Salsa Jeans investe na indústria

A marca detida pelo grupo Sonae vai investir na unidade industrial de tinturaria e lavandaria em Vila Nova de Famalicão para a tornar mais sustentável e competitiva para desafios futuros, numa altura em que prepara também a abertura de lojas próprias em novos mercados.

[©CMVNF-António Freitas]

A marca que nasceu em 1994 em Ribeirão, Vila Nova de Famalicão e foi adquirida, na totalidade, pelo grupo Sonae em 2020, vai investir 7 milhões de euros para transformar a sua unidade industrial de tinturaria e lavandaria. O valor será usado maioritariamente em equipamentos que vão permitir reduzir o consumo de água, revelaram os administradores durante a visita do presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, à Salsa Jeans no final de abril.

«Este investimento visa a renovação do parque industrial que temos na empresa, uma renovação quase integral de todas as máquinas, que nos vai permitir, por um lado, um aumento da capacidade produtiva e, por outro lado, uma produção muito mais sustentável, reduzindo substancialmente o consumo de água, o consumo de químicos e o consumo de energia, tendo, portanto, uma aposta muito clara no crescimento do volume de negócios da empresa e acreditando claramente que o cluster têxtil que existe aqui no Vale do Ave tem todas as condições para continuar a expandir o seu negócio», justificou João Martins, administrador da Salsa Jeans, que tinha anunciado essa intenção no ano passado em declarações ao Portugal Têxtil.

«Somos persistentes nos detalhes e exigentes na qualidade e se desconstruirmos umas calças Salsa vamos encontrar muita engenharia, que se aplica no tecido, nos ajustes, na cor ou no número de lavagens de um produto, numa busca pela perfeição, porque o que realmente vendemos é a confiança que o cliente sente ao vestir os nossos jeans», indicou João Martins, que reforçou a importância para a marca de estar inserida neste cluster têxtil, «numa rede de proximidade com investigação e desenvolvimento de produto, mas também de parceiros com elevado know-how que nos permitem fazer diferente e melhor que os concorrentes».

João Martins e Hugo Martins na apresentação à Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão [©CMVNF-António Freitas]
Expansão comercial

A marca vende, atualmente, cerca de um milhão de calças por ano, que são exportadas para 44 países e para mais de 200 lojas espalhadas pelo mundo. Em 2022, registou um volume de negócios que rondou os 200 milhões de euros.

[©CMVNF-António Freitas]
Números que deverão aumentar com a expansão comercial delineada para o curto prazo. «Neste momento estamos focados em duas dimensões: fazer crescer aquilo que são mercados atuais no estrangeiro, onde já temos uma presença muito importante – aí destacaria Espanha, França e o Médio Oriente –, mas continuar a replicar essas histórias de sucesso noutros países. Para já, no curto prazo, na Europa», revelou Hugo Martins, CEO da Salsa Jeans, que recentemente inaugurou um novo ponto de venda na Irlanda, com planos para um total de quatro lojas nesse país. «Temos já iniciativas para replicar depois esses processos e estamos a explorar oportunidades quer na zona do Benelux, quer nos Países Nórdicos», adiantou.