A empresa de roupa interior para senhora, Schoeller Portuguesa Confecções, encerrou as portas na passada semana, depois de ter despedido ao longo dos últimos seis meses os seus 200 trabalhadores, noticiou o Diário Económico. A Schoeller está já à venda, tendo entretanto aparecido um conjunto de empresários têxteis do Vale do Ave e de Penafiel, interessados na empresa alemã. O representante do Sindicato Têxtil de Trás-os-Montes, Manuel Sousa, confirmou uma reunião em Março com o presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Desta forma pretende tomar conhecimento do projecto proposto pelos empresários interessados na fábrica e saber em concreto quantas pessoas vão empregar. Está também prevista uma reunião com a Direcção Regional Norte do Ministério da Economia, mas que por enquanto não tem data definida. Apesar de grande parte dos trabalhadores não terem sido indemnizados de acordo com os seus direitos «um trabalhador com 14 anos de casa recebeu apenas 2.500 euros, quando por lei tinha direito a 7.500», Manuel Sousa mostra-se confiante na reintegração de grande parte dos trabalhadores da Scholler. De referir que no passado mês de Dezembro, a Schoeller comprometeu-se através do seu gerente Jorg Bassner, a garantir a manutenção de 86 postos de trabalho, dado este corte ser suficiente para que a fábrica mantivesse a laboração durante mais alguns meses ou até anos. No entanto, na Schoeller portuguesa estão apenas seis trabalhadores a garantir a limpeza das instalações. Após 12 anos os alemães decidiram abandonar Portugal, e procurar outros países com mão-de-obra mais barata. Datam de 1999 os últimos indicadores financeiros, que apontavam para vendas líquidas na ordem dos 1,5 milhões de euros e um lucro líquido de 2.215 euros. A totalidade da produção era exportada para a empresa-mãe na Alemanha. O Jornal Têxtil entrou em contacto com a empresa, que não quis prestar quaisquer declarações.