Sonae compra Salsa

A Sonae acaba de concluir um acordo para entrar no capital da Salsa. O negócio, que foi ontem comunicado à CMVM, prevê a aquisição pela Sonae SR de uma quota de 50% da marca de portuguesa de jeanswear, que irá manter, contudo, a equipa de gestão liderada por Filipe Vila Nova.

No comunicado à CMVM, enviado já depois do fecho das negociações do dia, a Sonae informa que «a Sonae SR concluiu um acordo com a Wonder SGPS para a aquisição de uma participação de 50% na IVN – Serviços Partilhados, S.A., que comercializa sob a marca “Salsa”», acrescentando que «esta aquisição enquadra-se nos pilares estratégicos da Sonae, nomeadamente a expansão internacional, a diversificação dos estilos de investimento e o reforço da base de ativos e competências».

Miguel Mota Freitas, presidente executivo da Sonae SR – que inclui as marcas MO, Zippy e Berg – destacou, em declarações ao Expresso, que «a Salsa é hoje uma das melhores marcas portuguesas de moda, pelo que estamos muito satisfeitos com a celebração desta parceria que reforça a nossa estratégia de criação de um portfólio distintivo de marcas de retalho».

No comunicado, a Sonae afirma que a sua entrada no capital «irá contribuir para a aceleração do crescimento da Salsa, nomeadamente através do reforço da sua expansão internacional, ao mesmo tempo que irá adicionar eficiência à operação através de sinergias e economias de escala».

Também ao Expresso, Filipe Vila Nova, que irá manter a liderança da Salsa, manteve a mesma tónica, considerando que «esta joint-venture permite prosseguir com o caminho de desenvolvimento da marca, abrindo novas perspetivas e oportunidades de crescimento». Ao mesmo tempo, acrescentou, «a cultura de inovação da Salsa está em total sintonia com a Sonae».

Os produtos da marca Salsa são atualmente distribuídos através de 2.000 pontos de venda em 32 países, além de vendas online que, segundo revelou ao Jornal Têxtil em janeiro, Raquel Ribeiro, Digital Channel Manager da Salsa, representam atualmente 7% do total.

Os dados apontados no comunicado da Sonae revelam que, em 2015, a Salsa registou um volume de negócios consolidado de 106 milhões. Em 2014, esse valor tinha sido de 190 milhões de euros, de acordo com os dados fornecidos pelo Compete na sequência da visita realizada à empresa em fevereiro deste ano.

Inicialmente vocacionada para a lavandaria e tinturaria, a IVN, fundada em 1987, criou a marca Salsa em 1994, abrindo a sua primeira loja em 1998, no Norteshopping. Em abril de 2008, a Salsa passou a ser detida maioritariamente por Filipe Vila Nova, com os irmãos António e Beatriz Vila Nova a ficarem apenas com 15% do capital, tendo ambos investido em setembro desse mesmo ano na compra da marca Tiffosi (ver Tiffosi com vida (Vila) Nova).

Com forte presença internacional, a Salsa deverá reforçar a sua notoriedade nos próximos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, sendo a patrocinadora do Comité Olímpico de Portugal (COP) e do Comité Paralímpico de Portugal (CPP). A empresa de Vila Nova de Famalicão, que emprega cerca de 1.000 pessoas, é a responsável pelos uniformes dos atletas que irão desfilar na Cerimónia de Abertura. «A Salsa há muito que ambicionava associar-se a um movimento nacional tão importante como este e a associação com o COP e CPP é de facto uma aposta vencedora. Partilhamos valores em comum e é de facto um marco muito importante para a história da Salsa e ficaremos desde já muito felizes por permitir associar a esta iniciativa o nosso DNA, o denim», afirmou, na altura do anúncio, Filipe Vila Nova.