A tecnologia começou a ser desenvolvida há pouco mais de dois anos, mas 2018 está a ser o ano da confirmação para a Heliotextil. Com a marca BraceIn, as soluções de gestão de eventos da empresa, que incluem pulseiras e fitas com tecnologia Rfid e plataformas eletrónicas customizadas às necessidades de cada cliente, estão a chegar cada vez mais longe. «Percebemos que era uma área de desenvolvimento de produto interessante e criou-se o conceito da marca BraceIn como um chapéu para todo o negócio nesta área de gestão de eventos e controlo de acessos», explica o diretor de inovação ao Jornal Têxtil. Todos os projetos são desenvolvidos «internamente e com capital próprio», sublinha David Macário, acrescentando que «este ano desenvolvemos muito a plataforma e já tivemos bastantes projetos interessantes».
A Viagem Medieval, em Santa Maria da Feira – que, de resto, foi um dos primeiros clientes –, a conferência “The future of football”, organizada pelo Sporting, os festivais NOS Primavera Sound, NOS Alive, Super Bock Super Rock e Vodafone Paredes de Coura foram alguns dos oito projetos desenvolvidos este ano. Passos de gigante que a empresa quer capitalizar. «Em termos de desenvolvimento do produto, vamos aumentar a interatividade das plataformas e das pulseiras. Queremos tornar a plataforma mais robusta e personalizável pelo cliente e, por outro lado, adicionar mais interação», afirma o diretor da inovação, revelando ainda que «temos uma série de colaborações em vista, sectores que queremos explorar para além dos eventos, seja hotelaria, seja a parte dos parques temáticos».
Outra área tecnológica que está a ser explorada é a de proteção e ativação da marca, que começa a ganhar tração. «Os nossos processos industriais permitem-nos serializar e pôr uma série de elementos únicos nas nossas etiquetas e fitas», aponta David Macário, que revela que uma primeira experiência foi já realizada com um produtor de calçado que exporta para os EUA. «Basicamente é possível apontar o telemóvel para o sapato e ver um vídeo da produção. Conseguimos ainda gravar no sapato um conjunto de informação, desde a data de fabrico aos lotes dos vários materiais que levou, e garantir também que é um produto é autêntico», destaca.
Projeto Condade
Mais recentemente a Heliotextil viu aprovado, no âmbito do Portugal 2020, o projeto Condade, que vai ser trabalhado durante três anos a partir de outubro, em parceria com a Universidade de Aveiro. «Visa essencialmente o desenvolvimento de adesivos condutores. Vamos desenvolver um produto com uma condutividade básica para demonstrar e depois vamos aumentar a condutividade até atingir os fins que pretendemos – até atingir o nível de condutividade que permita desenvolver grande parte dos circuitos eletrónicos que temos em mente, como por exemplo, as bandas de aquecimento. Queremos chegar à terceira fase, onde pretendemos obter um produto que nos permita melhorar a conectividade dos transferes elétricos que já temos desenvolvidos neste momento», adianta o diretor de inovação, antecipando como possíveis resultados a aplicação de bandas de aquecimento no vestuário de proteção e em vestuário para ambientes extremos.