Setembro positivo

O mês de Setembro é um período particularmente importante para os retalhistas focalizados nos mercados de vestuário para criança e jovem. As compras do regresso às aulas são a segunda maior estação de gastos no retalho a seguir ao período de férias de Novembro e Dezembro. Os retalhistas estavam optimistas no início do ano, com a percepção de que os consumidores estavam novamente ansiosos para gastar. Agora, à medida que as lojas enchem os seus corredores com árvores de Natal e outros produtos da quadra que se avizinha, os receios persistentes sobre a economia têm sido exacerbados pelo pior trimestre do mercado bolsista, desde as profundezas da crise do crédito em 2008. Um registo emitido pela Thomson Reuters no início de Outubro constatou que os analistas esperam que os 24 retalhistas no seu índice – incluindo Costco e Macy’s – registem um aumento de 4,7% nas vendas de Setembro nas lojas abertas há pelo menos um ano. No entanto, este indicador destaca apenas uma pequena percentagem de compras em cadeias dos EUA, na medida em que não inclui as grandes lojas como Wal-Mart, Home Depot ou Kroger. O acentuado declínio do mercado de acções afecta os hábitos dos compradores, especialmente aqueles com rendimentos mais elevados que fazem compras em cadeias como a Nordstrom e Saks, segundo os especialistas. «Possuindo ou não a capacidade de comprar alguma coisa, a pessoa é afectada psicologicamente e pensa duas vezes sobre se realmente necessita ou não de comprar algo», explica Al Ferrara, director nacional na BDO USA. A confiança do consumidor nos EUA melhorou no final do mês de Setembro, apesar de permanecerem as preocupações com o emprego e as finanças, de acordo com a leitura final de Setembro da Thomson Reuters/University of Michigan. As vendas em igual número de lojas subiram 4,4% em Setembro, de acordo com os dados divulgados pelo Johnson Redbook Retail Sales Index. Este índice mede uma amostra de grandes retalhistas de produtos generalistas. O aumento esperado em Setembro surgirá após uma subida de 4,4% registada em 23 retalhistas acompanhados pela Thomson Reuters, em Agosto, quando o furacão Irene influenciou alguns gastos com vestuário, na medida em que os compradores na costa leste dos EUA se prepararam para a tempestade. O furacão Irene continuou a ter algum impacto em Setembro. As vendas de Setembro podem também estar um pouco inflacionadas na medida em que os retalhistas aumentaram os preços para mitigar o custo mais elevado do algodão e outras matérias-primas, fazendo com que as vendas em termos de valor pareçam melhores do que as vendas em termos unitários, indica Ferrara. A calmaria tipicamente registada em Outubro e Novembro vai «provavelmente ser ainda mais acentuada este ano dado o cenário macroeconómico, colocando vendas e margens em risco», considera Paul Lejuez, analista na firma Nomura Equity Research. Os analistas não esperam grandes melhorias na Gap Inc, onde as vendas de Setembro para igual número de lojas deverão cair 3,7%, após uma queda de 6% em Agosto. O maior ganho é esperado na Costco, orientada para famílias com maior rendimento e proprietários de pequenas empresas. As suas vendas em igual número de lojas deverão crescer 10%, ajudadas pelas vendas de combustíveis nos EUA e pelas suas lojas internacionais.