Segredo não é a alma do negócio

A indústria de retalho europeia está a perder oportunidades de vendas, segundo um estudo publicado pela Infosys.com que concluiu que sete em cada 10 consumidores britânicos deparam-se frequentemente com falta de stock em loja. O estudo independente “Estado da Loja” é baseado num inquérito a 2.250 consumidores e 75 grandes retalhistas em França, na Alemanha e no Reino Unido e concluiu que há significativas oportunidades de volume de negócios para retalhistas que colaboram com os seus fornecedores para criar uma experiência de compra mais personalizada e conveniente. Ao trabalhar em conjunto para assegurar que têm a quantidade certa do produto certo, na zona certa da loja, apoiados pelas promoções certas, tanto os retalhistas como os fornecedores podem assegurar um crescimento rentável e um aumento da quota de mercado. O estudo concluiu que os consumidores britânicos têm mais probabilidade de comprar por impulso na loja (68%) do que on-line (6%) – algo que torna ainda mais importante para os retalhistas assegurar que as suas prateleiras estão cheias e que estão a maximizar a experiência em loja dos consumidores. Quando na loja, 71% dos consumidores deparou-se com a situação em que a sua escolha de produtos está indisponível pelo menos uma vez nos últimos três meses. Nesses casos, mais de um terço dos consumidores (39%) vai a outra loja ou adia a compra. Depois do preço (37%), a facilidade em encontrar os produtos (28%) foi citada como uma das principais razões para os consumidores escolherem comprar on-line em vez de na loja, seguida da disponibilidade do produto (22%) e das promoções (22%). As pechinchas estão no topo da lista, com 71% a afirmar que gasta mais em produtos se estes estiverem em promoção. Concomitantemente, 21% dos consumidores têm mais probabilidade de comprar um produto se a promoção lhes for enviada através do seu telemóvel quando estão em loja. 60% dos retalhistas querem cocriar promoções mais direcionadas, enquanto 48% afirma estar à procura de apoio para desenvolver programas em loja locais mais específicos. O estudo também revelou que a ausência de tendências de consumo partilhadas em tempo real entre as duas partes está a prejudicar seriamente uma verdadeira experiência em loja. Com efeito, apenas 16% dos retalhistas partilham dados sobre os consumidores diariamente. Embora 71% partilhem dados básicos das prateleiras, apenas 48% dos retalhistas estão preparados para partilhar dados POS com os seus fornecedores e apenas 38% estão dispostos a dar características do comportamento do consumidor. Karmesh Vaswani, vice-presidente e diretor de retalho, bens de consumo e logística na Europa da Infosys, afirma que «as mudanças radicais nas expetativas do consumidor afetaram o modelo tradicional de retalho. Hoje, as principais cadeias de retalho têm de criar uma experiência em loja “ideal” que responda as necessidades dos consumidores locais em cada loja. Isso exige novas formas de colaboração próxima entre os retalhistas e os fornecedores para manter as caixas registadoras a trabalhar. Os que perceberem bem isso na indústria, irão ter a recompensa em termos de aumento de vendas e melhor fidelização dos clientes».