O terramoto em Marrocos terá causado, até ao momento, mais de 2.600 mortos e um número semelhante de feridos, de acordo com os dados mais recentes do Ministério do Interior difundidos pela agência de notícias do país.
O sismo, com uma magnitude de 7,0 na Escala de Richter e considerado o mais mortífero em 60 anos neste país do Norte de África, teve o epicentro em Ighil, a pouco mais de 60 quilómetros a sudoeste a cidade de Marraquexe, tendo sido igualmente sentido em Casablanca.
A indústria têxtil e vestuário do país – que, de acordo com a newsletter de junho da AMITH – Association Marocaine des Industries du Textile et de l’Habillement, estava a registar, nos primeiros meses deste ano, o nível mais elevado de exportações dos últimos sete anos, com um crescimento de 17% face a 2022 – parece ter ficado praticamente incólume.
Em comunicado publicado hoje pelo Aujourd’hui Le Maroc, a associação exprimiu «a sua solidariedade absoluta para com as pessoas afetadas» e apresentou as suas condolências às famílias das vítimas. A AMITH colocou ainda «à disposição dos poderes públicos as ajudas e contribuições financeiras e em géneros dos seus membros, para assegurar a sua distribuição às pessoas afetadas pelo sismo» e agradeceu o apoio manifestado pelas associações têxteis e de vestuário de diferentes países, incluindo de Portugal, «que manifestaram a sua solidariedade e apoio às iniciativas da Association Marocaine des Industries du Textile et de l’Habillement para ajudar as pessoas e as famílias afetadas na província de El Haouz e no resto das cidades e regiões atingidas pelo sismo».
Portugueses tranquilos
Várias empresas nacionais da indústria têxtil e vestuário têm atualmente negócios em Marrocos, quer com unidades produtivas próprias, quer com recurso a subcontratados.


«Felizmente, nenhuma das nossas pessoas, ou operações, foram atingidas pela tragédia», indica Mico Mineiro, COO da Twintex.
O mesmo aconteceu na Pedrosa & Rodrigues, com o administrador da empresa, Miguel Pedrosa Rodrigues, a confirmar ao Portugal Têxtil que «as operações em Marrocos não foram afetadas».

Ainda no vestuário, a disrupção nas operações da Fermir, em Tânger e Casablanca, foi mínima. «No caso de Tânger não houve qualquer alteração. Em Casablanca tivemos um único episódio sem relevância: uma das fábricas que trabalha para nós não trabalhou no sábado por falta dos trabalhadores», explica Daniela Xavier, diretora-geral da empresa, que sublinha que «os trabalhadores desta empresa não se apresentaram ao trabalho no sábado por terem passado toda a noite acordados nas ruas de Casablanca, na noite de sexta para sábado».
Daniela Xavier revela ainda que «no nosso caso tudo está a decorrer com normalidade, inclusive com as transportadoras».