Smartex angaria milhões para expandir negócio

A tecnológica portuguesa Smartex angariou 24,7 milhões de dólares numa ronda de investimento da Série A para desenvolver a atividade. A Lightspeed Venture Partners e o Build Collective, fundado pelo “pai do iPod”, lideram o grupo de investidores, que inclui ainda o grupo H&M e a Fashion for Good.

António Rocha, Gilberto Loureiro e Paulo Ribeiro [©Smartex]

Os fundos da Série A, revela a Smartex, vão permitir «expandir o negócio de forma estratégica para novas geografias, continuar a aumentar a equipa e desenvolver linhas de produtos». «À medida que o movimento global de sustentabilidade continua a ganhar força, consumidores e reguladores estão a pressionar cada vez mais a indústria têxtil e moda e a adotar uma produção mais limpa e responsável. A Comissão Europeia reconheceu a Smartex como fundamental para projetos da Indústria 4.0 em fábricas têxteis», destaca em comunicado.

A start-up fundada por Gilberto Loureiro, António Rocha e Paulo Ribeiro é conhecida pela sua solução de deteção, em tempo real, de defeitos na tricotagem, que atua logo ao nível do tear, evitando o desperdício de recursos, que está implementada em Portugal, em empresas como a Hata/Tintex, a Familitex, a Impetus, a Casa da Malha e a Joaps, mas também noutros mercados da Europa, na Ásia Central, América do Sul e África.

[©Smartex]
«Os nossos clientes estão tão interessados quanto nós nos produtos que estamos a construir», afirma António Rocha, CTO e vencedor do Web Summit 2021 Pitch Competition. «Para criar soluções para melhor os atender, estamos sempre a ouvir e abertos ao seu feedback. Juntos, estamos a trabalhar numa nova era de produção de alta qualidade e sem desperdício, que levará a uma maior transparência e rastreabilidade em toda a cadeia de valor têxtil, do fio ao retalho», acrescenta.

A Lightspeed Venture Partners e o Build Collective, de Tony Fadell – o engenheiro que esteve por detrás do iPod, na Apple –, lideraram esta ronda de investimento, que totalizou 24,7 milhões de dólares (cerca de 25,3 milhões de euros) e excedeu a oferta de ações da start-up. Entre os investidores contam-se ainda o grupo H&M, DCVC, SOSV’s HAX, Spider Capital, Momenta Ventures, Bombyx Capital Partners, Faber e a Fashion for Good, com os quais a Smartex iniciou vários projetos com os seus parceiros, nomeadamente o grupo Kering, a PVH e a Pangaia.

«Somos privilegiados por estar numa posição única para agregar valor intrínseco a uma indústria gigante que é fundamental e toca tantas vidas, alimentando a nossa missão de sustentabilidade e produtividade das fábricas têxteis em todo o mundo. Com a nossa tecnologia e talento, seremos capazes de abrir um novo capítulo na indústria da moda e, em última análise, reduzir desperdícios e custos. Todos os esforços são necessários para gerar um impacto positivo à medida que nos esforçamos para resolver este desafio global e contribuir para um mundo mais sustentável», explica o CEO da Smartex Gilberto Loureiro.

Os planos da Smartex para 2023 passam por uma maior expansão na Ásia e pelo aumento do volume de negócios e das equipas em todo o mundo. «Com um forte crescimento em receitas, clientes e número de colaboradores, a empresa continua a contratar talentos de diversos países para participar na missão de capacitar fábricas em todo o mundo a produzir com menos desperdício», conclui a start-up.

Equipa da Smartex no Porto [©Smartex]