O burel, o tecido de lã tradicional da zona da Serra da Estrela, usado no passado para fabricar capas que protegiam os pastores das condições meteorológicas difíceis, é conhecido pela sua resistência e versatilidade, e tem sido usado nos dias de hoje não só em capas e casacos para os dias de chuva, frio e neve, mas também na decoração e revestimento de parede, como é o caso dos escritórios da Microsoft em Lisboa.
Agora o burel, fornecido pela Burel Mountain Originals, está a ser usado na construção das sapatilhas, «assumindo-se como o modelo perfeito para manter os pés quentes e secos nos dias mais frios e chuvosos», garante a Sanjo.
As sapatilhas Sanjo x Burel estão disponíveis nos modelos K100 e K200 e em tons de lilás, cinzento, bege e verde seco, podendo ser adquiridas online no website da marca.
Fundada em 1933 pela Empresa Industrial de Chapelaria para fazer face à queda das vendas de chapéus, a Sanjo, cujo nome foi inspirado em São João da Madeira, a localidade onde estava instalada, foi um sucesso nos anos 80. O aumento da concorrência de marcas internacionais ditou a suspensão da sua atividade e, depois de várias tentativas, a marca regressou ao mercado em 2019 com um conceito 100% nacional, incluindo a produção, e «uma nova abordagem criativa», refere em comunicado.
Parte dessa abordagem criativa tem passado pelas parcerias, onde consta, além da Burel Mountain Originals, a IADE – Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação e a designer Alexandra Moura. «Temos andado numa busca muito grande por marcas icónicas portuguesas» e «claro que a Sanjo tinha que ser», revelou Alexandra Moura na altura.
A Burel Mountain Originals, por seu lado, foi fundada em 2006 por Isabel Costa e João Tomás, num projeto que incluiu a recuperação de património, transformado num hotel, e também da reativação da antiga fábrica da Lanifícios Império. «Mantivemos as máquinas do século XIX, reciclámos alguns padrões dos antigos livros de debuxo que ainda hoje utilizamos em algumas mantas e começámos a dar cor ao burel que até à data só existia nas cores originais da lã. Mostrámos o produto a designers e a criativos. Procurámos elevá-lo, valorizá-lo e fazer com que se tornasse sinónimo de criação. Com que evidenciasse a inovação e todo o empenho no projeto», indica a empresa no seu website.