Para testarem o novo sensor, a equipa de investigadores, liderada por Carlo Menon, diretor do laboratório de tecnologia biomédica e saúde móvel da universidade ETH Zurich, integrou-o em leggings e, simplesmente através dos dados emitidos para o telemóvel, foram capazes de ver quando estavam a chegar ao limite e precisavam de fazer uma pausa.
«Uma vez que o sensor está localizado tão próximo do corpo, conseguimos captar os movimentos corporais de forma muito precisa sem que o utilizador sequer dê por isso», acrescenta Carlo Menon.
O segredo está no fio
Ao coser este fio na parte da coxa de umas leggings de corrida, o mesmo vai esticar e recolher a um certo ritmo à medida que o utilizador corre. Cada movimento altera a diferença entre as duas fibras e, como tal, também o campo elétrico e a carga do condensador.
Em investigações anteriores, Tyler Cuthbert e Carlo Menon observaram uma série de sujeitos que correram enquanto usavam umas leggings com um sensor semelhante. Registaram como os sinais elétricos mudavam à medida que os corredores ficavam mais cansados. O passo seguinte foi transformar esse padrão num modelo capaz de prever a exaustão do corredor, que pode agora ser usado para o novo sensor. O ETH Zurich realça, contudo, que assegurar que o modelo consegue fazer previsões precisas fora do laboratório irá exigir muitos testes adicionais e muitos dados de padrão de marcha.
Wireless e em tempo real
Para permitir que o sensor têxtil envie sinais elétricos sem necessidade de fios para um smartphone, os investigadores equipou-o com uma antena em loop feita com fio condutor, que fica igualmente cosida diretamente nas leggings. «Em conjunto, o sensor e a antena formam um circuito elétrico que fica completamente integrado na peça de roupa», indica Valeria Galli, doutoranda na equipa de Carlo Menon.
«O nosso objetivo é tornar a produção de vestuário inteligente eficiente em termos de custos e, dessa forma, torná-lo disponível para o público em geral», realça Carlo Menon, que aponta como potenciais aplicações, além do desporto, o mercado de trabalho – para evitar lesões causadas pela exaustão – e a medicina de reabilitação.