos. «Se houver cabeças de impressão mais baratas e reparáveis, vai reduzir o custo», destacou.
Nesta área, a SPGPrints lançou, em 2015, a tecnologia Archer, que permite ter uma distância para o substrato têxtil de até 4 milímetros. Tem ainda um sistema de sucção integrado para afastar as gotas dispersas do tecido e um sistema de recirculação permanente de corante para evitar que seque. Ao não contactar com o substrato têxtil, a cabeça de impressão tem uma vida útil mais longa. «Estamos tão confiantes que tem uma garantia de 30 meses para as cabeças de impressão – somos os únicos que damos esta vantagem», afirmou Jos Notermans.

Em Portugal, a Adalberto é a única empresa que está a usar o modelo Pike, já com a tecnologia Archer. «A nossa decisão de comprar a Pike teve a ver com os testes que fizemos com as máquinas disponíveis que usam single pass. Encontramos cinco vantagens em comparação com outros equipamentos: a velocidade, a precisão, a competitividade que conseguimos com isso, a fiabilidade e a manutenção», enumerou, num vídeo transmitido durante o evento, o presidente da Adalberto, Mário Jorge Machado.
Na ITMA, a área da estamparia digital trará novidades, incluindo uma experiência de realidade virtual, onde os visitantes da feira de maquinaria poderão conhecer a unidade de produção de corantes da SPGPrints.
O estampado como obra de arte
Apesar do digital estar a ganhar terreno, a estamparia convencional continua a ser importante, representando 20% de todos os têxteis estampados, equivalente a 30 mil milhões de metros quadrados. Desses, 65% são obtidos através de estamparia rotativa. Segundo Henk Masselink, há, contudo, vários desafios a serem ultrapassados, sendo que para obter um produto de qualidade é necessário fazer as escolhas certas em todo o processo, nomeadamente nas características do rolo. «O importante é selecionar o rolo correto para as necessidades», garantiu o diretor comercial de estamparia rotativa na SPGPrints.
Da espessura do rolo ao tamanho e forma do orifício por onde irá passar a pasta de tinta, são vários os elementos a considerar. «Os rolos mais espessos conferem maior estabilidade», referiu.

Para melhorar a qualidade da estamparia rotativa, a empresa vai lançar, na próxima ITMA, a Orta Screen, uma nova tecnologia de produção de rolos que «melhorará a estapagem, inspirada na estamparia por quadros», desvendou Henk Masselink, que na sua apresentação abordou os vários aspetos técnicos a ter em conta para uma boa qualidade do estampado. O objetivo é sempre o mesmo: «que o estampado pareça uma obra de arte».
O seminário no Citeve, que juntou empresários e alunos da Universidade do Minho, faz parte de uma aposta forte que a SPGPrints está a fazer no mercado nacional. «Estamos a investir muito em Portugal porque acreditamos que o país vai continuar a ser muito importante na indústria têxtil, tanto no têxtil-lar como na moda», revelou, ao Portugal Têxtil, Jorgen Lindahl, senior area sales manager da empresa, que convidou os empresários portugueses a contactar a empresa, diretamente, ou na ITMA para conhecerem as novidades.
«Vamos ter um dos maiores stands lá. Estamos na ITMA há mais de 50 anos, desde a introdução da estamparia rotativa nos anos 60 e, na ITMA de 2015, apresentamos mais uma revolução com a tecnologia Archer e a Pike. Este ano, de certeza, que vai haver novidades, tanto no digital, como na estamparia rotativa e na gravação de rolos. Vamos continuar a ser líderes e para sermos líderes na indústria têxtil tem de ser com inovação e novos produtos», concluiu.