O espaço dos anos 70 requalificado em 2014 acolheu a loja física da Saymyname em setembro de 2015, numa altura em que a marca anunciava um rebrandig que incluiu ainda uma investida no ambiente digital, com o lançamento de um portal de comércio eletrónico (ver Em nome próprio).
A comemorar um ano da abertura da loja própria, a designer Catarina Sequeira está já capaz de fazer um balanço. «A experiência corre bem, a loja está num sítio um bocadinho escondido, é um sítio muito bonito, icónico da cidade do Porto, mas ainda está por descobrir. Claro que depois há as clientes habituais e é muito interessante: a maioria dos meus clientes é estrangeira e circula pela loja e quer ver mais lojas deste género, neste caso, na cidade do Porto», revela ao Portugal Têxtil.
A marca que sempre foi muito bem acolhida pelo mercado asiático, continua a prosperar na China, mas nota uma mutação no consumidor japonês. «A última coleção foi mais vendida na China. O mercado japonês está a mudar. Quando comecei, eles preocupavam-se muito com os linhos, com o denim, com muitas fibras naturais e agora gostam de coisas mais coloridas», explica Catarina Sequeira, não deixando de apontar que um dos fatores mais distintivos do consumidor asiático é o seu poder de compra. «Eles compram bem», garante.
Na sequência do reconhecimento no Mediterranean Fashion Prize 2015 (ver Saymyname conquista o Mediterrâneo), este ano, Catarina Sequeira rumou ainda a Paris, para expor a coleção primavera-verão 2016 da marca nas icónicas galerias Lafayette, onde sentiu «um feedback positivo» de alguns especialistas que têm acompanhado o percurso da Saymyname, como contou à data ao Portugal Têxtil (ver Saymyname brilha na Cidade-luz).
Já a coleção dedicada à primavera-verão 2017 foi desfilada há cerca de um mês na edição “Together” da ModaLisboa (ver ModaLisboa abraça o futuro). Para a próxima estação quente, a Saymyname revisitou o estilo streetwear dos anos 1990 e apresentou “Kiss me like you miss me”, uma coleção de estilo desportivo, onde se destacaram os grandes bolsos de pala e as estampagens gráficas.
«A coleção é para uma geração um bocadinho mais jovem do que aquilo que eu costumo apresentar. Aqui é uma miúda na idade dos 20 anos, extremamente irreverente, que sabe perfeitamente o que é tendência, sabe utilizar todas as tecnologias, gosta imenso de arte urbana, gosta de dançar só que, por isso, perde-se um bocadinho com os rapazes e daí o “Kiss me like you miss me”», afirmou Catarina Sequeira ao Portugal Têxtil nos bastidores do evento sobre as propostas que privilegiaram o algodão. «Essencialmente, posso dizer que 80% da coleção é algodão», concluiu.