Sampedro soma vendas

A especialista em roupa de cama e mesa concluiu no ano passado um investimento de 3,2 milhões de euros, incluindo em novo software, e aumentou o volume de negócios em cerca de 5% em 2018, numa trajetória ascendente que espera repetir também em 2019.

A mais antiga produtora de têxteis-lar nacional no ativo – celebra 100 anos em 2021 – continua a crescer e, em 2018, conseguiu aumentar o volume de negócios para 15,35 milhões de euros, 82% dos quais para exportação, especialmente para mercados europeus. «A Sampedro está mais feita para a Europa», admite Simão Gomes. A Suíça é um dos mercados em destaque, mas também Inglaterra, Itália, Alemanha, França e Suécia. «Os mercados que podemos explorar são aqueles que não taxam as exportações portuguesas», reconhece o presidente da empresa.

Uma trajetória ascendente que espera prosseguir em 2019. «Este ano gostava de crescer alguma coisa, embora a minha potencialidade de crescer em vendas tenha a ver com a qualidade dos artigos», até porque em quantidade é mais difícil. «Já no ano passado não tinha capacidade de vender muito mais, se não fosse o facto de ter substituído máquinas», confessa.

Investimentos constantes

Para crescer, a Sampedro, que emprega 158 pessoas, tem vindo a investir anualmente. Depois de ter despendido cinco milhões de euros na renovação da tecelagem, numa nova tinturaria em fio, numa máquina de mercerizar, em três jets e, nos acabamentos, um tumbler, assim como em dois edifícios novos, a empresa concluiu em 2018 um novo investimento.

Além da maquinaria, substituiu todos os softwares, tanto industriais como administrativos. «No conjunto dos dois SI Inovação investi 3,2 milhões de euros, tudo num ano», adianta Simão Gomes, acrescentando que teve como alvo a aquisição de «máquinas que me permitissem fazer coisas que não conseguíamos», assim como equipamentos «mais eficientes em termos de energia, com menos consumo de água».

Linho desde a origem

Com uma oferta que inclui cama (55% do negócio) e, em menor grau, roupa de mesa e banho, a nova coleção da Sampedro aposta na matéria-prima de origem, o linho. «Fizemos sempre linho, mais ou menos. Agora está na moda. Tem aquele aspeto rústico que algumas pessoas gostam, alguns até querem que façamos em algodão com o mesmo aspeto, mas isso não existe», revela o presidente, que destaca que o linho «é uma das matérias-primas mais sustentáveis.

Face à situação do mercado interno, a marca própria foi perdendo peso e hoje é praticamente residual. «Há anos vendíamos 75% com o nome da Sampedro. Ainda somos conhecidos, de quando havia um mercado interno forte. Acontece que os nossos clientes fecharam. E então quando estamos a trabalhar para fora, é difícil dizer ao cliente “vai comprar, mas vai comprar com a marca Sampedro”. Mas mantemos uma pequena coleção, porque um dia pode ser que queiramos voltar por nós», explica Simão Gomes. Até lá, a empresa vai manter-se empenhada em servir os clientes internacionais com o know-how acumulado ao longo de quase um século. «O produto português tem prestígio», sublinha o presidente.